A arte é meu viver

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WILLIAM FOSTER 

Eu achava que a empregada abriria a porta, mas surpreendentemente quem abre é justamente quem eu vim ver! Elisa.

- Olá Elisa.

- William? O que está fazendo aqui?

- Vim falar com a Kristin, ela está?- Entro sem ser convidado, ela fecha a porta e cruza os braços.

- Não, ela teve que resolver uns assuntos pessoais em Nova Orleans, achei que ela tinha te contado.

- Não, ela deve ter esquecido.- Minto, pois na realidade a Kristin me avisou que sairia, mas óbvio que eu não iria deixar passar a oportunidade de ficar sozinho com a Elisa.

Ela me encara sem reação, ficamos alguns egundos inquietos, deixando um clima tenso no ar.

- Ah... bom, já que você está aqui gostaria de... sei lá, beber alguma coisa?- Assinto que sim, ela passa por mim em direção á cozinha. Coloco a mão nos bolsos e ando logo atrás, notando sua vestimenta. Ela está com uma calça jeans simples, uma blusa bege de crochê e rasteirinhas pretas, enfim, roupas casuais! Mas não muito atraentes. Mas isso não faz diferença já que ela é maravilhosamente linda.

Ela me oferece café quente e eu aceito, e então pega duas xícaras para nós dois.

- Srt. Elisa, me desculpe! Eu não pude atender a campainha. Estava limpando o quintal - Diz a empregada limpando suas mãos molhadas no avental. Enquanto Elisa serve o café quente nas xícaras.

- Não tem problema Celeste! E pare de me chamar assim, já disse que nao gosto de formalidades.- Ela me entrega o café e bebe um gole do seu.

- Desculpe. Oh, olá senhor William! O senhor precisa de alguma coisa?- Aceno que não.

- Bom, se precisarem de mim estarei no jardim! Com licença.- Ela abaixa a cabeça e se retira. Me pergunto o que foi isso que acabou de acontecer, ela com toda essa mordomia deveria gostar de ser tratada como madame. 

- Porque te chamar de Elisa se ela pode te chamar de senhorita? O que é muito mais elegante.- Não consigo evitar de perguntar.

- Porque eu não nasci em berço de ouro e não me sinto confortável em ser chamada assim! Não tenho o nariz empinado como você e a Kristin.- Ela vira mais outro gole do seu café, eu sorrio. Ela é mesmo muito insolente, queria poder dar um jeito nisso rapidinho.

Depois de reparar bastante em seu rosto percebo uma mancha azul na sua bochecha, faço um sinal pra ela mostrando que está sujo e ela automaticamente esfrega o rosto para limpar a mancha.

- Ah, é tinta. 

- Estava pintando? - Balbucio. 

- Sim, eu pinto alguns quadros.- Arqueio a sombrancelha. Então quer dizer que Elisa Cooper pinta quadros? Não posso deixar de me impressionar. 

- Posso ver uma de suas pinturas?- A curiosidade fala mais alto. Ela desvia o olhar, parecendo hesitar por alguns segundos. Mas logo sorri contida e balança a cabeça sinalizando que sim.

- Vem comigo.- Ela anda em direção às escadas, e eu a sigo ansioso pra ver a tal arte que ela faz. Será que ela é boa mesmo? Ou será que só faz alguns rabiscos...
Vamos andando até chegar em seu quarto. Quando entro o perfume dela toma conta de minhas narinas, o doce aroma de seu cabelo toma conta do ambiente inteiro. É como se o quarto fosse ela. Começo a olhar em volta reparando na decoração, um quarto de princesa. Lustre no teto, cama de casal com edredom felpudo, penteadeira de vidro e uma bela televisão. Elisa pode até dizer que não gosta de ser tratada como madame, mas dúvido muito que ela não goste desse quarto todo investido no dinheiro, não posso negar que Kristin tem bom gosto.

- Bonito seu quarto.- Elogio, reparando em volta. Ela pisca num sinal de agradecimento. Quando me dou conta estou na varanda de seu quarto, onde tem um sofázinho encostado em um canto da sacada, um vaso de plantas pendurado e á frente do sofá uma mesinha bagunçada de livros, incensos e um notebook, parece ser sua área de lazer. Logo no outro canto da varanda está seu cavalete com uma tela pintada. E ela bem a frente fechando seus potes de tinta.

- Essa eu estava pintando pouco antes de você chegar. Falta pouco pra terminar.- Fico ao seu lado para reparar bem no quadro. Me surpreendo quando vejo a bela imagem pintada. Ela ilustrou o pôr do sol de agora, olho para a paisagem e vejo enorme semelhança dela para seu quadro, é como se ela tivesse exportado o próprio céu para seu quadro! Está fantástico.
Ela fez questão de realçar cada detalhe da pintura! Do mais pequeno até o mais grande. A pintura além de ser bastante realista ainda tem cores bem vivas e saturadas. O talento dela é admirável.

- Perfeito! Isso é uma verdadeira obra de arte.

- Hahaha, fale a verdade William! Não é porque você é meu amigo que precisa mentir para me deixar melhor.

- Há! Minha cara Elisa se tem uma coisa que eu entendo é de arte. E posso te garantir que sua pintura ficou absolutamente perfeita! Se estivesse sendo vendida em uma exposição de artes eu concerteza compraria sem hesitar.- Ela fica vermelha de vergonha.

- Bom, me sinto feliz ouvindo isso. Eu tenho amor ao que faço, minha arte é minha terapia, meu passatempo.- Seus olhos cintilam quando fala de arte. Ela realmente gosta do que faz, e isso me faz pensar na minha mãe. Ela amava pintar quadros e pela minha casa á vários quadros que ela pintou quando estava grávida de mim, tudo isso me trás boas lembranças. 

- Você... está sorrindo?- Questiona. Eu me recomponho imediatamente.

- Não, só estava pensando.

- Mentira! Você estava sorrindo pro meu quadro. Fico feliz em saber que minha pintura arrancou um sorriso seu.- Ela me olha estonteante. Eu sorrio por dentro, mas por fora mantenho a seriedade.

A campainha toca nos tirando dessa bolha de privacidade.

- É melhor nós descermos.- Assinto, descemos as escadas até a porta de entrada, aproveitando que ela vai abrir eu já vou logo me despedindo.

- Bom, é melhor eu ir! Tenho coisas pra fazer. - Murmuro.

- Está bem, obrigada pelos elogios sobre meu quadro! Isso me deixa muito feliz.- Sorrio expontaneamente e me despeço com um beijo em sua testa. Ela paralisa no lugar não parecendo confortável com o meu ato, mas não tem problema! Faz tudo parte do meu esquema.

Quando Elisa atende a porta damos de cara com ele, o idiota do meu primo Jack, segurando um grande buquê de tipicas rosas vermelhas, que clichê. Acho que se ele tivesse vindo de mãos vazias teria sido melhor.

- Jack? O que você veio fazer aqui?- Diz Elisa.

- Elisa? Eu vim te ver! E você William? O que faz aqui.

Deixo escapar um sorriso calculista. Mas que belo momento pra ganhar ponto com a Elisa...

O Dominador - Um Toque De PerversãoOnde histórias criam vida. Descubra agora