Do lado de fora da sala de radioterapia parecia que a hora não passava nunca. Olhou novamente no relógio e só havia se passado 40 minutos. Wanda tinha que esperar do lado de fora enquanto Wong realizava a sessão, essa era a primeira consulta do tratamento dele, junto ao coquetel de remédios que ele estava tomando em casa.
Luz vermelha ligada - proibido à entrada na sala.
Olhou novamente aquela placa com o aviso e se levantou da cadeira, dando alguns passos até a janela. Estavam no terceiro andar do hospital, a vista que tinha era da pista e de alguns prédios de Nova York. Ela pegou o celular no bolso e colocou na discagem rápida, na segunda chamada ele atendeu.
- Bom dia, minha querida.
- Virei querida agora? Bom dia.
- Sim, você é querida. Como estão as coisas aí?
- Não posso entrar na sala por causa da radiação, mas tô esperando aqui do lado de fora.
- É muito gentil o que você está fazendo, Wanda. Está sendo uma ótima amiga.
- Não estou fazendo nada de tão incrível, é o mínimo. Como está a pesquisa?
- Nada ainda. Estou começando a ler os textos de ocultismo, vai que tenha algo.
- Stephen, eu sei que está preocupado, mas vamos achar algo.
- Assim eu espero. Vou fazer sanduíches pro almoço, algum pedido especial?
- Nada de sanduíches, Wong tem que comer direito!- Wanda se virou ao sentir alguém se aproximar, dando de cara com Christini. - Eu vou deixar você voltar pro seus estudos, não se preocupa com o almoço.
- O que eu faria sem você?
- Provavelmente nada, eu tenho que desligar agora. Te vejo logo.
- Se cuide.
Fim da ligação
- Eu não quis atrapalhar, tô no meu intervalo e vi vocês chegando. Como ele está?
- Ele está aguentando bem.
- Stephen me contou sobre vocês tentarem achar algo que o salve, tomara que encontrem algo. - Wanda fez uma cara de surpresa ao vê que ela sabia. - Eu falei com ele hoje de manhã, daí ele me disse.
- Oh, claro. Bem nós estamos procurando algo que ajude, se tudo der certo vamos salvar o Wong.
- Uma cura pro câncer...isso iria salvar muitas vidas, se for possível, é claro.- A doutora sussurrou.
- Sim, espero que encontremos algo logo. - Wanda disse guardando o celular.
- Também torço por isso. - A mulher olhou no relógio e deu um pequeno sorriso. - Eu tenho que voltar pra emergência, diga ao Wong que eu disse um oi.
- Claro, pode deixar.
Wanda observou Christini andar até o elevador e ele se fechar com ela dentro.
Por um momento se sentiu incomodada por Stephen não ter comentado nada sobre ter falado com a médica de manhã. Não que fosse da conta dela, mas gostaria de saber por ele, que ele anda contando os planos de salvar Wong. Respirou fundo e voltou para seu lugar de frente à porta da sala em que o mago estava, mais 30 minutos e Wong saiu com uma cara não muito boa. Ela pegou o braço dele e o segurou, enquanto o apoiava até o elevador.- Você tá enjoado? Com dor?
- Sinceramente só quero dormir um pouco.
- Vou te preparar um almoço bem leve e depois você vai dormir. Tudo bem?
- Você está sendo um anjo. Não mereço tanto, depois de tudo que falei pra você...
- Está tudo bem. Estamos bem agora, não é?
- Sim, nós estamos.
[...]
- Se me derem licença, eu vou tirar uma soneca e depois vou ao Kamar Taj. - Wong disse se levantando e saindo da cozinha. Deixando Wanda e Stephen sozinhos, já que América não havia ido almoçar no sanctum.
- Quando tudo isso passar, nós dois vamos tirar férias.- Ele disse garfando uma batata.
- É mesmo? E pra onde vamos?
- Algum lugar que você tenha que usar biquínis. - Ele sorri e se levanta pegando os pratos vazios. Os coloca na pia e faz um movimento com os dedos, deixando tudo limpo novamente.
- Contou a Christini sobre estarmos procurando uma cura?- A ruiva foi direta. - Eu não tenho nada com isso, mas acho que não deveríamos sair anunciando isso por aí.
- Ela é de confiança, por isso comentei. Ela quer que ele fique bem, assim como nós queremos. Não precisa se preocupar com isso.
- Está bem. Eu vou pra biblioteca, quem sabe não encontro algo que ajude. - Ela se levanta e vai saindo, com ele ao seu lado.
- Vamos continuar com os livros de ocultismo?- Ele passou um braço por cima do ombro dela, enquanto subiam as escadas.
- Estou com um bom pressentimento sobre isso.
Os exemplares de ocultismo eram selados com uma magia protetora que só Wong e Stephen conseguiam desfazer.
Eram manuscritos antigos e alguns até mesmo com as letras se apagando pelo tempo.
Os feitiços e histórias contidos neles eram tão poderosos que não poderiam cair nas mãos erradas.Wanda pegou um exemplar com a capa marrom e letras prateadas, um manuscrito feito por Dion Fortune, um famoso ocultista conhecido pelo Kamar Taj. Suas história sobre Deuses e profecias antigas, deixavam muitos curiosos com a magia negra e com suas finalidades.
Enquanto folheava o livro despretensiosamente, analisando cada palavra contida ali, seus olhos encontraram algo útil.
- Stephen, acho que encontrei alguma coisa.
O mago largou o livro que estudava e foi ao seu encontro, parando ao seu lado.
- Otkid,o antigo Deus do sofrimento. Ele criou um elixir capaz de apagar os danos causados na mente do homem. Otkid foi exilado para a dimensão PI, entre a terceira e quarta dimensão. Acredita-se que ele tenha levado o elixir junto com ele. - Wanda leu atentamente e então olhou para Stephen, que tinha um olhar diferente pra ela. - Acha que isso é realmente possível?
- Acho que você encontrou o que tanto precisávamos. - Ele se inclina e dá um beijo rápido em seus lábios, pegando logo em seguida o livro das suas mãos.- Já sabemos onde está a cura, vou atrás dela.
- Eu vou com você.
- Adoraria sua companhia, mas Wong não está muito bem, preciso que na minha ausência, você proteja o Sanctum.
- Stephen, eu não...
- Eu preciso de você, aqui no Sanctum. Eu vou ficar bem!
- Você vai arrumar briga com um Deus, tem alguma experiência com isso? - Ela ergueu a sobrancelha, o olhando.
- Não, mas eu só entro numa luta quando sei que vou ganhar.
- Você está mesmo citando a fala do filme que a gente viu? Essa é sua garantia de que vai ficar bem?
- Confie em mim, querida. Vou encontrar a cura e salvar Wong.
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Escolhas
FanficWanda sabia o quanto suas últimas ações machucaram outras pessoas. Aprisionar uma Cidade inteira só para ter sua família, ou tentar matar uma criança para ter seus filhos de volta, foi seu maior erro. Aquele erro iria estar pra sempre com ela, assi...