Reunião familiar

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O ônibus parou em frente da Baía Nilo, tendo uma bela vista da praia, onde podia-se ver as pessoas curtindo e crianças correndo.

Hórus desceu do ônibus com a sua bagagem no ombro, ele vestia o seu uniforme cinza e botas de cano alto, mas tirou a jaqueta e a amarrou na cintura, deixando os fortes braços expostos.

Ele fechou os olhos e inspirou o ar. Era boa sentir o cheiro do mar depois de tanto tempo, principalmente com o vento batendo no seu rosto. Também tinha um cheiro de temperos no ar, não muito longe dali.

Hórus olhou para a esquerda, de onde o cheiro vinha e seguiu para lá. Apesar de não ser a direção da sua casa, mas a do seu irmão.

O seu irmão tinha comprado uma casa na baía há uns três anos, era uma casa de dois andares, com uma varanda direto para a água, e do outro lado da rua, tinha um bar que ele construiu com um sócio (que também era o salva-vidas da praia) e servia frutos do mar. O negócio ia muito bem, tão bem que foi adicionado uma máquina de sorvete e um grande freezer também.

Hórus nunca entendeu a obsessão dele com o mar, nem ele mesmo sabe, mas o pai deles diz que poderia ser o elemento do seu lobo interior, que era como uma parte alma de uma pessoa, era o que definia seu segundo gênero também e, em alguns raros casos, poderiam se comunicar com esse lobo.

Algumas pessoas não acreditam nisso, dizendo que era besteira acreditar em algo que não existe, mas Hórus sempre acreditou nesse fato, já que, quando era criança, podia ouvir a voz de alguém na sua cabeça sempre que se chateada. A voz dizia palavras doces, o confortando de todos os males que tinha.

O cheiro de temperos ficou mais forte. Ele estava perto do bar, até podia ver a placa do lugar, com as letras bem grande.

Bar do Hapi

Hapi. Foi muita coincidência que ambos tinham os nomes que começavam com a letra H, o moreno até tinha comentado isso com os seus companheiros das forças aéreas.

Foi obra do destino, disseram eles.

O lugar não era muito grande, mas também não era pequeno, tinha uma pintura de ondas no lado de fora e alguns peixes também, tinha uma áreada parede reservada para mostrar o horário de funcionamento do lugar. A porta estava aberta e tinha uma plaquinha pendurada, escrito em letras brancas "aberto". Tinha risos e tagarelice saindo do estabelecimento, assim como o cheiro de álcool e temperos fortes, também tinha um leve cheiro de sorvete, para a alegria do Hórus.

Faz séculos que não como um sorvete. Foi a primeira coisa que pensou, assim que entrou no lugar.

Como esperado, encontrou um monte de pessoas, adultos, jovens e idosos espalhados por todo o lugar, com os feromôrnios à solta, o que incomodou um pouco o olfato do alfa-ômega. Hórus teve que empurrar algumas pessoas para chegar no balcão, onde tinha uma mulher beta servindo as bebidas.

-Oi, Taweret. -Cumprimentou o moreno assim que chegou no balcão, surpreendendo a mulher.

-Hórus!! -A mulher puxou o moreno para um abraço, depois riu. -Eu não te vejo há muito bem, como tem passado? Quer beber alguma coisa?

-Uma taça bem grande de sorvete, com tudo que tiverem. -O moreno se sentou e largou a bagagem no chão.

-Seu pedido é uma ordem. -Taweret se virou para o lado e chamou alguém, depois ela foi para algum canto, fazer o pedido.

Hórus ficou ali, observando a decoração do lugar, coisas praianas e néon, também tinha algumas decorações de Halloweenie, aranhas falsas, abóboras, fantasmas e outras coisas. Ele não tinha se dado conta que estava perto do Halloweenie, já que nas forças aéreas, o calendário de lá não mostra os feriados, só servia para contar os dias.

Um par... improvável- ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora