Naruto
Não sei bem o que a Shizune queria com a Hina àquela hora do dia. Já era quase noite. Será que o assunto não podia esperar para o outro dia? Bom, o que se pode fazer? Hinata e Shizune conseguiram estender o tratamento para uma bela amizade. A Psiquiatra que também era psicóloga, se compadeceu do caso da minha namorada e abraçou a causa. Ela foi o motivo para eu também não ter desistido, já que cuidou de mim. Tipo, o cuidador também precisa de cuidados. Só fico me perguntando quem seria o cuidador da Shizune, pois se dedica com tanta devoção aos seus pacientes que acaba formando laços de amizades entre si.
Mas já que a Hina iria passar algum tempo na clínica conversando sobre sei lá o que, eu vou aproveitar e tomar uma cervejinha antes de ir para o apartamento dela. Só uma não vai fazer mal.
— Naruto, há quanto tempo, menino? — perguntou o senhor Teuchi, vindo para me atender.
Realmente, já fazia um bom tempo que eu não voltava naquele lugar, cerca de um mês.
— Senhor Teuchi. Sei que lhe devo as minhas desculpas por não ter comparecido ao seu bar nos últimos dias, mas estou aqui justamente para me redimir! — falei, sentando-me no bistrô. — Será que pode me servir uma gelada? Daquela trincando, mesmo!
— Ora, é pra já!
Logo ele veio com a minha cerveja favorita, abiu a garrafa e pôs também um copo na minha frente.
— E como estão as coisas? Fiquei sabendo que vai se casar. — ele indagou.
— Eita, como o povo dessa cidade fala, viu. Mas eu vou sim, pretendo me casar assim que eu me formar. — respondi, depois tomei um gole bem grande da cerveja, que por sinal estava ótima.
— É muito bom o casamento, meu rapaz. Se eu ainda tivesse paciência, cuidaria em arranjar uma companheira para mim. — disse o velho Teuchi.
— E por que o senhor não arruma, senhor Teuchi? O senhor ainda é um homem jovem e cheio de vida. Pode muito bem fazer uma mulher feliz!
A conversa de balcão continua.
— Sim, mas quando se perde a única mulher que você tanto amou na vida, encontrar outra que a substitua se torna bem difícil, meu rapaz.
Poxa, eu não sabia que o senhor era viúvo, aliás, pouco se sabia sobre a vida dele, só que veio de outra Região para colocar o seu bar-restaurante na cidade.
— Eu sei o quanto o senhor deve sentir a falta dela, senhor Teuchi, mas lembre-se, é preciso libertar àqueles que não fazem mais parte de nossas vidas, mesmo eles sendo já mortos, ou ainda vivos!
O senhor Teuchi ficou impressionado com o que eu falei e começou a prestar atenção nas minhas frases.
— Isso que você falou é muito profundo, meu filho. Onde ouviu? — ele perguntou.
— Foi a Hina quem em disse isso outro dia. Assim como o senhor, a Hinata também sofreu uma grande perda, senhor Teuchi. — entrei no assunto da Hina, acredito que aquele homem ainda não havia conseguido se livrar da dor.
— E quem ela perdeu? — ele mostrou interesse.
— A Hina perdeu o pai dela. Ele ficou doente e precisava de uma cirurgia urgente... infelizmente, quando ela conseguiu o dinheiro para pagar a tal cirurgia, já era tarde demais e o pai dela faleceu no hospital.
— Poxa vida, pobre moça. Eu não sabia dessa história. — ele comentou, abismado. — E ela? Conseguiu superar essa perda?
— Eis o X da questão, senhor Teuchi. A Hina caiu numa depressão profunda, ela mal conseguia falar. Até eu mesmo cheguei a pensar as vezes, que ela não fosse conseguir, mas graças e Deus e aos medicamentos indicados pela doutora Shizune, ela está evoluindo muito bem, até consegue sorrir sem aquele brilho apagado de outrora.
— Isso é muito bom, Naruto. Eu gostaria de poder deixar a morte da minha doce Michiko para trás, mas infelizmente eu não consigo.
Foi então que lembrei de a Hina ter dito que gostaria de ter contato com pessoas que estivessem passando pelo mesmo que ela e assim poder ajuda-las através da sua experiência e, eu acho que havia acabado de encontrar a primeira dessas pessoas.
— Qualquer dia desses eu iriei trazê-la aqui para conversar com você, senhor Teuchi e assim os dois possam trocar experiência. — comentei, ele pareceu ter gostado da ideia.
— Eu ficaria muito satisfeito se fizesse isso, meu filho, pois tenho muito que gostaria de desabafar, mas não pode ser com qualquer pessoa. É preciso que seja alguém que tenha passado pelo mesmo que eu.
Vi uma lágrima rolar dos olhos daquele homem já envelhecido, porém bastante forte fisicamente, ele poderia muito bem encontrar um novo amor e voltar a ser feliz, no entanto, a dor da saudade se tornava um empecilho em seu caminho.
— Mas eu acredito que um dia o senhor há de encontrar uma boa mulher que possa lhe fazer muito feliz, senhor Teuchi, pois o senhor merece isso. — eu digo isso e ele logo não segura as lágrimas, mas volta a si novamente e me manda tomar logo a cerveja, senão ela iria esquentar.
Fiz o que ele disse e assim que tomei a minha geladinha, eu paguei a pequena conta e saí. Não podia demorar, senão a Hina chegava e poderia não gostar muito de não me ver em casa.
Só que quando eu ia entrar dentro do carro, logo tenho uma surpresa bem desagradável.
— Será que a gente poderia levar um papo, só um minuto?
Puta que pariu, eu sou um fodido mesmo. O que será que esse cara queria comigo àquela hora? Suspirei e fiz uma pergunta retórica.
— O que você quer comigo, Sasuke? Que eu saiba, nós não temos nada o que conversar!
— Ah, temos sim. — ele mudou o tom de voz. — Eu só queria te pedir, com civilidade, para que você deixe a Sakura em paz...
— O que? Ficou maluco, usou droga? — perguntei. O cara veio com um papo completamente surreal pro meu lado. — Ou será que está bêbado?
— Nem uma dessas coisas — ele explicou — a Sakura me contou que você anda cercando-a nos últimos dias e eu não estou gostando nada de te ver rodeando a minha mulher!
Dei uma gargalhada, não aguentei. Nesse momento, o Gaara a Shikamaru estava acabando de chegar para beberem, quando me veem papo com o Sasuke e logo perceberam que pelas nossas caras, o assunto não era nada amigável.
— O que está pegando aqui? — o Gaara perguntou. — Vocês não estão discutindo, não é mesmo?
— Eu não. — respondi. — Mas o cara aqui está dizendo que eu ando cercando a namorada dele. Veja se pode? O que quer que ela tenha lhe dito Sasuke, — me voltei para o canalha — não é verdade!
— E você acha que eu vou deixar de acreditar nela para acreditar em você? — ele retrucou. Coitado.
— Olha, faça o que você quiser, mas eu não estou e nem nunca estive atrás da Sakura, isso eu lhe garanto. Estou muito bem com a minha Hina, que aliás, vamos nos casar já nesse final de ano!
Falei e dei as costas. Os outros dois tiraram saro com a minha cara, dizendo que já iriam começar a planejar a despedida de solteiro, mas o Sasuke não encarou a notícia muito bem. Ele parece ter mesmo acredita seja lá no que fosse, que a desgraçada da Sakura havia dito a ele. O cara não pensou duas vezes e avançou contra mim. Foi tudo tão rápido que nem deu tempo de os meninos segurá-lo. Sasuke me segurou pelo ombro, fazendo com que o meu rosto se virasse para ele de repente, então desferiu-me um soco, deixando um fio de sangue à mostra.
Filho da puta!
Me enchi de raiva naquele momento. Aquele puto do caralho, além de ter tomado a minha namorada, ainda vinha tirar satisfações, só porque a piranha voltou a dar em cima de mim novamente. Aposto que ele era quem não se garantia, sem dúvidas o pau não era tão gostoso quanto o meu, por que ela veio atrás. Mas não ficou só naquilo, eu revidei. Dei-lhe um baita soco no queixo, que o deixei no chão logo de primeira. Gaara e Shikamaru me seguraram, então o covarde aproveitou e me socou no estômago. Ainda bem que toda a briga aconteceu do lado de fora do bar do senhor Teuchi. Imagina o prejuízo que teria sido, caso fosse do lado de dentro.
— Você é tão covarde que esperou os meus amigos me segurarem para que eu não te quebrasse na porrada e veio me bater! — vociferei, os dois então me soltaram e fui pra cima do pau no cu, de novo. — Foi a piranha da Sakura que veio atrás de mim, seu corno do caralho! — gritei, depois de dar mais uns dois belos socos e ele ter novamente caído no chão. — Eu não tenho culpa se ela prefere mais o meu pau do que o teu, só que eu não tenho o menor interesse naquela vadia, pode ficar com ela toda pra você!
Cuspi o sangue da minha boca e entrei direto no meu carro, enquanto o Sasuke se levantava com dificuldade. Ele sabe que nunca foi páreo para mim e dois socos que eu dei, um no rosto e outro nas costelas, foram o suficiente para ele cair. Não acredito que chegou a esse ponto e tudo por causa de uma vadia. E olha que eu não odeio o Sasuke, eu sei que a cabeça dele está virada por causa daquela puta de merda. Tomara que algum dia ele possa se libertar daquela vagabunda e se dê conta do tanto que perdeu por causa dela. Eu percebi isso, ainda bem que encontrei a Hinata para me fazer voltar novamente aos trilhos, caso o contrário eu ainda estava lá naquele chalé, vivendo feito um troglodita.
Cheguei ao apartamento da Hina e ela já havia chegado. Merda! Era para ter sido apenas uma cervejinha, mas já aquele pau no cu apareceu para foder com o meu final de tarde e tudo por causa daquela... fogo no furico.
— Amor, você demorou... minha nossa, o que houve com você? — Ester gritou assustada ao ver um lado do meu rosto inchado e o lábio inferior cortado, por causa do soco que levei do Sasuke. — Deixa eu cuidar de você, Naruto. Você estava brigando? Com quem?
— Não foi nada, não precisa se preocupar. — falei passando por ela, indo direto para a geladeira. Lá eu peguei um bife fresco e pus sobre o olho e um pouco de gelo para pôs na boca.
— Como não vou me preocupar, Naruto? Tá maluco é? — ela berrou, com as mãos nas ancas. Lá vinha bronca. — Você me diz que já estava vindo pra casa e quando eu chego, você não está. Depois me aparece com a cara inchada por que estava brigando!? Com quem você se pegou, Naruto?
— Ah, tá, foi com o Sasuke. Ele acha que eu estou indo atrás da Sakura.
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Meu presente - Naruhina
Fiksi PenggemarNaruto estava se curando de uma traição e recebeu um presente inesperado