12.2 - UMA BOA DUPLA

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— Tudo bem? – Lydia perguntou, confusa. Ainda mais com a cara que Theo fez, a deixou até um pouco desconfortável.

— Claro – Iolanda trouxe a garota para o lado dela, como uma boneca, puxando pelo braço. Lydia não se importou, de alguma forma, também tinha saído esticando a outra mulher para os lados – Theo só estava falando como é difícil liderar a decoração, ele não está acostumado. Creio que você esteja, Lydia. Não? – Iolanda falou, com a ruiva, que já entendia pela rápida troca de idiomas.

— Ah, sim – sorriu, esclarecida. Mas não estava menos incomodada, havia reparado bastante na feição amarga do Raeken — Mas-

— Ótimo! Serão ótimos amigos – garantiu, encostando no ombro de Lydia como se incentivasse ela a ir para perto de Theo — A leve até os outros, Theo - o rapaz suspirou fundo, tentando não ser totalmente grosseiro ao inclinar a cabeça, indicando que Lydia devia segui-lo, afinal das contas, não era culpa da Martin.

— O que foi isso? - Tyler perguntou, cruzando os braços. Uma vez que estava somente ele e a esposa.

— Ah, ela não estava me deixando em paz, meu bem. – confessou, parecendo descansar os ombros — Não me leve a mal, os novos amigos do Liam são incríveis, mas você sabe muito bem, que não gosto de falar sobre minha carreira, ainda menos para iniciantes como a Lydia. Ela é jovem, cheia de espectativas, o mercado é tóxico demais para pessoas assim.

  A história de Tyler e Iolanda não é tão básica, foi difícil para o Dunbar iniciar outro casamento, ainda mais com alguém mais jovem. No entanto, para Iolanda, foi mais difícil ainda, havia cometido alguns erros quando confiou demais em sua equipe de marketing, foi manipulada a aceitar propostas, que a deixaram em uma extrema dificuldade para sair do mercado de modelo.

   Tyler ajudou Iolanda a direcionar a própria carreira sozinha, se aproximaram em um Dia Do Vinho de sua empresa, então se tornaram amigos, o que gerou alguns conselhos, aliás, o homem pode exagerar em agrados, às vezes, mas ainda é sábio pelos anos de produção. Trabalho e sócios não são diferentes, mesmo com carreira totalmente distintas, Tyler conseguiu ajudar Iolanda, mas não previa que a mulher fosse criar um outro tipo de interesse por ele.

— Precisava empurrar ela para o Theo assim? – Tyler perguntou, entendendo o lado da esposa, mas vendo o desconforto do garoto ainda estampado em mente.

— Ela é bonita, ele é bonito. Eu acho que acertei flechas – Iolanda falou, estranhando a risada de Tyler, uma risada muito sarcástica.

— Acertou, com certeza!

[...]

— Liam, está tudo bem? – Nolan, novamente, fazia esse tipo de pergunta a Liam. Sabendo, sentindo, que havia algo de errado com o amigo, que encarava a cartolina enrolada em mãos de forma abatida — Olha, não estamos irritados de verdade, sinceramente, eu nem me preocupei.

  Nolan dizia, ao lado de Liam, mexendo as mãos ao desenrolar as palavras, notando como algumas frases pareciam azedas mesmo sem seu querer.

— Mas não porque não me preocupo com você, mas sim porque confio em você. Sabe? Me expressei mau – parou de tagarelar, ao notar que Liam nem tinha se comovido — Não é isso?

— Já teve a sensação de que algo tá se repetindo? Mas não como um déjà vu, mas sim como se sentimentos estivessem se repetindo, em uma mesma sequência – continuou com o olhar baixo, preso na cartolina, fazendo Nolan olhar ela também.

— É seu pai?

— Eu sei que eu fui babaca, e nunca faço nada direito, sempre falho com algo ou alguém. Mas, às vezes eu acerto, pelo menos acho que acerto. Só que com o meu pai não, eu nunca pareço ter feito o suficiente – Liam tentou explicar. Se Theo estivesse alí, ele teria notado o quanto acertou em tudo que sentiu quando Tyler desabafou com ele — Ele nem ligou pro meu desenho, só olhou, falou "Okay" e saiu, era minha única forma de ajudar nas coisas, eu pensei que ele fosse gostar.

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