Stone Heart (AU!Ziam)

Capítulo Trinta.

A chuva havia parado depois de vários dias de tempestade e de chuvas que pareciam não ter fim. Stone Heart foi agraciada com um sol fraco, mas revigorante. O cheiro de terra úmida, grama cortada e de gotas de orvalho inundava o ambiente como o mais doce perfume da natureza.

Não foram as duas semanas mais fáceis para todos aqueles que habitavam Stone Heart. Depoimentos, investigações... Perguntas inacabáveis para todos que presenciaram o suicídio de Jack Payne dentro da cabana onde ele ceifou a vida de Josiah e de Nick há tantas décadas atrás.

Louis foi muito requisitado durante os dias que seguiram. E quando a perícia liberou o local, foi como se tivessem deixado uma parte de dor e sofrimento em Stone Heart. Ninguém ousou em voltar para lá, pois o peso do passado ainda persistia.

O tempo foi a resposta para tudo. Para os ferimentos emocionais de Cassandra, para o perdão de Alan e para Liam e Zayn que precisavam digerir tudo o que havia acontecido.

Havia noites que Zayn chorava até dormir. Liam o confortava, o acalmava. Cantava baixinho para ele. Outras noites, ele ficava acordado, olhando para a foto do avô. Como se pudesse falar com o falecido.

Duas semanas se passaram até que aos poucos, a vida foi se normalizando. E a mudança era algo inevitável, assim como a cura, o perdão e o recomeço.

Liam estava terminando de contar todos os porquinhos que nasceram de uma porca prenha que havia na fazenda. Feliz e com um filhote no colo, olhou em direção ao estábulo, onde Darrell parecia olhar diretamente para ele. Com Stella prenha, o trabalho de Liam havia duplicado. A égua se sentia fraca uma parte do tempo, e ele não podia deixar de vistoriar a saúde dela e do filhote.

E Darrell, como um pai orgulhoso, parecia sempre estar cobrando uma atenção de Liam para a mãe de seu filhote.

Ele contou o décimo segundo filhote e fez carinho na cabeça de um deles, saindo de dentro do chiqueiro.  Assim que pisou fora, Josh apareceu. Sujo de terra e com uma expressão cansada, o homem tirou seu chapéu.

— Cassandra quer que você vá atrás de Zayn — Ele cuspiu no chão — Louis chegou da cidade com o Harry. 

— O testamento chegou?

— Ainda não, parece que teve alguns problemas por lá. Louis está resolvendo.

Liam abriu a camisa um pouco, apesar do frio que estava fazendo.

— Onde ele está?

Josh deu um suspiro.

— Cassandra disse que ele pegou o Rorsch e foi cavalgando para direção a cabana. Disse que precisava ficar lá... Queria entender algumas coisas ainda.

— Vou buscá-lo — Liam assobiou e nisso, Darrell respondeu o assobio com um relinchar alto. Josh riu pela cumplicidade de Liam e do animal e saiu andando para a casa.

Quando Liam chegou na cabana, notou que a perícia não havia retirado corretamente as faixas de isolamento. Havia pedaços dela ainda pendurados, como se deixasse uma mórbida lembrança do que aconteceu naquele lugar.

Pelo bem de Zayn e de Liam, Nate foi até a cabana após a liberação e passou não só um, mas três cadeados grossos na porta com correntes e levou as chaves. E fixou tábuas nas janelas para não ter problemas de invasões.

Isso foi a pedido de Alan.

Darrell relinchou assim que viu Rorsch pastando tranquilo perto da grama baixa da cabana. Ele desceu do cavalo e procurou Zayn com o olhar, notando que ele não estava nem sequer perto da cabana.