My Love - MARINA

When you said your last goodbye

Maya Bishop

Meu dia não havia sido um dos melhores, nessa semana peguei em meu celular umas duzentas vezes somente para ver se Carina havia me ligado ou mandado uma mensagem, mas não tinha nada dela, assim como da última vez que brigamos. Dormir sem ela estava sendo péssimo, pois eu já estava acostumada a ter seu corpo quente junto ao meu ou simplesmente acordar com seu cheiro impregnado em todo quarto e encontrar alguma coisa sua em lugares que não deveriam estar, mas me deixavam feliz por encontrar.

Então, depois de rolar muito em minha cama e derrubar algumas lágrimas teimosas, resolvi deixar o orgulho de lado e ir atrás da italiana. Cheguei em seu apartamento e fiquei andando em círculo sem saber se batia ou não, ela poderia estar dormindo, suas amigas poderiam estar dormindo, então fui para o mais lógico e lhe liguei.

- Dra. DeLuca! -Ouvi sua voz falha do outro lado da linha.

Respirei fundo.

- Sou eu, Carina. -Falei- Eu... -Respirei fundo buscando coragem- Eu senti sua falta, senti muito sua falta. Entendo que queria me dar um gelo por todas as coisas que joguei em cima de você. Hoje eu tive um dia horrível, uma semana horrível e não foi por ter acontecido alguma coisa, mas sim porque você não estava perto, comigo. E-eu... eu estou na sua porta. Posso entrar? Por favor, eu preciso de você! -Implorei.

Carina demorou alguns segundos para responder, parecia ofegante, será que ela estava com alguém?

- E-eu... estou no hospital. Eu...

Respirei aliviada e lhe interrompi antes que me desse uma negativa.

- Posso ir te buscar, se não tiver problema. -Falei trêmula, com medo dela não aceitar.

- Pode vir. Estou esperando. -Ela disse ríspida e desligou na minha cara.

Olhei para o celular e mordi o lábio sem saber se realmente iria ou não. E se ela terminasse comigo? Hesitei, mas a palpitação de saudade em meu peito falou mais alto e dirigi o mais rápido possível até o Grey Sloan. Estacionei fora e mandei mensagem para a morena:

Estou aqui fora!

Desci do carro e esperei alguns minutos, minha ansiedade estava quase me dominando quando avistei a morena vindo em minha direção.

- Oi! -Falou com a voz arrastada enquanto se aproximava, meus olhos marejaram, como eu senti sua falta...

- Me desculpa, Carina. Eu jamais devia ter falado com você daquela forma, me perdoa? Eu só não assimilei tudo que minha mãe disse e acabei descontando em você. -Pedi quase desesperada.

- Tudo bem, bambina, está tudo bem! -Falou e a me puxou para si.

Senti seu corpo tremer em meus braços, sua respiração estava relativamente pesada. Carina não estava bem.

- Eu estou cansada! -Murmurou deitando sua cabeça em meu ombro e a segurei mais firme quando senti-a enfraquecer um pouco.

- Vou te levar pra casa. -Falei tentando animá-la.

Fomos para o carro e quando nos acomodamos trocamos olhares, tinha algo estranho no olhar de Carina, não somente o amor e a leveza que eu via antes, mas ela estava triste, pela primeira vez conseguir ver uma dor profunda na minha morena e me pergunto se sou eu a causa.