Capítulo 30

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Harley narrando...

Harley: Harley McCartney. - digo ao porteiro que ao me olhar bem faz sinal e logo o portão é aberto.

Volto a entrar no carro, e percebo que aquela mansão era mais linda ainda por dentro. Havia um caminho de pedras até a entrada ou quase, para quem tivesse a andar a pé. Uma enorme fonte de água no meio do que eu posso chamar quintal, ou quintalão, isso sim.

Árvores cobriam algumas partes do quintal. Estacionei o carro defronte ao casarão e a porta da mansão em seguida foi aberta por uma mulher baixinha cujo os cabelos estavam presos em um coque baixo.

Caminho até ela e a mesma sorri parecendo já saber quem eu sou.

****: seja bem-vinda, menina Harley. Eu sou a Audrey Smith, a governanta. Mas pode me tratar por senhora Smith como todos os outros me tratam. - ela fala educada.

Harley: obrigada, senhora Smith! - dou um leve sorriso para ela.

Srª Smith: é impressionante como vocês parecem a mesma pessoa! - ela exclamou me fazendo dar um leve riso.

Harley: eu... posso? - chamo a atenção dela .

Srª Smith: me desculpa, por favor, entra! - diz toda atrapalhada.- os patrões estão a almoçar no jardim. Eu a acompanho.

Ela começa a caminhar a frente de mim e eu a sigo. Tal como imaginei a casa é muito moderna, os móveis são de luxo e com certeza dos mais caros que há.

A decoração está em tom pastéis, branco e alguns detalhes cinzentos. Caminhamos para um lugar que descobri ser a cozinha que para a minha surpresa podia ter o dobro do quarto do nosso pequeno apartamento no Queens.

Ouvi gargalhadas vindo do outro lado do vidro da porta que tem na cozinha. A senhora Smith passa por mim, e eu a sigo vendo todos sorrindo divertidos enquanto comem tranquilos. Na mesa de vidro que fica ao lado da piscina e de algumas árvores.

A minha sósia, quer dizer, irmã, foi a primeira a me notar. Ela levanta com a mão na barriga me olhando surpresa, ou talvez nostálgica não sei. Todos voltam o olhar na minha direção.

Harley: boa tarde! - foi a única coisa que consegui dizer ao me aproximar da mesa recheada de banquete.

Todos se levantam da mesa surpresos com a minha presença, e é realmente de se estar. Eu não sei se fiz bem em vir, mas...

Sinto os braços da Rachel me apertar em um abraço caloroso. Eu não sabia o que fazer, mas decidi relaxar e retribuir o abraço de uma mãe que eu tanto desejei em toda a minha vida.

Rachel: você veio! - sua voz era um fio. Ela chorava e afastou-se de mim para me olhar melhor.

Olho para cima dos seus ombros e todos os outros choram e me cobrem em um abraço de família. Se antes eu desejava chorar, eu agora desejo mais porque sinto uma alegria fora do comum. Choro mesmo sem derramar uma lágrima e os abraço mais a mim.

Quando finalmente nos afastamos, o Josh, meu pai, me convida a sentar com eles na mesa. Aí nós comemos e conversamos sobre tudo o que ainda faltava falar.

Corey: eu sabia que teria de chegar outra louca. Porque não foi um louco como eu? Assim, eu me vingava por todas as partidas que a Gwen e a Scarlett aprontaram. - nós rimos.

É estranho eu me sentir tão bem no primeiro dia que decidi lutar e resistir aos medos e aceitar que eu tenho família? É egoísmo demais, será?

Scarlett: eu tenho de ir, Família. Fui convidada a participar de uma conferência com a editora de um livro e eu não vou falhar com eles. - diz se levantando.

Fera FeridaOnde histórias criam vida. Descubra agora