Stone Heart (AU!Ziam)

1965.

Jack Payne fumava um cigarro de palha na varanda da sua casa quando ele viu a caminhonete do peão atravessar o patio e procurar um lugar para estacionar.

Era verão e ele estava suado, fedendo a palha seca e a esterco de cavalo depois de limpar os estábulos e dar um jeito de arrumar o pátio dos fundos da fazenda. Cansado, ele só queria ir para a cidade, aproveitar as damas noturnas e beber até cair.

O peão era um dos seus capangas para alguns serviços extras. Descendo a estrada que levava até a casa, o homem cuspiu no chão.

— E fui lá para as bandas, a cabana tá vazia. Acho que eles foram aprumar pra cidade.

— Ótimo — Jack jogou a bituca debaixo da árvore — Você deu uma visita mais perto?

— Num achei nada. Os estábulos estavam vazios e a casa trancada. Sinhô tem certeza que ele tá com aquilo?

— Ele era o único além de mim que sabia a combinação daquele maldito cofre. Se ele não está lá, aquele merda do Jamal deve estar. Deve saber de algo.

— E o sinhô acha que ele vai falar arguma coisa?

— Duvido muito, mas a gente já tem um não. Se arrume caboclo, a gente vai visitar a prole de Stone Heart.

Jamal olhava pela janela em tempo de ver a caminhonete Ford F100 de Jack Payne chegar perto da fazenda dele. Alan estava sentado em uma das poltronas que havia no escritório.

— O que ele quer aqui? — Ele resmungou — Esse filho da puta sabe que não é bem vindo aqui.

— Estou com um mau pressentimento sobre isso — Jamal suspirou — A situação não está tão boa assim.

— Está falando do testamento que Nick roubou? — Alan tirou o chapéu e coçou o curto cabelo crespo.

Jamal se sentou na sua cadeira, e esfregou os olhos.

— Ele sabe que foi Nick. Não tem outra pessoa interessada no que o velho Payne deixou. 

—  Se o que está escrito for realmente legal, Cassandra e Nick podem tomar aquela fazenda e pegar o que tem naquela conta. 

—  Até o bebê nascer, não quero Cassandra passando por nenhum estresse. Nick só roubou aquele maldito documento porque acha que Cassandra precisará de dinheiro. Tentei fazer com que ele tirasse essa ideia, mas ele não me escutou.

—  Ele está no direito dele, Jamal.

—  Estamos falando de Jack Payne, Alan. Ele está andando acompanhado de feitores que parecem ter saído de um filme de pistoleiros. Ao norte daqui, soube que ele andou ameaçando algumas famílias para pegar as terras que o pai vendeu enquanto vivo.

Alan cruzou os braços.

—  Está com medo dele fazer algo contra Cassandra?

—  Mais do que isso. Temo pelo meu irmão e por Nick.

A nova empregada da casa apareceu na porta.

—  Jack Payne quer falar com o sinhô, chefe.

—  Deixe ele entrar, Ligia. Como está Cassandra?

—  Ela tá durmindo —  O sotaque dela era muito doce. Cassandra a adorava —  Eu fiz um chazinho bem doce pra ela, e ela durmiu feito um anjo. Sinhô quer que eu faça mais alguma coisa pra ela?

— Só fique de olho nela, tudo bem? Falta poucas semanas para o bebê nascer.

A garota assentiu e foi chamar os visitantes. Jamal abriu a primeira gaveta, vendo a pistola carregada e olhou para Alan.