Capítulo 33

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Ethan narrando...

Eu acabei de me despedir da Harley praticamente e já sinto a sua falta. Nunca pensei que um dia fosse sentir isso por ela, ainda me sinto até estranho por isso.

Chego em casa após um longo dia de trabalho e encontro o meu pai sentado no sofá como se estivesse a pensar nalguma coisa.

Desde a nossa última discussão que eu não falo com ele nem olho sequer para ele.

Anthony: filho, precisamos conversar. - ele levanta do sofá e me encara.

Eu ia continuar a andar, mas decidi seguir os passos da Harley e pelo menos, ouvir a parte dele. Por isso, parei no meio do caminho segurando o meu casaco na mão. O meu pai usava todos os dias ternos dos mais finos que há e hoje não foi diferente.

Ele usava um terno azul escuro bem alinhado ao seu corpo. Apesar da idade, eu digo com todas as letras que ele ainda é muito jovem e muito bem apresentado. Não me admira que ainda seja perseguido por mulheres solteiras.

Anthony: podes te sentar, por favor?!- perguntou apontando para o sofá. Ainda em silêncio decidi me sentar e ouvi-lo. - obrigado! - sentou-se igualmente e antes de falar pigarreiou.  - nós temos muito para falar, filho. E... de tudo o que temos a falar, eu decidi ser aberto e sincero contigo.  Espero que depois disso, nós... - ele se posiciona melhor no sofá. - possamos nos dar verdadeiramente bem.

Ri sem humor ao que ele disse. Dar-nos bem depois de tudo o que vivi com ele parecia impossível e longe de acontecer.

Ethan: por favor, vá longo ao ponto. Eu estou cansado e no mínimo - gesticulo. - no mínimo, eu mereço isso.

Ele acena concordando e suspira logo em seguida.

Anthony: Ethan, tu já sabes que tudo o que tenho na verdade pertence a sua mãe, pois eu perdi tudo numa aposta de jogos quando tu ainda eras um menino. - ele parecia lembrar com tristeza. - a sua mãe não queria se separar de mim como os pais dela instigaram. Ela quis continuar ao meu lado, e decidiu que eu cuidaria da empresa que ela mesma fez nascer e crescer. Eu ... eu só dei um empurrão para ela chegar onde está hoje. - levo a mão ao queixo e o olho atento. - a Katie, era uma das atendedoras do casino onde eu costumava jogar. - foi inevitável arregalar os olhos surpreso. De tudo o que ele me dizia, essa era a primeira coisa que eu não sabia. - nós tivemos... eu tive um momento de fraqueza absoluta quando me relacionei com ela resultando numa gravidez. - se corrigiu. - e em todos esses anos, eu não sabia da existência da Sophie até ela completar 15 anos. No seu aniversário de 15 anos eu encontrei com a Katie numa loja de conveniência e lá eu conheci a Sophie. Não como minha filha. Na verdade, eu soube disso quando ela completou 17 anos e eu voltei a ... - parecia exitar. - a ter relações com a mãe dela. - disse por fim.

A cada palavra, eu me sentia mais em baixo. Eu não sei se é bom continuar com esse assunto, ou se realmente é melhor eu ouvir e depois decidir o que fazer.

Ethan: não sei se consigo ouvir mais. - digo sentindo uma dor absurda me dominar. 

Anthony: por favor, nós precisamos resolver as coisas entre nós.  - ele pediu. -  me deixa continuar. - ao notar o meu silêncio ele continua.  - a sua mãe colocou os bens dela a minha disposição quando soube da doença e isso inclui essa casa, enquanto tu vivias com os teus avôs no Texas. Eu tenho parte das ações da enterprise, mas a maioria pertence a ti e a sua mãe. - diz sentido. - eu não tenho muito dinheiro.  A verdade é que tudo pertence a ti e eu me aproveitei da sua distância para agir como um perfeito cobarde. Eu não queria voltar a ser um mero camionista como a muito tempo eu e a sua mãe fomos. Ela me deu a chance de ser alguém para provar o contrário aos seus pais e eu não soube valorizar. Aproveitei que ela decidiu ser dona de casa e deixar tudo nas minhas mãos para influencia-la nas suas decisões. O que acabou prejudicando a si também.  Eu quero me desculpar por ter sido um completo estúpido para com vocês dois. - eu ainda estava estático. Ele levantou-se. - eu já falei com a sua mãe e ela me perdoou por tudo o que eu lhes fiz passar. Me perdoa você também, meu filho.

Fera FeridaOnde histórias criam vida. Descubra agora