MENTIROSA...

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Alô bebês, bem cedinho hein, me valorizem.
Votem e comentem muito, até breve.

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Carol Gattaz on

Eu definitivamente estava vivendo o maior sonho da minha vida, os olhos brilhavam de emoção, parecia que o coração ia soltar do peito a qualquer momento. Eu tava preparada pra dar o sangue se fosse necessário pra levar esse título pro Brasil e essa medalha no peito. A viagem foi tranquila, maior parte do tempo eu dormi e o resto acabei vendo filmes aleatórios no avião. Rosa estava do meu lado concentrada em um livro e por um breve momento eu a encarei e sorri. Coloquei minha mão na sua coxa e ali depositei um carinho leve, o que fez automaticamente ela tirar os olhos do livro e depositar em mim. Fizemos uma conexão rápida entre um país e outro e quando menos esperamos já estávamos em Tokyo. O ônibus da delegação brasileira já nos aguardava do lado de fora do aeroporto, pegamos nossas malas na esteira e fomos em direção a ele colocando a mala no bagageiro e indo pro ônibus.
Chegamos naquele mundo particular de atletas e competições passando por alguns pontos que Carolana não poderia deixar de soltar uma piada e fazer todo mundo rir. Fomos direto pro prédio onde ficaria os atletas e comissões brasileiras. Fui pro meu quarto junto com a Rosa e me permiti deitar e descansar.

Havíamos chegado alguns dias antes da competição de fato começar, pra nos acostumarmos com o fuso, as quadras e tudo que havia em Tokyo. Estávamos treinando a 5 dias consecutivos e amanhã seria nossa primeira batalha, Coreia do Sul. No dia seguinte o dia amanheceu quente o suficiente pra mostrar que se estava aqui fora assim imagina como seria dentro de quadra. Ganhamos da Coreia do Sul sem sufoco, 3x0 e nossa expectativa ficava cada vez mais alta em cima do ouro. O outro dia que se aproximou deu-nos uma folga dos jogos mas não de treino, pegamos leve devido ao jogo que aconteceria no dia seguinte mas não deixamos de treinar alguns fundamentos mais importantes e fazer um estudo tático do time adversário que enfrentaríamos amanhã. O dia amanheceu quente como o outro e o frio na barriga se mantinha aqui desde que eu pisei em Tokyo, estávamos prestes a entrar em quadra contra a República Dominicana e fomos jogar com a raça e a competência que construimos durante todo esse tempo de treino, e não foi diferente, vencemos por 3x1, havíamos perdido o segundo set por falha técnica nossa em comunicação, mas recuperamos. O próximo dia foi intenso, sabíamos que enfrentaríamos um dos times mais superestimados da competição, treinamos, estudamos elas com muito mais afinco e confiámos mesmo que ninguém estivesse fazendo isso pela gente, não éramos as favoritas. O amanhã chegou e o Japão era o desafio do dia, com um pouco mais de medo do resultado fomos e entramos em quadra pra mostrar de fato o que sabíamos e com uma virada histórica, o time desacreditado por muitos virou o jogo e levou o Japão por 3x2, aquilo ficaria marcado em mim pelo resto da vida.

Estávamos na final e seria contra a Sérvia e nós sabíamos que podíamos ganhar. Havíamos ganhado uma folga no fim de semana e iríamos treinar segunda e terça intensamente para a final na quarta. Acabamos indo em uma balada no sábado e no domingo que antecedia nossos treinos achamos que era uma boa ideia somente sair para jantar.
Combinamos todas de sair e jantar em um lugar legal mas antes queríamos fazer uma foto do grupo todo no arco das olimpíadas e foi o que fizemos. Depois de muitas fotos, registros e vídeos que guardaria pra minha vida toda seguimos pra jantar em um lugar que havíamos visto chamado II Ristorante Luca Fantin, era lindo, e a felicidade de cada uma ali tornava tudo ainda mais intenso e mais lindo.

Gabi: amor -falou direcionado a Sheilla- eu vou beber vinho -vi ela concordar-

Desde aquela balada que a Sheilla e a Gabriela ficaram elas resolveram não se desgrudar mais o que era muito fofo de se ver, as duas realmente se amavam e estavam felizes juntas.

Gattaz: eu também vou beber vinho -sorri pra Gabriela- quer algo meu bem? -falei olhando pra Rosa-

Rosamaria: vamos de vinho então, acho que a noite está pedindo. -sorri-

Logo o sommelier trouxe a carta de vinhos e deixei que ele e Sheilla definissem o que era melhor.

Roberta: eu vou sentir tanta falta de vocês -falou- dessa bagunça. -deixou uma lágrima escapar e a Brait abraçou ela-

Brait: mesmo sendo o meu último ano e o da Fernanda com vocês eu só quero lembrar que eu amo vocês demais e esse foi o melhor grupo em anos que eu pude ter, vocês fazem parte de mim e da minha vida. -chorou- ano que vem eu dou uma pausa na carreira, quero ter outro filho, mas quero também que vocês jamais esqueçam do vivemos aqui. Nós somos grandes, independente de quem acredite na gente ou não, quarta feira faremos nosso melhor mas de chegarmos até a esse ponto já somos vitoriosas.

Todo mundo estava chorando e se abraçando realmente os momentos vividos até aqui eram únicos, a gente se completava em grupo, em sintonia. Jantamos com calma, em meio a risada e bate papo e Rosa falou comigo algo e eu não entendi pois estava falando algo com a Thaisa e a Sheilla.

Gattaz: oi? -perguntei-

Rosamaria: me envia as fotos pra eu postar.

Gattaz: pode enviar pra você aí -tirei o telefone do bolso desbloqueei e coloquei na frente dela voltando totalmente o meu foco pra Thaisa e a Sheilla-

Rosamaria on

Peguei o telefone da Caroline na intenção de me enviar nossas fotos e enquanto eu enviava uma me chamou atenção, sem nenhuma cerimônia abri a foto e era uma foto dela e da Mesquita. Sendo amiga da Carol a muitos anos já sabia desses rolos que ela tinha com a Camila. Acabei passando pro lado e vi mais uma foto agora dela e de mais um pessoal, inclusive dela, da irmã dela e da Daroit, aquilo de repente me chamou atenção. Olhei a data da foto e peguei meu celular voltando a algumas conversas nossa. A foto era do dia que ela foi pra São Paulo, ela havia mentido pra mim. Ela tava com a Mesquita em São Paulo enquanto eu de otária estava contando para os meus pais sobre ela. Olhei pra ela com um ódio mas ela nem percebeu o que tava acontecendo. Me mantive ali, calada, refletindo e com um ódio que nem mesmo o papa conseguiria tirar, e acima de tudo, triste e chateada, eu havia confiado nela, achado que ela se importava e acima de tudo me entregado pra ela enquanto ela tinha em São Paulo uma peguete reserva. Voltamos pro hotel juntas e minha cabeça ainda fazia um giro de 360° refletindo tudo, chegamos no quarto e ela abraçou minha cintura dando um beijo no meu pescoço.

Gattaz: saudades de você. A gente ta tão focada que nem tempo pra nós a gente tem direito. -beijou um pouco abaixo da minha orelha- sexta e ontem não foi suficiente pra matar essa saudade.

Rosamaria: Carol você vai me desculpar, não tô no clima, tô morrendo de dor de cabeça, tô enjoada. Vou tomar um banho. -me desvencilhei do braço dela e entrei no banheiro-

Fiquei de baixo daquele chuveiro, pensando, refletindo e chorei, o que tinha pra chorar eu chorei, ali no meu silêncio. Eu não deveria ter confiado tanto e nem me entregue tanto a ela assim. Eu era uma completa idiota, eu já conhecia a Caroline o suficiente pra saber que isso facilmente poderia acontecer. Sai do banheiro passando um creme no meu corpo e ela disparou.

Gattaz: Rosa deixei um remédio e um suco pra você ali em cima da bancada. Vou tomar um banho também.

Como ela conseguia ser assim, tão cuidadosa comigo e tão filha da puta também. Somente a encarei dei um sorriso de canto e respirei fundo vendo ela entrar no banheiro. Não era hora pra discutir e me indispor com ela, tínhamos a final e isso era prioridade.

The biggest missOnde histórias criam vida. Descubra agora