Segredos dos Mundos - Livro I: A Encaminhadora de Almas

🌒 12🌘

Olá, meus amores!!! Prontos para mais um capítulo?
No capítulo anterior Lisandra teve um encontro um tanto inusitado, não concordam? Vamos ver o que reserva para ela de agora em diante!
Boa Leitura (*_*)

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Como fora dito, Lisandra almoçou em seu quarto e passara o resto do dia ali, escondida. Ora ou outra Cristiana aparecia acompanhada de Alícia ou Lucy, em alguns momentos foram as três juntas. Ela tentava focar nas conversas e brincadeiras, mas nada fora capaz de tirar da mente da garota o rosto de traços finos do rapaz. A cor dos seus olhos castanhos que mais pareciam avelãs e o tom marrom como um caramelo de sua pele e a água da chuva percorrendo todo o seu corpo...

— Ah! — ela suspirou, se jogando na cama depois de tanto encarar aquele lado da parede de vidro. Rolando para o lado, avistou seu notebook na mesinha de cabeceira e puxou-o para seu colo. O aparelho já estava ligado e havia várias páginas de internet aberta. Alguém mexera ali, sem que ao menos ela notasse. Seu Tumblr estava aberto e havia um texto salvo como rascunho.

"Eu sei que mexo com sua mente e este é o meu propósito. Já disse e repito: você não pode fugir do seu destino. Há um império à sua espera, não pode nos decepcionar. Espero ansiosamente pelo seu reinado, jovem Mestre..."

Com o olhar vidrado no monitor, Lisandra sentiu um frio percorrer a espinha. Algo a chamava para a direção do lago, fazendo-a virar o corpo de modo que olhasse a vista de seu quarto e percebeu alguém lá. O espanto e o medo se fizeram presentes, era o homem de seus pesadelos. Ele era real. Do seu quarto, Lisandra não entendia como, mas conseguia enxergar perfeitamente bem cada contorno do rosto anguloso e ossudo daquele homem. Estava com uma parte do corpo fora da água, da cintura pra cima. Ainda vestia a capa preta com o capuz que escondia parcialmente sua face, mas, ainda assim, Lisandra conseguiu ver seus olhos num tom negro, tão negro quanto à capa que vestia. A capa encharcada pela água da chuva que caia incessantemente e um sorriso debochado apareceu em sua face.

— Não pode fugir. — Ele disse sem emitir som algum e então ela gritou. Um grito abafado que rasgou sua garganta, como se aquele ruído estivesse agarrado aos tecidos da sua garganta e se negassem a sair.

Dando uns passos para trás, Lisandra encostou em sua porta trancada, abriu-a às pressas e disparou pelo corredor a fora. Lágrimas escorriam por seu rosto, ao levar as mãos para livrar-se das delas, notou que a mancha negra estava tomando quase todo o dorso de sua mão, soltou mais um grito desesperado e correu mais rápido, chocando-se contra alguém no caminho. O desespero a fez gritar mais uma vez, enquanto mãos a amparavam. Ao longe, ouvia seu nome ser chamado, mas não conseguia discernir as vozes. Alguém agarrou seu pulso e ela tentou desvencilhar-se com chutes no ar.

— Lisandra, acorda! — uma voz grossa e firme bradou no cômodo, porém ela continuava agitada e assustada, dizendo palavras sem nexo para aqueles que a assistiam em total desespero.

— Ele está aqui! Ele é real!

— Quem é real, minha filha? — Sheila quis saber, agachando-se ao lado da filha.

— Meu bem, você estava tendo um pesadelo. — disse Mark, segurando os pulsos da filha.

— Não! Ele é real, eu o vi! — Lisandra esbravejava, sentada no chão do corredor. Não era um sonho, ela tinha certeza disso.

Alícia e Cristiana assistiam a tudo, sem opinar. Seus rostos marcados pela expressão de compaixão e pavor. Cristiana sabia que algo estava errado, desde o princípio, quando soube da volta desses pesadelos. Aquele acontecimento foi um fator determinante para que descobrisse o que havia proporcionado isso à sua amiga. Não suportava vê-la naquele estado. Já fora demais presenciar isso durante a infância, por que retornar agora? Ela queria pôr um fim nisso e faria, custasse o que fosse necessário. Alícia, por sua vez, não sabia o que pensar. Apenas encarou a cena em silêncio.