— Jaqueline fica quieta! Que diabos você está fazendo aqui?
— Fica quieta? — o garçom vem atrás dela trazendo nossos pratos numa bandeja — fica quieta o caralho! — ela dá um tapa na bandeja derrubando tudo no chão.
Cubro a boca com as mãos, pasma.
— Jaqueline pelo amor de Deus. — Ele se levanta gesticulando para que ela pare. — Para de ser ridícula você está fazendo um escândalo.
— Seu cafajeste! — ela desce um tapa na cara dele — eu em casa, te esperando a noite toda e você aqui com ela? É desse jeito que você me ama? É desse jeito Jack?
A mulher é forte, corpuda e barraqueira, ela traja um vestido tubinho estampado e usa saltos bem altos. Eu não sou de julgar ninguém pela roupa mas ela está bastante indecente, suas roupas são tão curtas quanto as de uma prostituta.
Ela aponta o dedo na cara delr com suas unhas compridas e vermelhas, todos estão incrédulos e eu também.
Aliás, que porra eu ainda tô fazendo aqui?Eu imediatamente me levanto completamente revoltada. Olho para Jack demonstrando minha total decepção, pego minha bolsa e saio sem trocar uma palavra.
— Elisa Espera! — ele segura em meu braço, mas eu puxo de uma vez e saio cada vez mais rápido desse lugar.
É melhor eu ir antes que sobre pra mim.
— É ela que você quer seu cachorro? Pois eu vou agora lá em casa jogar suas coisas pela janela pra você ir morar com ela. Seu idiota. — Vou descendo as escadas do restaurante deixando toda aquela baixaria para trás, e mesmo no andar debaixo ainda pode-se ouvir as gritarias daquela mulher.
As pessoas me olham confusas enquanto dois guardas passam por mim e sobem as escadas.Eu passo pela porta da frente do restaurante e visto meu casaco às pressas.
— Senhorita! Quer que eu chame um uber? — pergunta o hostess.
— Não! — continuo andando pela calçada me afastando cada vez mais do restaurante. Se eu esperar esse uber chegar corro o risco de me encontrar com aqueles dois quando eles forem jogados pra fora do restaurante.
Porque eu sei que eles vão.Vou andando cobrindo todo o meu corpo com o casaco. Estou com frio, estou com fome e estou com raiva! E meu casaco ficou no carro dele.
Eu achava que estava enganada sobre ele, que finalmente as coisas estavam começando a dar certo. Como eu sou burra.Bem que o William me disse que Jack iria me decepcionar.
As lojas estão fechadas e as ruas iluminadas pelo poste de luz. Os carros passam de minutos em minutos, me fazendo correr risco de vida.Fui andando mais rápido, querendo chorar por saber que estou longe de casa.
Ao ver a rua tão vazia assim, penso que a idéia do uber talvez não tenha sido tão ruim.
Andei mais, e mais, e mais... até ouvir passos junto com os meus.Não olhei para trás com medo do que podia encontrar. Mas não diminui o ritmo dos meus passos! Fui acelerando cada vez mais e ouvindo alguém atrás de mim acelerando no mesmo ritmo.
Meu coração pulsou mais rápido e a adrenalina correu pelo meu sangue.
Naquele momento corri abandonando os saltos no caminho.Ele me perseguindo começou a me chamar:
— Vem cá moça, tá correndo por que?— Olho para trás vendo ele quase me alcançar.
— Socorro! — gritei desesperadamente mas não vi ninguém.
Corri em disparada o mais rápido que consigui pelas ruas desertas da avenida implorando para que alguém aparecesse.— Me deixe em paz! — berrei mas sem sorte, pois ele continuava me seguindo e quase me alcançando.
Era inútil! Ele não desistia.
Quanto mais eu corria mais sentia ele próximo de mim, até algo pontudo e cortante fincar na sola de meu pé.
Não! Não! Não! Não!Gritei de desespero ao sentir a dor irradiar meu corpo.
Ferida e meio manca eu sai da calçada tentando atravessar a avenida e deixando rastros de sangue pelo chão.
Sem olhar para os lados não vi que tinha um carro vindo em minha direção, quando a luz do farol me cobriu senti que ali fosse ser o meu fim.
Não tive tempo de nada além de tampar o meu rosto com os braços e esperar o baque.
Esperava sentir a pancada mas para minha surpresa só ouvi o som derrapante dos pneus.
Eu... eu não morri?Abaixo os braços assustada e vejo o carro que freou a poucos centímetros de mim, pisco os olhos e com as mãos cubro o clarão do farol que atrapalha minha visão.
— Elisa!? — diz o homem dentro do carro.
Essa voz..., não pode ser...
— William?
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O Dominador - Um Toque De Perversão
RomanceElisa Cooper. Uma jovem norte-americana que se muda recentemente para a cidade grande, á procura de um emprego, e novas emoções. Sua vida nunca havia ultrapassado limites, tinha como objetivo trabalhar, e virar uma mulher de negócios. Sem romances...