🌔 1992 🌖
Uma guerra é sempre uma guerra. Não importa quem está lutando ou seus motivos, sempre haverá uma baixa dos dois lados, com perdas irreparáveis. Não importa quem está certo ou errado, pois ambos os lados alegam estar certos e ambos alegam que o adversário está errado.
Guerra é sempre uma guerra, no fim nada mais importa, pois até no lado vitorioso há o choro pelas perdas daqueles que não serão substituídos. É certo que uma guerra nem sempre envolve um contato direto, existem aquelas guerras de criança que são quase sempre inofensivas, existem as guerras de palavras das quais muitos saem machucados pela falta de decoro do outro. Mas aquela guerra era a pior que Diana e Alastair teriam de enfrentar em suas vidas.
Um rapaz jovem e viril em seus plenos dezoito anos que carregava em seus ombros o peso das consequências de suas escolhas, Alastair estava apaixonado, mas seu amor era proibido e isso o dilacerava. Estava prestes a assumir um cargo importante e sabia que não poderia recuar quando solicitado, mas e como ficaria sua amada? Diana era a Encaminhadora do milênio e apesar da idade bastante avançada, sua aparência era de uma jovem de dezesseis anos. Fora posta no cargo por sua mãe, quando esta teve que se retirar devido aos problemas de divergência de ideias. Alastair e Diana apaixonaram-se quando o mundo astral se encontrava na maior das guerras já vista. Os Encaminhadores encontravam-se em batalhas com os Ceifadores para decidir quem tomaria o controle das almas perdidas que tentavam encontrar seu caminho para Luz ou Trevas.
Antes do início da primavera de 1992, no conselho para formar estratégias de campo, Lucy foi deposta do cargo, quando sugeriu que Ceifadores e Encaminhadores trabalhassem em comunhão e, para amenizar a situação sua filha, Diana, assumiu em seu lugar. No início do verão, em sua primeira batalha em campo, encontrou um jovem Ceifador que a fez repensar nos motivos daquilo tudo. Por que retirar a vida das pessoas quando podemos apenas conviver? Questionava para si.
— Diana, se movimente! — uma jovem gritava ao lado. — Prepare-se! Os ataques irão começar. Olhavam para a frente e via o exército de capa preta se aproximar.
— Levantem o muro de proteção! — mandava o comandante da cavalaria atrás da linha de frente. — Arqueiros, preparem-se! — prontamente elfos prepararam-se seus arcos e flechas em posição de ataque. — Cantem o cântico! — foi seu último comando e assim fizeram.
— Proteger aqueles que precisam e pôr em seu devido lugar o que se perdeu. Levar ao seu destino, criar vínculos e ser guardião. Encaminhadores, avante! — todos entoaram em perfeita sintonia enquanto erguiam o muro de proteção enquanto os Ceifadores se aproximavam, marchando e soltando gritos de guerra com bravura.
— Pra que tudo isso? — Diana sussurrava para aí, assustada com a energia que vinha dos adversários.
— É a última vez que peço, desistam Ceifadores! — exigiu o comandante da cavalaria, mas obteve gritos e feitiços de ataques como resposta.
—Encaminhadores, avante!
E assim, teve início a batalha mais decisiva da vida de cada um ali presente. Diana encontrava-se perdida, era sua primeira vez em campo, entoando cânticos e feitiços para ferir alguém. Olhava para os lados à procura de algo que a ajudasse a sair daquilo tudo. A voz de sua mãe ecoava em sua mente, como uma voz distante implorando para que ela tivesse cuidado. A sua falta de atenção deixou que uma brecha se formasse na barreira de proteção e quando menos esperava, foi atingida por uma energia desconhecida no braço esquerdo.
— Não abaixa a guarda! — gritou uma mulher loira ao lado de Diana. — Revide os ataques!
— Eu só cuido da barreira! — gritou de volta.
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Segredos dos Mundos - Livro I: A Encaminhadora de Almas
FantastikEm toda sua vida Lisandra jamais imaginaria que teria poderes sobrenaturais ou que sua vida poderia mudar de forma drástica ao que é avisada de que se mudará para um lugar do qual nunca escutou falar em suas aulas de Geografia na escola, que transfo...