Lágrimas de balas

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Carina DeLuca

- Me solta!

- NÃO. CALA A BOCA E ME OBEDEÇA.

Meus braços ardiam dolorosamente sob aquelas mãos rudes e ásperas apertando-os. Meus olhos lacrimejaram pela dor, mas não somente a dor do aperto, mas a dor na alma pelo que eu passaria a seguir.

- Você está me machucando... per favore, asciami andare (solte-me)! -Falei com a voz embargando e senti algo quente escorrer por minhas bochechas.

- Chora. Adoro quando choram.

Suas mãos desceram para meus pulsos e seus olhos vermelhos em braza me devoravam por dentro. Meu corpo estava trêmulo e paralizado, tentei mexer-me, mas era em vão. Suas mãos grandes rasgaram minha regata deixando meus seios cobertos pelo sutião de renda vermelho, que logo ele fez questão de puxar do meu corpo também e jogar no chão.

- E-eu... não quero!

- Não perguntei se queria. Sinta! -Ele pegou minha mão e colocou por dentro de sua calça e cueca, estava rígido como madeira. Fechei os olhos e soltei o primeiro soluço e mais lágrimas escorreram.

Ele abaixou-se e puxou minha calça junto com a calcinha me deixando completamente despida diante dele.

- Não! Não! Me solta!

Senti meu rosto virar para o lado com o tapa doloroso que veio e um grito de “cala a boca” quase me ensurdecendo e ecoando pela sala várias e várias vezes.
Senti minhas pernas serem afastadas e meu maxilar ser puxado com força.

- Abra os olhos!

- Não! Por favor, não! -Implorei chorando e fechei os olhos.

- Carina, abra os olhos! ESTOU MANDANDO!

- NÃO, NÃO, NÃO! PARA, ME SOLTA! NÃO...

- Abra os olhos, meu amor, por favor! Sou eu, Cah, abra os olhos!

Mãos delicadas seguravam meu rosto e meu peito subia e descia rapidamente. Eu tentava tirar aquela pessoa de cima de mim, mas era em vão. Sentia tanta dor em minhas costelas que estava tirando todo o meu ar, as lágrimas caiam cada vez mais grossas e eu cerrava ainda mais forte minhas pálpebras, não queria ver o que aconteceria, não queria.

- ABRA OS OLHOS, PORRA!

O aperto em meu maxilar foi mais forte e arregalei os olhos em dor. Seu sorriso era sombrio, mas os olhos eram tão amorosos, de um azul tão lindo como o céu.

Ele forçou meu rosto para baixo e levou sua mão para minha intimidade sem aviso prévio, enfiou...

- CARINA!

Abri os olhos puxando o ar desesperada.

- Amor..., meu amor! Sou eu, olhe para mim. Você me vê?

Encarei a loira acima de mim e seus olhos estavam vermelhos e muitas lágrimas escorriam por seu rosto. Não pensei duas vezes e a puxei para meus braços e a abracei o mais apertado que consegui, minhas costelas doiam como o inferno, mas eu só precisa me sentir segura.

- Estou aqui! Meu amor, estou aqui. Foi apenas um pesadelo, já passou!

- Maya.... -Tentei falar, mas minha voz embargou e mais lágrimas caíram junto com altos soluços.

Não sei quanto tempo passamos naquela posição... minutos, horas, dias... não sei, mas somente a liberei do aperto, quando perdi as forças pelo sono. Senti meu corpo pesado e afrouxei o nosso abraço, ela também me desapertou de seus braços e logo sua mãos foram parar em meu rosto em um carinho que me fez fechar os olhos.

My Love - MARINAOnde histórias criam vida. Descubra agora