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— Ai ela ficou muito puta e falou que ia mandar a Kat parecia o assassino de pânico com aquela voz dela— Ri alto com o comentário de Carter enquanto estávamos no Barner's em ligação com o Tomaz, viemos aqui comemorar que todos vamos jogar, o Tomaz é tão irritante que quando contamos ele disse que já sabia que seria o melhor.

— Manda ela mandar a data de quando ela vai matar a Katerine, quero levar a bebida da festa — Mostrei o dedo do meio para ele enquanto o pessoal ria

— Bom, insuportável, nossa comida chegou, tchauzinho— Desligamos sem deixar ele terminar de falar, adoro irrita-lo.

— Eu vou estar de reserva no banco, e eu estou feliz com isso, não sei por qual motivo a Amber ficou tão brava— Steven deu ombros tomando seu milk-shake de morango. — E não param de falar do cartão vermelho.

- Nem me fala, o time de futebol inteiro só fala da volta disso — Brenon da ombros como se não tivesse nada haver com ele.

— Kat, falei com o meu padrasto ontem— Lia veio até mim falando em tom baixo— Sobre o que você me pediu da sua mãe e tia, ele disse para você ir na orientação sexta, ele as conheceu então liberou te contar o que pode, única vez que ele é útil..

— Agradeço muito Lia! E Já perguntando, você parece triste aconteceu alguma coisa?— Essa semana inteira ela não parece estar como sempre, nem tentou bater no Carter hoje.

— É só o meu padrasto, sabe, eu tenho muitas responsabilidades e isso me cansa, e uma pressão enorme sendo filha do dono, e eu me sinto calada como se eu não tivesse voz em casa— Ela tenta sorrir, as pessoas sempre tentam esconder suas tristezas com sorrisos, minha mãe.

— Entendo, eu sinto muito Lia, espero que por mais que te conheci a pouco tempo, sempre que precisar conversar pode contar comigo— Sorri e ela agradeceu.

As vezes precisamos de apoio, carinho, sorrisos, isso é tão bom quando nos sentimos acolhidos, e vou tentar fazer aos outros afinal, todos precisamos de amor, mas eu nunca recebi suficiente.

- Ei, não vai comer Kat? Todo mundo já está comendo menos você, se não quiser eu vou pegar pra mim- Carter me avisou de olho no meu hambúrguer, o encarei e peguei o meu hambúrguer o mordendo. — Af.

- SAI CARTER.- Sai correndo pela mesa depois de ele me olhar com um olhar mortal.

T H O M A Z
M A Y B A N K

Deixo o meu aparelho celular na cama ao meu lado quando termino de falar com meus amigos, as vezes sinto falta deles, fiquei feliz com a notícia que vou participar oficialmente do torneio, minha família não esbanjou quaisquer felicidades por mim, mas sempre foi assim, não sei como ainda tento.

Tina está viajando conosco, iria voltar para Suíça mas meu pai a pediu para ficar um certo tempo até o final das reuniões da empresa.

Estou falando bastante com a Katerine no momento, ela é chata, mas eu gosto de falar com ela apesar de passar raiva, eu obviamente já sei do cartão vermelho e eu tenho receio de que seja ela a próxima.

--- I WANNA KNOW KNOW KNOW KNOW, WHAT IS LOVE?- E lá vem Tina entrando no meu quarto cantando essas músicas dela . -- Essa música é tão boa meu Deus!

--- Veio me incomodar cabeça de calopsita? - Ela revira os olhos, Tina é e sempre foi a " filha rebelde" eu também fui por não concordamos com as ações e decisões da nossa família, mas a questão sobre ela era diferente, ela era como eu a diferença era que fazia de tudo que meu pai odiasse, pintou o cabelo de loiro porque meu pai não gostava, foi expulsa de umas sete escolas em um ano o que levou ela estudar na Suíça, quebrou a estátua da empresa de meu pai e ela continua assim, a diferença é que eu que sofro as consequências da forma mais dolorosa e ela nem sabe.

--- Infelizmente não, o nosso pai está nos chamando para um jantar lá que ele quer anunciar algo. -- Dou ombros como se não ligasse, não quero vê-lo mais hoje, Tina senta em frente a mim a alguns metros com uma expressão meia triste- Tommy, por favor vá, parece sério e depois não quero ver ele descontando em você.

Fico aliviado de saber que Tina nem sequer Tory tem noção sobre o que meu pai faz quando eu agi ou fiz algo que não o agradou, me levantei da cama e coloquei minhas mãos no bolso de minha calça na frente.

— Tá bom, eu vou, mas não fico até o final. — Falei sarcástico e Tory sorriu, por mais que eu odeie admitir, odeio todo mundo mas ver quem eu amo feliz, me deixa feliz, o que é quase impossível eu ficar feliz. 

Me salvo da minha tristeza quando lembro que ainda tenho motivo de felicidade, que são as pessoas nas quais eu amo.

Ela se levantou comigo e descemos até o segundo andar do apartamento, parecia uma hierarquia, meu pai na ponta da mesa , minha mãe na outra sem nenhum esbanjo de emoção, Tory calada e sorrindo fraco quando nos vê, a mesa estava cheia de comidas e bebidas,  mas de que adianta todo esse abundante jantar se nem temos amor, histórias ou qualquer merda do tipo para compartilhar.

Quando jantei na Katerine, foi a primeira vez que me senti diferente, feliz jantando em um lar.

Me sento ao outro lado da mesa, sozinho, e Tina e Tory uma ao lado da outra do outro lado, comecei a comer sem me importar com meu pai ali.

— Mãe, pai, eu tirei a nota máxima no exame teste do SAT— Minha irmã mais nova falou meio envergonhada, gostaria de poder dar a Tory uma janta feliz e boa, sei como ela é nova e o quanto quer simplesmente sentar numa mesa rir e comer com pessoas que ama.

— Sério Ry? Minha nota foi terrível e olha que estou no último ano!-- Minha irmã a anima e antes que ela possa rir meu pai se intromete, lá vem.

— Não é algo de se orgulhar, você deveria ter vergonha, torço para que encontre um marido— Segurei meu garfo firme controlando a raiva.

— E desde quando ela precisa de um marido para ter um futuro pai?– Tory não deveria ter se metido, já sei como isso termina.

— Tory.. — Minha mãe tentou falar mas meu pai faz ela se assustar batendo seus talheres na mesa de jantar, por que? Vejo o rosto de Tory tremer, por sorte durante a semana ela geralmente tenta passar fora de casa em seus cursos e etc.

—-Desde que uma mulher que não serve de nada, sua única opção é casar com um homem, a não ser que queira ser uma vadia. — Meu pai comenta raivoso, minha irmã mais nova abaixa a cabeça.

— Não diga nada que vai traumatizar a porra de uma criança com as suas opiniões  — Não me seguro para soltar minha opinião, se a insuportável da Kitkat estivesse aqui ela daria uma lição no meu pai de letra a letra.

— Tomaz.. — Tina se meteu, Tina NUNCA se mete, só quando realmente é sério e acho que ela percebeu isso, a gravidade do problema quando meu pai veio até mim me puxando pela gola da minha camiseta e eu levantei, meu pai estava ficando velho e da mesma altura que eu consequentemente, o'olhei nos fundos dos olhos assim como ele fazia.

Eu me odeio por fazer minhas irmãs verem isso, elas merecem uma vida boa não uma vida caladas.

Minha mãe se levantou e se meteu no meio, mas eu a puxei de lá assim que meu pai quase meteu a mão em seu rosto.

– Pode fazer o que quiser comigo, mas não ouse encostar um dedo na minha mãe, a mulher que você prometeu amar e nem isso tem a capacidade de fazer! — Cuspi as palavras no seu rosto e ele me puxou para seu escritório que ficava ao lado.

— Seu filho da puta!-- Meu pai me deu um soco no nariz— Por que nasceu se me faz tão infeliz??

– Me bata quantas vezes quiser, está ouvindo? QUANTAS VEZES QUISER, porque Uma criança que apanha não deixa de amar aos pais, deixa de amar a si mesma pai! Você quer se amar ? Você sabe o quanto isso dói? Você foi o responsável por todas as marcas nas minhas costas desde que eu tinha seis anos, SEIS FODIDOS ANOS! Era uma criança porra, se você soubesse o quanto isso tudo doeu voce faria novamente? — De repente ele me largou e me olhou por segundos que pareciam ser anos, ele faria novamente?

Os socos não doíam mais, os murros e as palavras não doíam mais, a dor que ele me trás, é minha rotina diária de tortura.

Continua...

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