Capítulo 51

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  A casa ficava localizada bem no meio daquele vasto terreno. Toda feita de madeira marrom e cercada por uma cerca branca também de madeira.
  O jardim da frente tinha uma grande variedade de flores, mas estavam escondidas no meio do capim que havia crescido em volta delas. As rosas brancas, tulipas e margaridas, precisavam urgentemente de espaço para poderem embelezar aquela entrada. Havia pedras brancas fazendo caminho até os degraus que davam para a varanda, onde havia uma larga cadeira de balanço segurada por duas correntes, bem ao lado de uma mesinha feita de algum tronco de árvore dali.
   Na parte de trás da casa ficava a linda vista para o lago, que naquele dia estava claro e limpo, sem nenhum sinal de gelo como no inverno ,quando o lago congela e parece uma pista de gelo. Algumas árvores espalhadas pelo quintal faziam vários tons de verde se encontraram. Era uma casa bonita, em um lugar bonito.
  Quando entraram pela porta da frente ,deram direto na sala branca com os móveis cobertos pelos lençóis e por poeira. Uma mesa grande de madeira dividia a sala da cozinha. Uma cozinha toda em madeira e também pintada de branca. Aquele lugar trazia tantas lembranças para Stephen.
  Wanda notou quando ele apertou sua mão um pouco mais forte, agora se perguntava se era realmente uma boa ideia os dois estarem ali, bem no meio da sala que parecia trazer tantas recordações para ele.

  - Se quiser podemos ir embora, não precisa me mostrar hoje.- Ela disse o tirando de seus pensamentos.

  A ideia de ir até a casa havia sido dele. Acreditava que estava na hora deles terem um lugar só pra ele, sem ninguém por perto. Somente os dois.

  - Está tudo bem, querida. - Sorriu para ela.- Você vai gostar, é uma ótima casa. Tive uma boa infância aqui, espero ter um futuro bom também... claro, junto de você.

  Wanda sorriu em resposta e soltou sua mão, enquanto andava pela casa observando cada detalhe dela. Na parede bem à cima da lareira, uma pintura de um casal sentado com cada criança em seu colo. A semelhança entre Stephen e a irmã eram gigantescas. Os olhos, os cabelos.

  - Ela era bonita. Vocês se pareciam muito com seu pai.

  Stephen se aproximou colocando as mãos no bolso da calça, observando a pintura empoeirada.

  - Me lembro desse dia. Foi difícil para a minha mãe fazer todos ficarem parados, principalmente a Donna. Ela era impossível!- Riu brevemente com aquela lembrança. - Aqui no primeiro andar fica a sala, cozinha, o banheiro do corredor e a sala de jogos lá atrás. Lá em cima ficam o escritório e os quartos, são três. Podemos escolher em qual vamos ficar.

  - Tem certeza que ficar aqui não será ruim para você? Tem tantos anos que você não vem aqui. Eu vou entender se for difícil pra você...

  - Meu pai antes de morrer me disse para não abrir mão dessa casa. Embora ele mesmo não ficasse mais aqui, ele queria que continuasse na nossa família. - Ele se aproximou ficando ao lado dela. - Eu nunca trouxe ninguém aqui!

- Nem uma dos seus tantos casos com enfermeiras? - Ela tinha um sorriso divertido nos lábios.

  Só estava provocando ele.

  - Não, só você, querida.-  Ele confessa, dando um sorriso encantador, se aproximando mais dela. - Vou procurar alguma coisa no escritório lá em cima, tínhamos uma pequena adega de vinhos. Podemos ascender a lareira, bater a poeira do sofá e tomarmos um vinho. As luzes funcionam, eu verifiquei.

  - Tudo bem, eu cuido da poeira.

  Alguns minutos com Stephen procurando no andar de cima algo para beberem, Wanda movimentou seus dedos abrindo a janela, fazendo um vento correr pela sala e varrer qualquer resquício de poeira e sujeira. Agora tudo parecia novo e limpo, até os lençóis que cobriam tudo havia sido levado com aquele vento.

  Quando Stephen desceu segurando uma garrafa de vinho tinto e duas taças, se surpreendeu como em alguns minutos o lugar parecia que havia tido habitantes novamente.
   Se sentaram no sofá. Wanda encostada com as costas no braço do sofá e com os pés apoiados em cima do colo de Stephen, que os acariciava com as pontas dos dedos.

  - Se vamos ficar mesmo aqui há algumas coisas que poderíamos mudar. - Observou depois de dar um gole no líquido de sua taça.

  - Quer tirar o quadro? Por mim está tudo bem...

  - Não! É sua família, e além disso as crianças precisam ver como eram os avós. - Ela sorriu. - Eu digo de pintura... aqui é tudo tão... tão claro e branco.

  - Podemos mudar o que você quiser, Wanda. A casa é sua também.

- O que me lembra uma coisa... podemos ter um cachorro?

- Um cachorro? Não temos tempo pra um cachorro! Fora que Wong é alérgico. Não poderíamos levá-lo para o sanctum quando estivéssemos lá, ele acabaria ficando muito tempo sozinho.

  - Mas eu queria... - Ela soou como uma criança desapontada, formando um leve biquinho. O que fez Stephen rir e a puxar para seu colo.

  - Gosto quando faz essa carinha de cachorro sofrendo.

- Quer mesmo falar de cachorro depois de dizer que não posso ter um?

  - Não, não querida! Desculpe!- Ele riu e tomou seus lábios em um beijo intenso.

  Mas logo o beijo se torna possessivo e desesperado, como se os dois não fizessem amor há muito tempo. O que era mentira, já que desde que voltaram a ficar juntos, era como se estivessem recuperando o ano perdido.
  Wanda se ajeitou no colo dele, colocando uma perna de cada lado do seu corpo, enquanto ele, subia as mãos pelas suas pernas até chegar no zíper da calça que ela vestia.

  O beijou parou e chupões foram deixando marcas no pescoço de Wanda, enquanto ela gemia abafado, correndo as mãos pelas costas dele.
  Seus olhos em um determinado momento se cruzaram, sorriram um para o outro e seus lábios voltaram a se juntar, enquanto as peças de roupas eram tiradas de seu caminho.

                [...]

  Observava como o abdômen dela subia e descia com sua respiração lenta. Lá estava ela, deitada no tapete da sala, enrolada em um lençol que encontraram em um dos quartos. Seu sono parecia pesado e ao mesmo tempo tranquilo.
  Lentamente retirou seu braço de baixo da cabeça dela e se levantou, vestindo suas roupas.
   Por mais que quisesse pela primeira vez obedecer uma ordem de Wong, ele não conseguia tirar de sua cabeça as dúvidas que tinha sobre seu futuro.
  O que ele queria era ter a certeza de que tudo deu certo e estava tudo como deveria estar, e foi com esse pensamento que Stephen subiu para seu antigo quarto, trancou a porta e tirou do bolso seu anel de acesso. Wanda reclamaria, Wong o mataria. Mas tinha que fazer aquilo.
   E foi com esse pensamento que ele se concentrou e movimentou seus dedos abrindo o portal para onde queria tanto ir. O futuro.

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