Stephen acordou bem mais tarde do que de costume. Isso graças ao som de música alta que vinha do andar de baixo. Se virou de lado e encontrou o seu lado da cama vazio.
Se arrastou até o banheiro ainda sentindo as costas um tanto dolorida pela briga com o Deus do sofrimento. Tomou banho, ajeitou sua barba que estava para fazer e colocou seu antigo moletom da faculdade junto de uma calça, e desceu as escadas.
O som vinha da cozinha, mais precisamente o som da música Sugar. Quando chegou na porta, encontrou a mesa cheia de comidas e Wong no fogão, virando mais uma panqueca.
- Perdi o aniversário de alguém?
- Wong quer comemorar que vai ficar bem. - América disse vindo da copa com os pratos nas mãos. - Ele fez até bolo de chocolate pra Wanda, cadê ela?
- Eu ia perguntar isso agora. - Stephen estranhou a ausência da ruiva.
- Vocês passam a noite juntos e não sabe onde ela esta?- Wong pergunta, desligando o fogo e colocando o prato de panquecas em cima da mesa. - Por que não liga pra ela?
Neste exato momento a porta do Sanctum se abre, com Wanda que vinha com 4 copos de café em uma bandeja.
- O cheirinho está indo até o lado de fora do Sanctum. - Ela sorri passando por Stephen e deixando a bandeja em cima da mesa.
- Quando foi que você saiu? Nem vimos você passar por aqui. - América falou.
- Vocês estavam bem distraídos com a música. - Ela puxou uma cadeira e se sentou.- Eu sai pra dar uma volta, o dia está ótimo lá fora.
- Você chegou bem a tempo de tomarmos café da manhã. - Stephen sorriu e se sentou ao lado dela. - Wong fez até bolo de chocolate.
- Ah, eu amo chocolate.
- Nós sabemos disso!
Os três falaram juntos, rindo logo em seguida.
- Lembro até hoje quando encontrei você na cozinha procurando o chocolate pra fazer.- Stephen sorriu, pegando seu copo de café.
- Ainda não acredito que vocês não tomam chocolate quente no frio!
- Antes não tínhamos, mas agora Stephen nunca deixa faltar.- Wong disse se servindo de uma panqueca.
- Quando foi que vocês dois começaram a ficar juntos? Não me olhem assim, tá na cara de vocês. - América deu de ombros.
- Não sei exatamente. Ela começou a correr atrás de mim do nada.
- Ah, foi assim que aconteceu, Stephen?
- Sem briga! Vamos ter um café da manhã tranquilo. - Wong falou.
[...]
Em um beco próximo ao Kamar Taj, onde não tinham pessoas por perto. Os magos que haviam saído escondido entravam em um portal bem no meio da rua, indo direto para um galpao escuro e úmido, uma antiga fábrica de colchões, em Nova York.
Barão Mordo estava bem no centro, usava seus antigos trajes de mago, com um capuz em sua cabeça. O grupo de mais ou menos dez magos estavam lá para ouvi-lo e o colocar a par de tudo que acontecia, e bem lá no meio, como líder do grupo, estava James.
- Barão Mordo. - Ele o cumprimentou. - Eles conseguiram a cura para a doença do mago supremo.
- Quem diria que aquele rato de biblioteca um dia se tornaria mago supremo. Nunca pensei em como o Kamar Taj caiu em suas decisões. Eles já o curaram?
- Strange guardou muito bem o elixir, mas ainda está no Sanctum. Podemos atacar a qualquer momento, mestre.
- Eles brincam com o equilíbrio da vida, se acham poderosos o suficiente para querer bular a própria morte, assim como a antiga anciã também fez, usando feitiços para não envelhecer.
- Mas a Feiticeira está no Sanctum!- Um dos magos se pronunciou. - Ela é uma ameaça?
- Ela está controlada, na verdade agora parece um cão adestrado. - James riu. - Posso me livrar dela antes de invadirmos.
- Vamos ver isso. Por hora, vamos nos concentrar em achar o local que o elixir está escondido. Eles pagarão por quebrar as regras e darem abrigo a uma assassina! - O Barão se virou para James. - Volte para o Sanctum e descubra alguma coisa, aja de forma rápida. Não podemos perder tempo!
- Sim meu, Mestre.
[...]
- Quer companhia?
Wanda apareceu na porta do escritório. Stephen estava acabando de mandar um e-mail para Jonathan, o médico para quem havia enviado a amostra do elixir.
- A sua? Sempre. - Ele disse fechando o notebook.
Wanda entrou e puxou a cadeira, se sentando de frente pra ele.
- América foi com Wong pra consulta, ele está bem animado. O que o seu amigo disse?
- Ele ainda está fazendo alguns testes, mas pelo que viu o elixir pode curar qualquer doença que exista no mundo.
- Já imaginou salvar tantas vidas?
- Quando me tornei médico era tudo que eu mais queria, salvar vidas. Ou pelo menos salvar todos que passasem na minha mesa de cirurgia. - Ele pausou se lembrando do seu tempo no hospital. - Já te contei por que me tornei médico?
- Nunca me contou, mas quero saber. - Ela o encorajou.
- Eu tinha uma irmã, Donna. Era cinco anos mais nova do que eu, ela era uma grande pestinha.- Deu uma leve risada. - Tínhamos uma casa no lago, quer dizer, ainda tenho ela. Estava brincando na casa da árvore, tinha que ver. Era uma casa muito bem feita, tinha até quadros pendurados na parede.
- Parece um lugar incrível. - Ela comentou, cruzando as pernas.
- Era sim, mas Donna se apoiou em uma tábua que estava solta e acabou caindo com tudo no chão. Eu corri e parei ao lado dela gritando socorro, não sabia o que fazer.
Nesse momento Wanda notou lágrimas que se formavam nos olhos dele. Ela se levantou e deu a volta na mesa. Stephen entendeu o que ela queria e então afastou a cadeira de perto da mesa, deixando que a ruiva se sentasse no seu colo.
- Eu fiquei aterrorizado em não saber prestar os primeiros socorros. Na minha cabeça se eu tivesse feito alguma coisa, poderia ter salvado ela. Por isso fiz medicina, pra nunca mais me sentir um inútil.
- E agora, além de médico você é um mago que protege o mundo de ameaças místicas. - Wanda sorri levando uma mão até os cabelos dele, passando seus dedos pelos fios. - Donna teria orgulho de você.
- Acho que sim. - Ele fez uma pausa e continuou. - Mudando totalmente de assunto, o que acha de mudar suas coisas pro meu quarto?
- Mas por que?
- Já passamos todas as noites juntos mesmo, e quero você ao meu lado.
- Nós moramos na mesma casa, mais próximos do que isso é impossível. - Ela ri e lhe dá um selhinho. - me mudo pro seu quarto com uma condição.
- Qual seria?
- Precisamos de um armário maior, seus trajes de mago ocupam muito espaço.
Stephen concordou com a cabeça e passou um braço pela cintura da ruiva, a abraçando.
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Escolhas
FanfictionWanda sabia o quanto suas últimas ações machucaram outras pessoas. Aprisionar uma Cidade inteira só para ter sua família, ou tentar matar uma criança para ter seus filhos de volta, foi seu maior erro. Aquele erro iria estar pra sempre com ela, assi...