Capítulo XXIII - Brigas e discussões

2.9K 100 32
                                    

Segunda, 06:00 a.m

P.O.V Kathlin

Estou deitada na cama olhando a minha princesinha bolinha de pelos dormindo tranquila na caminha dela que fica ao lado da minha cama.

Tenho que ir pro colégio hoje, tem prova de química e afins, mais eu tô com vontade de cuidar dela o dia inteiro.

Um sentimento vibe materno e tals.

Não deixo de pensar que ela está nessa situação por minha culpa um pouco também.

Quer dizer, se eu não estivesse na casa do Davi a doida não teria chutado meu cachorro e fraturado o meu bebê.

Me parte o coração escutar ela chorando baixinho toda vez que vai se mexer ou quando tá de noite.

O Davi me mandou mensagem ontem me desejando boa noite e pedindo desculpa de novo pelo o que aconteceu.

Tava todo preocupadinho comigo.

Gado ele.

Por mais que eu fale que não é culpa dele e essas coisas, ele continua se culpando.

Mas confesso que adorei ele do meu lado lá me apoiando enquanto esperávamos a cirurgia da Layla.

E todo o apoio que veio depois.

Eu nunca tive ninguém que me apoiasse do jeito que ele me apoia e eu percebo que ele tem medo que eu me afaste dele depois de tudo que aconteceu e eu tô pensando nisso também.

Tipo, eu sei que não é culpa dele, mais eu sei que eu não vejo expectativa de aonde esse "relacionamento" vai dar, ele não parece nem um pouco o tipo de cara que namora e essas coisas.

Mas se ele me pedisse de aliança, flores e tudo o que eu mereço eu aceitaria sem nem pensar 2 vezes.

Porra, eu mereço ser feliz.

Já me fudi muito nessa vida.

Sai dos meus pensamentos quando vi ela abrir os olhinhos dando indício que estava acordando.

Fui me arrumar e desci pra tomar café, vi no espelho do banheiro enquanto tava me trocando que eu tava com muitas olheiras.

Assim que tomei café fui dar uma ajeitada na minha cara que tava péssima.

Com olheiras de quem não tinha dormido e com a cara inchada de tanto chorar.

Vocês devem pensar que eu tô sendo dramática por chorar e me sendo muito emocionada e infantil.

Mas esse cachorro representa o mundo pra mim.

Antes de eu achar ela na rua e adotar ela pra mim (sim, ela é de raça e tava abandonada no meio da rua em uma caixa), eu tava com uma depressão profunda.

Mesmo tendo só 15 anos na época eu tinha perdido minha outro cachorro que eu tinha desde bebezinha.

Ela tinha morrido de câncer.

Pensa, o cachorro que você crescer do lado e que estava presente em todos os momentos da minha vida derrepente morre e você encontra ela morta.

É de traumatizar qualquer um.

E na mesma época que eu perdi ela eu perdi a minha avó, ela é a pessoa que mais me entendia, meus pais sempre foram mais a favor do meu irmão e eu sempre fui a mais excluída.

A minha avó sempre percebendo isso me deixava mais confortável com essa situação e fazia eu não me sentir sozinha.

Então quando eu perdi as duas num curto espaço de tempo caí do precipício. Na escuridão.

Doce Veneno - Davi PaivaOnde histórias criam vida. Descubra agora