DECISÕES...

3.8K 252 22
                                    

Capítulo curtinho só pra não deixar vocês sem nada. Vamos dar alguns pulos no tempo aí hein.

Beijos, comentem muito que eu gosto, até breve.
___________________

Rosamaria ON

Um surto completo, realmente era um surto, como eu tive coragem de ficar com a Caroline nas circunstâncias em que nossa amizade está? Eu não tinha juízo nenhum. Acordei primeiro que a Carol, olhei pro lado Thaisa ainda dormia. Levantei, tomei um banho e quando voltei pro quarto a Caroline tava acordada mexendo no celular.

Gattaz: boa tarde -me olhou-

Rosamaria: Oi -a olhei e voltei a procurar uma roupa na mala- tá tudo bem?

Gattaz: eu que te pergunto, tá tudo bem?

Rosamaria: não quero que você me entenda mal Carol, não me arrependo, longe disso, mas a gente não vai resolver nada assim. -a olhei-

Gattaz: concordo -balançou a cabeça- a gente se precipitou um pouco.

Rosamaria: eu gostei, foi incrível, eu quero mais, com você. -me aproximei dela e vi ela corar- mas acho que temos coisas pra resolver primeiro.

Gattaz: não fala assim, quando se trata de você as coisas são mais difíceis pra mim. -respirou fundo-

Thaisa: Depois vocês reclamam da minha pessoa dormir aqui, olha a merda que teria dado se eu não tivesse dormido. -falou sentando na cama- vocês acham que eu sou idiota e que não vi vocês entrando no banheiro juntas ficando 30 minutos lá dentro e saindo juntas também, enquanto tinha uma fila do outro lado querendo usar? Tavam fazendo o que, jogando dominó? -fitou nós duas- dormi com um olho aberto e outro fechado com medo de vocês duas me sufocarem com o travesseiro.

Rosamaria: ontem realmente eu pensei nessa possibilidade. -fui sincera-

Thaisa: tá vendo? Credo -levantou-

Rosamaria: eu queria transar -a fitei-

Thaisa: vocês não são coelhos, já tinham feito isso, deixa o assunto do dia de hoje ser a Sheilla e a Gabriela. Da vida de vocês a gente fala depois. Vamos com calma. -foi pro banheiro-

Gattaz: Thaisa se você abrir a boca pra contar para as meninas. -respirou fundo-

Thaisa: contar o que? Que enquanto todo mundo acha que vocês não estão se suportando no mesmo ambiente vocês estão se comendo em banheiro de balada em outro país? A vou deixar elas descobrirem essa fofoca sozinha. -enquanto ela falava eu mantinha minha mão no rosto com vergonha- manda mensagem pra Sheilla aí e vê se eu já posso voltar pro meu quarto. -pediu-

Gattaz: eu vou matar ela -me olhou pegando o celular e eu ri de nervoso-

Thaisa: não se pode mais falar a verdade nesse lugar que a gente é ameaçada de morte. -falou baixo mas dando pra gente escutar-

Gattaz: ó a Sheilla não tá nem no quarto mais, pode ir -falou mostrando o telefone pra ela-

Thaisa: tá me expulsando?

Gattaz: tô Thaisa, tô sim, beijos -falou levantando e empurrando ela pra fora que logo foi embora- nossa senhora é possível ter um minuto sem constrangimento dentro do meu próprio quarto? -falou olhando pra mim-

Rosamaria: não sei se eu consigo lidar com isso. -falei olhando pra ela com uma expressão séria-

Gattaz: lidar com o que? -perguntou calma-

Rosamaria: isso de não poder te beijar a hora que eu quiser, isso de não poder te amar. -cruzou os braços- porque é tudo tão difícil?

Gattaz: não é difícil, só é preciso fazer as coisas com calma. A gente volta em uma semana, vai ter folga você vai pra Nova Trento e tudo vai se resolver. -vi que ela tentou me dar o olhar mais sincero que conseguia-

Rosamaria: o que a gente faz até lá?

Gattaz: até lá a gente foca nos treinos, ganha esses jogos. Juntas. -estendeu a mão pra mim e me abraçou sinceramente-

Confesso que eu tava com medo, dúvidas era o que não faltava, o que seria de nós, o que seria da nossa amizade, será que conseguiríamos juntas, será que teríamos paciência. Vários serás mas, nenhuma resposta concreta. Por um lado eu entendia a Carol, ela demorou muito tempo para se libertar e não estava disposta a ficar reclusa fingindo que não amava alguém com medo da represália dos outros. Nem eu queria colocar ela nessa lugar. Nem me por nele também. Tava na hora de começar a falar a verdade pra mim, para meus pais e aqueles que eu amo. Eu queria a Caroline e aquilo era nítido e se ela me quisesse o tanto que eu quero, certeza que conseguiríamos passar por qualquer coisa. Mas a certeza era, tínhamos as olimpíadas batendo na porta, ou a gente resolvia isso e dava um jeito de ficarmos juntas de vez, ou eu voltava pra Itália e apagava a Caroline de vez da minha vida. E eu não queria que isso fosse uma opção. E não pretendia que fosse.

...........

O ciclo da VNL era algo extremamente cansativo pra uma atleta, rodar alguns países e cidades jogando, se adaptando a climas, quadras diferentes era desgastante, mas tínhamos que passar. Quando voltamos pro Brasil, acreditei que teria um descanso para ir para Nova Trento, mas devido ao desempenho "meia boca" que executamos nos últimos dois jogos, ganhando, mas com custo, Zé definiu que não voltaríamos pra casa e iríamos intensificar os treinos. Não reclamei, realmente meu desempenho não havia sido dos melhores, precisava treinar, focar. Estar no mesmo ambiente que a Caroline 24/7 me tirava um pouco do foco, e era a única coisa que eu não precisava, eu queria as olimpíadas e se não me concentrasse nesse objetivo, nem eu, nem Carol poderíamos realizar isso juntas. Isso acabou numa conversa longa e decisiva. Tudo o que fossemos resolver sobre nós, seria após a convocação ou não para as olimpíadas, até lá, nosso foco era estar em Tokyo.

_______________

Calmo demais por aqui, não?

The biggest missOnde histórias criam vida. Descubra agora