Capítulo 34

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- Jamais entre aí sem a minha permissão. - Meu corpo estremece com o tom rouco e vibrante de sua voz.
Estou tão perto dele que posso sentir seu calor irradiando.

- O tem aí dentro? - pergunto me prensando contra a parede.

- Isso não te interessa.

- Desculpa, é que eu estava te procurando. - Vou desviando o olhar, quero evitar ao máximo olhar para seu corpo.

- Na proxima vez, me chame. Ao invés de sair abrindo todas as portas da casa. - Fico envergonhada.

- D-desculpe eu fiz sem pensar.

- Cuidado com o que faz! Você poderia ter aberto a porta do banheiro onde eu estava tomando banho - minhas bochechas queimam.
Que vexame...
- Me espere aqui! Vou por uma roupa e te levar pra casa. - Ele anda pelo corredor indo em direção a última porta a esquerda.

Eu vou atrás dizendo:

- Não precisa. Eu vou sozinha. - Ele entra no que parece ser seu quarto e fecha a porta na minha cara.

Que idiota! Depois eu que sou a mal educada...

- Não precisa se incomodar! Estou indo. - Digo mas não sou respondida, quer saber? Tanto faz! Vou no quarto pegar minha bolsa e chamar um táxi pelo celular, não havia nem necessidade de eu avisar a ele.

Quando estou prestes a sair do lugar acabo tendo uma ampla visão do corredor, onde tem dezenas de quadros pendurados nas paredes.

Como eu não notei isso antes?

Cada quadro contém uma moldura preta, grande com uma luz iluminando por cima, não são muito coloridos, mas chamam minha atenção.
Vou em direção ao mais próximo de mim e o analiso.

Nele retrata um homem robusto de cabelos castanhos e paletó, o mesmo está sentado, sério e obsoleto. Seu semblante fechado e sua postura autoritária transmitem uma áurea pesada. O homem parece com William, parece ser um retrato dele.
Mas o homem da imagem tem alguns traços totalmente diferentes.

Vou adiante para o próximo quadro, esse retrata uma paisagem luminosa, aparentemente com prédios, casas e chão molhado. É Nova York. Tenho certeza que esse foi pintado apenas para eternizar uma vista, eu faço isso às vezes.
Mesmo estando meio confuso eu reconheço a imagem pelos traços, já que são semelhantes aos meus.

Olhando para mais um, fico chocada. Retrata uma pessoa angustiada, ela se forma em duas faces como se estivesse presa a seu próprio corpo. As cores são frias e as pinceladas são finas, a imagem é tão profunda que é como se eu conseguisse sentir a angústia do artista, além disso é muito rica em detalhes. Muito específica.


Arte contemporânea... isso sempre mexe comigo.
Eu cheguei a fazer faculdade de artes visuais, mas tranquei o curso e iniciei o de administração com medo de falhar nesse ramo.
Porém sei muito sobre arte, amo arte e reconheço um bom artista, e esse com certeza é um ótimo artista.

Fricciono meu olhar para as letras miúdas escritas no canto do quadro.
"

Hellen Foster".
Foster?

Todos os quadros estão com o mesmo nome, então essa é a...

- Gostou? - me assusto ao ouvir repentinamente a voz de William atrás de mim, me viro o encontrando já vestido. Com uma blusa moletom clara e uma calça marrom com um sinto preto. Ele carrega um enorme relógio prateado no pulso e calça sapatos pretos e elegantes.

O Dominador - Um Toque De PerversãoOnde histórias criam vida. Descubra agora