Capítulo XIII - Choque de Realidade

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Domingo, 09:30 a.m

P.O.V Kathlin

Finalmente o Davi parou de estressar a Layla e começou a dirigir, estavamos num silêncio bom e tudo tranquilo, a música tocando ao fundo e agora o barulho da chuva caindo no teto e no asfalto.

Estou distraída olhando a chuva quando sinto um calor na minha coxa, olho de canto de olho e vejo a mão dele encima da mesma.

Pego e entrelaço com a minha relaxando elas na minha coxa, ele me olha surpreso pelo gesto e fica me admirando achando que eu não tô percebendo.

- Davi, tira uma foto que dura mais! - Falei encostando a cabeça no banco e sorrindo de olhos fechados

- Aí cavala! Não pode mais te olhar bocetuda?! - Falou indignado

Eu olhei pra ele chocada e com a boca igual do emoji com a boca de O e ele prendeu um sorriso grudando os lábios enquanto dirigia o olhar de volta pra a rua.

Soltei a mão dele com um impacto rápido e cruzei os braços, se ele acha que pode me tratar assim ele tá enganado.

Ele encostou o carro e me puxou pra sentar no colo dele na marra enquanto voltava a dirigir, graças a Deus que era um domingo de manhã e não tinha ninguém na rua.

- Davi, me solta não quero! Machista!! Opressor!! - Ele começa a rir e na mesma hora ele coloca a mão por dentro da minha camiseta e passa pela minha barriga fazendo círculos com a ponta dos dedos. Me deixando arrepiada.

- Relaxa mina, só aproveita o momento.

Fala perto no meu pescoço e eu sinto o hálito quente dele, todo relaxado e querido nem parece o furacão que sempre tá. Certeza que fumou uns 2 antes de vir.

- Davi, alguém pode ver!

- É domingo de manhã, ninguém acorda de madrugada no domingo. A rua tá deserta.

- Além disso o vidro é mais escuro e blindado pra nenhum curioso fica secando. - Finalizou

Eu tentei ficar relaxada e tranquila estando no colo dele com ele dirigindo, fechei os olhos e fiquei escutando o barulho da chuva tentando não pensar na merda que isso pode dar.

Como o carro de burguês dele dá pra dirigir só com uma mão, ele ficou passando mão esquerda pela minha barriga contornando o braço na minha cintura dando um "abraço".

Depois de uns 15 minutos chegamos no prédio dele e meus amigos, que prédio chique!

Ele pegou a minha mochila com as coisas da Layla e passou pelo ombro esquerdo, o braço direito deixou nos meus ombros e eu fui segurando a Layla, indo assim fomos até o apartamento dele. Bem casalzinho, mas ele nem percebeu de tão a vontade que tava. E eu já tava me iludindo toda.

Ele abriu a porta do apartamento pra mim e fez um sinal de silêncio na boca, provavelmente o Lucas tava dormindo.

A Layla que as vezes parece que é uma enviada de Satã, latiu no momento que ele pediu silêncio e ele deu um tapinha fraco no focinho dela repreendendo ela.

Então ela sendo o neném querido e simpático que é (pegou a ironia?), MORDEU O DEDO DO ABENÇOADO E ELE BERROU COMO UMA CRIANÇA QUE TEVE O DOCE ROUBADO. Vê se pode.

Ele deu um pulo, eu larguei a Layla no chão e corri até ele, tampei a boca dele com a mão e pelo impacto do movimento rápido que eu fiz ele deu uns passos pra trás e caiu comigo no sofá. Eu ficando por cima dele já toda vermelha de vergonha.

Eu tirei a mão da boca dele e ele me olhou quase que com uma lágrima saindo do canto do olho. Nem parece a pose de machão que ele faz questão de ter em público, o que eu cachorro não faz.

Doce Veneno - Davi PaivaOnde histórias criam vida. Descubra agora