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— Quem você pensa que é? — Luíza berrava dentro do cômodo em que se encontrava. — Seu louco! Eu juro que te mato quando sair daqui seu maníaco! — a voz saía aguda, fina e alta demais. Uma fúria tomava conta de seu interior, os gritos de Graziela e sua avó ecoavam na sua mente e em meio aos gritos que dava contra as paredes sem resposta, rezava em silêncio para que as duas estivessem bem, sem saber ela que, não muito longe dali a sua irmã também gritava em desespero e sua avó era socorrida por vizinhos em estado grave para o hospital.

Enquanto isso, Azazel permanecia numa sala anexada ao lado do pequeno quarto que ela se encontrava, ao lado de Naomi Vangoury.

— Ela não cala a droga da boca! — Naomi exclamava, soltando um palavrão em seguida. — Faça alguma coisa seu imbecil! — ela ralhava.

— Por mim ela grita a noite inteira, até perder a voz. — respondeu de forma serena, ele realmente não se importava com nada aquilo, estava aborrecido por não estar em campo, lutando ao lado do seu Mestre, sentindo o sangue inimigo nas mãos.

— Não sei o que Alastair viu em você... — murmurava Naomi. — Tão inútil!

— Você bem sabe que não é assim, querida. — ele agora estava ao lado da garota, segurando-lhe o queixo de modo que seus olhares ficaram firmes um no outro. — Se não fosse por mim, nem aqui você estaria agora.

— Pelo menos para isso, você serviu.

— Tão ingrata... — ele sorriu irônico. — Sua sorte, é o seu tataravô ter grande influência nessa cidade.

— Foi ele quem construiu.

— Mas não sozinho... e você sabe que os meios não foram viáveis.

— Isso não importa agora... — ela sorriu, ironicamente, lembrando das histórias familiares. — Vamos. Temos uma Encaminhadora para assustar. — mais que prontamente, Azazel dirigiu-se porta a fora, estava na hora do seu passatempo favorito: invadir a mente da atual Encaminhadora de Almas.

Azazel caminhava pelo longo corredor da mansão Vangoury, parou diante de uma enorme porta dupla pintada de preto e sorriu.

— Agora, é a minha hora de brincar um pouquinho. — disse para ele, entoando um cântico antigo antes de abrir as portas e adentrar no cômodo. — Eu avisei a você... — a voz que saiu de sua garganta era firme e rouca. Um enorme sorriso abriu em seus lábios quando a menina levantou os olhos e olhou para ele.

— Não encoste em mim! — Lisandra gritou, recuando alguns passos, mantendo a distância entre os dois.

— Eu disse que não poderia fugir, sabia que esse dia chegaria.

— Fica. Longe. De. Mim! — Lisandra dizia cada palavra com uma fúria imensa, que era refletida em seus olhos.

— Pronta para relembrar os velhos tempos? — perguntou, levantando os lábios em um sorriso torto, o que fez o estômago da garota embrulhar e uma ânsia de vômito surgir em seguida. Tentou correr, mas foi impedida por estar presa à uma corrente fixada no chão. — Não há como fugir, eu avisei. — Azazel sorriu mais uma vez e tudo o que Lisandra pode ver, antes da escuridão a cegar, foram os olhos vermelhos e os dentes brancos parcialmente escondidos debaixo do capuz negro.

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Uma garotinha perto do lago, observa a multidão e o vai e vem de pessoas. Sentada no chão, ela espera por duas meninas que corriam em sua direção e quando chegaram até ela, rapidamente se levantou e ficou bem próxima ao lago, observando seu reflexo.

— Estávamos procurando você! — disse uma das garotinhas de sete anos, com um vestidinho branco com detalhes em renda vermelha.

— Tio Mark disse que vamos cantar seus parabéns! — a outra garotinha, um pouco menor que a amiguinha ao seu lado se pronunciou. Ela também estava de vestido, mas o seu era vermelho e no lugar de renda, havia vários lacinhos.

Segredos dos Mundos - Livro I: A Encaminhadora de AlmasOnde histórias criam vida. Descubra agora