Maya Bishop- Eu preciso voltar para a Itália.
Essa fala da Carina está fazendo um eco em meus ouvidos, junto com os soluços que vieram depois disso.
- Beba este chá. -A morena apareceu na minha frente com uma caneca de chá fumegante.
Peguei de suas mãos ainda sem dizer nada e fiquei olhando para a xícara procurando sentido e concentração em alguma coisa. Olhei para a morena a minha frente e a vi bebericar o café que fiz e depois fazer uma careta. Foi até a pia e derramou o líquido lá e começou a preparar outro. Seus movimentos eram lentos, suas mãos tremiam e seus olhos estavam vermelhos e inchados, mas já não derramavam nenhuma lágrima.
Voltei meu olhar para a minha xícara e beberiquei alguns goles. Olhei para o chão e fiz a temida pergunta:
- Por quê?
Eu estava sentada no sofá, depois do pico de adrenalina com a novidade, mal consegui me segurar nas minhas próprias pernas. A morena largou o que fazia e veio ao meu encontro. Braços cruzados, o olhar sério, abriu a boca dezenas de vezes... até ter coragem para falar:
- Acho que chegou o momento de dividir com você uma parte da minha vida que ninguém fora a Gabriella e Dra. Ângela sabem. -Ela sentou-se a minha frente, subiu as pernas para o sofá e cruzou-as- Eu não quero que você se preocupe, não quero que me olhe com outros olhos e definitivamente não quero sua pena.
Levantei meus olhos para o rosto da minha garota e vi aquela dor que ela sempre tentava esconder, mas que estava ali presente, constante, dilacerante.
- Eu tinha 17 anos quando tudo começou. Estava em uma festa da minha amiga de infância Anna. Todos os meus colegas de turma estavam lá, meu pai quase não me deixou ir para a festa, mas com o tempo e muita insistência ele permitiu. Nessa festa, alguns convidados de Anna que eu não conhecia muito bem estavam presentes, como o seu primo Taylor. Ele estava passando um tempo lá, mas ele morava mesmo na Austrália. Taylor era mais velho que eu, tinha uns 29 anos, mas eu percebia seus olhares para mim, porém nunca liguei o suficiente para se tornar um problema e ele parecia não ser tão interessado assim por mim, já que ficou com quase todas as nossas amigas.
Carina baixou o rosto e começou a brincar com os anéis em seus dedos.
“Quando a festa da casa de Anna deixou de ficar interessante para mim... muitas pessoas bêbadas, drogadas, fazendo sexo no banheiro..., eu decidi ir para casa. Mandei mensagem para meu pai, mas ele havia tido uma emergência, pediu para eu ir de táxi, e foi o que tentei fazer. Chamei um táxi, mas Taylor me abordou na saída e insistiu em me levar para casa. -Seus olhos marejaram, mas ela não deixou as lágrimas escorrerem- E eu permiti. Quando chegamos, ele começou a me olhar esquisito, pediu para usar o banheiro e deixei.
Se passaram 5 minutos, 10 minutos, 15 minutos e nada dele aparecer. Então, peguei meu celular para avisar Anna... foi quando senti uma mão tapando minha boca e seu braço segurar em minha cintura, me machucando. Eu tentei me soltar dele, mas ele era muito mais forte que eu. Meu celular caiu no chão e Taylor conseguiu me arrastar escada acima, entramos no primeiro quarto que ele viu: o meu. Ele trancou a porta e me jogou com toda sua força no chão, foi então que olhei para ele e seus olhos estavam completamentos vermelhos, Taylor havia se drogado no banheiro.
Ele partiu para cima de mim e segurou em meus braços, eu gritava para ele parar, mas depois de três tapas e um soco no estômago percebi que gritar piorava minha situação. Ouvia somente sua gargalhada enquanto eu tossia sangue jogada no chão -deixei algumas lágrimas escorreram, mas limpei rapidamente. Queria abraçá-la, mas não tenho certeza se ela gostaria que eu fizesse isso, já que cada vez mais ela se afastava um pouco de mim e se encolhia no sofá- Ele vasculhou minhas coisas e encontrou algumas cordas que eu usava para acampar e usou-as para me amarrar na minha cama. Eu gritava e rezava para meu pai chegar logo, para alguém ouvir, para alguém ou Deus ter misericórdia de mim e acabar com aquele pesadelo...
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My Love - MARINA
Fiksi PenggemarMaya Bishop é capitã dos bombeiros da Station 19 e Carina DeLuca é cirurgiã obstetra e ginecologista do Grey Sloan. A morena está lidando com muita coisa no momento: a ira e doença do irmão, o abandono da ex-namorada e traumas do passado que voltam...