Em sua defesa

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Maya Bishop

- Sullivan tentou me agarrar a força.

Parei de ajustar o volume da TV e simplesmente a mutei. Eu ouvi certo?

- A-acho que nã-não entendi. -Falei com os olhos vidrados no teto.

- Fi-fica calma, por favor...

- O Sullivan fez o quê?

Senti minhas pernas formigaram e todo o sangue do meu corpo parar na cabeça arrepiando todos os meus fios de cabelo. Virei o rosto e olhei direito para Carina. Como não percebi antes? Ela estava pálida, trêmula, os olhos vermelhos e marejados e tinha marcas de dedos em seu rosto.

- Eu. Irei. Matá-lo. -Falei devagar levando minha mão trêmula até as marcas em seu rosto.

- Se acalma, Maya, por favor! -Pediu com a voz embargada e os olhos marejando novamente.

- Onde foi isso? -Perguntei séria. Meu rosto deveria estar vermelho de raiva- Foi aqui no hospital?

Carina sentou-se rapidamente na cama, suas mãos tremiam o que me deixava com mais raiva ainda. Sentei-me também e a encarei séria.

- Fique calma, por Dios! -Ela me abraçou e somente aí percebi que os monitores ao meu lado estavam alterados- E-eu não deveria ter falado nada!

- Como se eu não fosse perceber essa marca em seu rosto. -Murmurei respirando fundo para as máquinas se acalmarem e não a assustar ainda mais- Estou com tanto ódio dele, tanto... isso aconteceu aqui? Ele ainda está aqui? -Me fastei dela e tentei levantar-me da cama- Irei agora mesmo acabar com aquele verme!

- Não, Maya! Não! Calma, senta aí, por favor. Não foi aqui. Não foi...

Sentei-me novamente na cama e puxei os fios que ligavam ao meu coração. Aquele barulho me irritava ainda mais.

- Onde foi? -Perguntei brava.

- Saímos para jantar e ele...

- Você saiu com aquela cara? -Perguntei espantada apontando para a porta- É inacreditável!

- Era um jantar de amigos, Maya...

- Ele não quer ser seu amigo, Carina. Você não ver isso? A forma que ele te olha!

- Ele prometeu... -As lágrimas desciam sem parar pelo rosto da italiana e aquilo apertou meu peito. Eu não deveria estar tratando-a assim.

- Me desculpe. -Falei e passei as mãos pelos cabelos na tentativa de me acalmar.

- É minha culpa, como sempre... -murmurou baixando os olhos.

Levantei seu rosto rapidamente e sequei suas lágrimas.

- Olhe para mim, amor. -Seus lindos olhos castanhos me encararam-Isso não foi sua culpa, você não tem culpa de absolutamente nada. Você foi jantar com um amigo e ele quis se aproveitar de você -meu sangue ferveu mais uma vez- ele que deve se sentir culpado, com nojo da pessoa que é... vem aqui!

A abracei e nos deitamos novamente na cama, ela ainda chorou um pouco em meu peito enquanto eu acariciava seus cabelos. Quando ela parou de chorar e se acalmou, puxei seu rosto para olhar direito. Eu não farei nada agora, mas ele terá uma lição. Ninguém a machucará, já basta tudo que fiz.

- Está doendo? -Perguntei passando os dedos levemente sobre a marca.

- Não. Eu estou bem!

- Você precisa denunciá-lo.

- Não! Eu quero esquecer isso, Maya, nada de policiais, nada de pessoas me olhando com aqueles olhos julgadores, nada de perícia, não... por favor, não....

My Love - MARINAOnde histórias criam vida. Descubra agora