Capítulo 41

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William Foster

São exatamente quatro horas da tarde, era pra mim ter chegado às três e meia mas não tive nenhuma vontade de vim aqui, aliás ainda não tenho! Minha vontade agora era de dar meia volta e ir embora, mas como sempre não tenho escolha.

Entro no restaurante e dou o meu nome ao hostess.

- Venha senhor Foster, há uma moça te esperando. - Há o capeta me esperando, ele quis dizer.
Caminhamos pelo restaurante até a mesa onde Kristin está, ela sacode a perna repetidamente enquanto mexe no celular, não percebe minha presença chegando.

Ela levanta o rosto assim que minha sombra paira sobre ela. O hostess diz "com licença" e se retira. Reviro os olhos e me sento na mesa, de frente a ela.

- Gostou do restaurante? Eu mesma que escolhi. - Olho em volta analisando o ambiente. O restaurante não é muito grande mas também não muito pequeno, as mesas são de mogno, as cadeiras variam entre poltronas e cadeiras mais simples e há vasos de plantas pendurados no teto de enfeite.
O lugar cheira a capim limão, é agradável, só não é mais porque estou acompanhado pela pessoa errada.

- O que você quer Kristin?

- Conversar meu amor, faz tempo que não te vejo, eu senti saudades. - Esse teatro que ela faz me irrita.

Apesar de bonita não tem nada nela que me atraia, nada que me interesse. Quando fui obrigado a chama-lá para sair, a pedi-la em namoro sabia que estaria entrando numa confusão sem fim, e cá estou eu, de frente pra confusão.

- Vamos parar com isso Kristin, nós dois sabemos o que tá acontecendo. Não precisa mais fingir que está interessada em mim, e nem eu em você. - Sua face escurece, ela que antes estava sorrindo estridentemente agora fica séria, seus olhos azuis já não parecem mais tão brilhantes.

- Eu não finjo interesse em você William, eu te quero! Mas quero mais o que você vai ter.

- E eu não quero o que você tem e muito menos você.

- Sabemos que você não tem escolha, que está destinado a ficar preso a mim. Então por que não facilitar as coisas? Por que resistir? - antes que eu responda o garçom chega nos servindo duas taças de vinho branco, ela pediu para nós dois antes de eu chegar.

Ela apanha a taça dando um gole profundo, eu a encaro com um olhar mortal.
Ela quer mandar em mim, assim como o meu pai e isso me revolta de uma forma que eu não sei explicar.

- Eu te odeio Kristin. - Ela me olha fazendo beicinho.

- Oh meu amor, eu queria poder te dizer o mesmo mas apesar de tudo eu sou louca por você William. - Ela toma mais um gole sem tirar os olhos de mim, enquanto isso a minha taça permanece intacta. - Você lembra William quando nos conhecemos pela primeira vez? Quando tínhamos apenas 5 anos?

- Não, não lembro.

- Sério? Pois aquele dia nunca saiu da minha cabeça. Nossos pais nos levaram para uma viagem de negócios na Alemanha, estávamos no chalé de seu pai e nossas mães eram amigas. Eles estavam em uma das filiais enquanto nossas mães ficaram no chalé a espera deles, e eu estava lá, olhando você. Você era tão quietinho, tão tímido...

- Você acha mesmo que vou me lembrar de algo tão irrelevante quanto isso? Que aconteceu a mais de quinze anos atrás? - ela revira os olhos.

- Bom, pois eu lembro! Lembro que eu me aproximava e você se afastava de mim. Mas, uma certa vez eu cai daquele balanço na árvore que ficava ao lado do chalé, e você me ajudou a levantar e desde esse dia ficamos um pouquinho mais próximos. E então teve as outras raras vezes que fomos nos encontrando nos negócios de trabalho dos nossos pais. - Ela fala mas não consigo me recordar de nada, pra mim isso nunca teve relevância alguma.

O Dominador - Um Toque De PerversãoOnde histórias criam vida. Descubra agora