Segredos dos Mundos - Livro I: A Encaminhadora de Almas

🌒 10 🌘

Olá, pessoal!!A internet me deixou na mão essa semana e não consegui publicar o capítulo como deveria nem respondendo os comentários de vocês... mas hoje vou dar um att dupla como pedido de desculpas!

Obrigada por continuar por aqui, aproveitem que já já vem mais.

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Lisandra encarava as amigas, que trocavam olhares. Cristiana gaguejava uma resposta, enquanto Alícia mordia o lábio inferior e enxugava as mãos suadas em seu short jeans.

— Estou esperando, gente. O que eu não preciso saber? — Lisandra repetiu a pergunta, cerrando os olhos.

— É sobre o Fernando. — Soltou Alícia, depois de quase meia hora enxugando as mãos no short que vestia, se arrependendo logo em seguida quando viu a tristeza tomar conta dos olhos da amiga que abriu a boca para falar algo e fechou novamente. — Sabia que você ficaria assim, por isso não quis que você soubesse.

— E tinha razão. — sua voz soava seca quando respondeu a amiga, mas isso não disfarçava a tristeza que havia em seu olhar.

— Ele... — começou Cristiana, mas foi interrompida logo em seguida por Lisandra, que acenou com a mão pedindo para que parasse.

— Nem precisa se dar ao trabalho, eu realmente não quero saber.

— O que faz acordada? Achei que fosse dormir. — Começou Alícia, mudando de assunto de forma rápida, o que fez Lisandra agradecer internamente por essa mudança de assunto, mesmo que ainda sentisse seu peito se apertando pela dor iminente ao lembrar do ex-namorado.

— E eu ia, mas fiquei com fome —  a  menina sorriu, tentando disfarçar o desconforto que o assunto anterior havia  lhe causado. — Então estava indo na cozinha ver se tem algo que preencha esse enorme vazio no meu estômago. — A menina colocou a mão na barriga, para dar efeito maior no que dizia.

— Eu vou dormir. — disse Cristiana. — Não aguento mais um minuto nisso. — O que era para ser um pensamento acabou saindo pelos seus lábios de forma coerente o bastante para Lisandra escutar.

— Nisso o que? — questionou Lisandra e ela sentiu o peso do olhar de Alícia sobre ela.

— Nisso de tentar virar zumbi. — respondeu depois de alguns segundos. — Tô indo, até amanhã.

Cristiana seguiu para o seu quarto e observando suas paredes, os móveis e as fotos que havia colocado na cômoda, percebeu o quanto sentia saudades de casa. Havia falado com sua mãe mais cedo, algumas horas depois de ter chegado em Vangoury. Mesmo não estando ao lado da mãe, sabia que ela devia ter chorado muito depois de ter desligado a chamada no Skype. Cristiana sentiu uma pontada no peito, mas não deveria reclamar. Ela havia desejado aquilo, agora deveria arcar com as consequências. Trocou sua roupa e se deixou afundar no colchão macio de sua nova cama, pegou um dos porta-retratos na cômoda, onde uma foto de toda seus pais sorrindo e abraçados à  ela e sua irmã caçula, abraçou e se permitiu pegar no sono.

Lisandra não parava de pensar na marca em sua mão. Havia feito mais do que o necessário para arrancar aquilo de sua pele e nada deu resultado. Pensou até em arrancar o pedaço da pele, mas não tinha coragem para fazer tal coisa e no fim de tudo, desistiu. Agora, ela estava sentada em um dos bancos da cozinha de frente para um balcão, comendo um enorme sanduiche preparado com quase todos os ingredientes que não precisava ir ao fogo da geladeira, Alícia ao seu lado comia um simples pão com ovo e  bebericava um suco de uva. Um silêncio tomara conta do recinto desde que as duas entraram para comer, até que Alícia decidiu puxar assunto.