Capítulo 35

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Harley narrando...

A noite anterior tinha sido estragada por um sonho estranho que tive durante a noite.

Sonho on...

Eu estava a andar pela praia sozinha, e sentia o vento bater suavemente sobre a minha pele. Eu estava descalça e podia na perfeição sentir a areia da praia nos meus pés descalços.

De repente apareceu o Bennett no meu sonho e ele chorava amargamente do outro lado da praia.

Harley: Bennett? Bennett, é você?

Eu caminhava em direção a ele, mas não o alcançava. A seguir eu comecei a chorar e junto comigo um menino chorava alto.

Eu corria. Corria e não o alcançava, ele parecia não me ouvir. A seguir a minha mãe começou a gritar comigo.

Willow: Culpada! Culpada! Por tua culpa o meu filho morreu, você é culpada! Não serás feliz Harley, não serás feliz!

A voz ecoava por todos os lados e o barulho era ensurdecedor.  Levo as mãos ao cabelo e o agarrei fortemente sentido a culpa de algo que eu não fiz me dominar.

Ethan: Harley? Amor, acorda. - abro os olhos assustada e o Ethan me abraça forte. - está tudo bem.  - ele beija a minha testa.

Respiro fundo tentando me controlar. O meu coração estava muito acelerado.

(...)

Eu custei a voltar a dormir. Me levantei cedo e decidi ir a praia e respirar a brisa do mar.

Estacionei a moto num parque de estacionamento próximo, e com os pés descalço comecei a andar até estar próxima ao mar e ver as ondas batendo umas nas outras.

A brisa que vinha era maravilhosa, o sol nem tinha nascido ainda. O clima estava frio e eu abraçava o meu próprio corpo por cima do casaco de couro que eu possuía. Eu estava de pé. Frente a frente o mar e podia ouvir apenas as ondas, e sentir o cheiro de areia molhada. 

Mil e uma lembrança da minha vida foram surgindo na minha mente como um filme. Eu me via menina, me via adolescente e a seguir adulta. Me via sorrindo e chorando em cada fase, excepto na vida adulta. A dor no meu coração de ter sido enganada por tantos anos se fazia presente. E por mais que eu quisesse fingir que estava bem e tinha superado, eu não podia fingir para mim mesma.

Todos os dias eu tinha de me deparar com a triste realidade que é a minha vida. Até quando mais é que eu serei forte? Até quando hei de aguentar? Será que o Bennett realmente morreu por minha culpa? Até quando eu terei de sofrer?

Cada segundo da minha vida eu me pergunto se realmente serei feliz.

Voz: Pára, Max! - me viro para trás e vejo uma mulher se aproximar com um cão.

O cão corria para a minha direção e a mulher tentava ao máximo segurar a trela. Ele se acalmou quando chegou perto de mim. A mulher usava óculos escuros, cabelo castanho claro cacheado, pele meio vermelha, usava uma saia cumprida que cobria os seus pés, e uma blusa de frio. Nada a ver com moda, na verdade.

Voz: porque parou, max? Tem alguém aí? - a mulher segura a trela com mais força e pelo sotaque, ela não é americana.

Harley: olá, senhora! - me pronuncio.

Fera FeridaOnde histórias criam vida. Descubra agora