Acordado

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A primeira coisa que ele sentiu foi dor.

Seus olhos estavam pesados, seu corpo imóvel e tinha algo encima do seu nariz, mas a primeira coisa que ele sentiu foi uma dor perto do seu pescoço.

Sokaris tentou abrir os olhos ou se mexer, mas não estava conseguindo fazer essas coisas simples, pelo menos, ele conseguia soltar alguns sons para chamar a atenção de alguém.

-A...Al...Alguém... -Foi o que conseguiu dizer antes da dor aumentar repentinamente. -Argh!

-Hã? -Um enfermeiro estava passando na frente do quarto dele, se aproximou do paciente e começou a verificar os seus sinais vitais. -Calma senhor, já vou chamar o médico. Aguenta um pouco mais. -Depois de checar os sinais, ele foi para um interfone ao lado da porta.

Mas o beta não aguentava mais, a dor continua a aumentar, fazendo o seu corpo dormente despertar e se remexer enquanto gemia de dor. Sokaris sentia que tinha um alfinete na sua coluna vertebral, cutucando os seus nervos.

Ele não sabe como, mas conseguiu se sentar na cama que estava e levantar o braço até a parte de atrás do seu pescoço. Precisava achar o local onde doía e tirar esse alfinete desesperadamente.

Então ele sentiu.

Primeiro foi algo comprido, depois seguiu o comprimento até a base, que...estava fincada...na sua glândula...

Em apenas uma ação, o beta puxou aquela agulha pra fora do seu corpo com força, fazendo com que um pouco de sangue jorrasse da sua glândula, mas ele sentiu um alívio por tirar aquela agulha. Depois de ter puxado a agulha pra fora, as suas forças se foram e ele caiu de volta pro travesseiro.

-A MEU DEUS!! -Gritou o enfermeiro, correndo para perto da cama do paciente. -O SEMHOR NÃO DEVERIA TER FEITO ISSO!!

Sokaris apenas abriu os olhos e olhou pro enfermeiro. -Ba...Baixo... -Depois voltou a fecha-los, enquanto relaxava, livre daquela dor insuportável.
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"O sinal abriu aí otario." Disse a voz grossa pro alfa, que olhou pro sinal verde.

-Tá. -Seth apenas disse é continuou dirigindo. Ele tinha inventado uma desculpa pro Thoth para poder ir pra casa e refletir um pouco mais sobre o fato do Hórus ser o seu nuit.

A sua principal dúvida é: O Hórus sabe disso? Ele chuta que não, pelo menos, não ainda. Ele também estava preocupado caso a Rá descobrisse sobre isso, afinal, ela já tinha declarado que o primeiro cônjuge dela foi o seu nuit, mas ela nunca o marcou por medo de prendê-lo em algo que ele não quisesse. Porém ele morreu depois de uma doença e ela se culpa por não ter feito a marca nele.

Quando duas pessoas se marcam, elas passam a pertencer uma a outra e também a compartilharem os feromôrnios um do outro. Em casos de alfa e ômega, a marca de um alfa daria uma camada de proteção no seu companheiro ômega contras outros alfas, mas também compartilharia com ele um pouco das suas células e proteínas, fortalecendo a saúde do ômega. Essa ligação entre marcas se torna mais forte quando as duas pessoas são os nuites um do outro.

E esse foi um dos motivos da Rá se sentir culpava por não ter o marcado. Se ela o tivesse marcado, ele poderia não ter contraído a doença e ter visto as filhas dele se casando.

Agora que Seth pensava nisso, provavelmente foi esse um dos motivos da alfa-lúpus ter ordenado que as suas filhas marcassem os seus cônjuges depois de casados.

"Sinal vermelho." Seth levantou o olhar e parou o carro antes de cruza a faixa de pedestres. "Está muito distraído. Vai acabar causando um acidente assim."

-Me deixa. -O ruivo disse, enquanto esperava o sinal abrir.

Será que ela vai me obrigar a marcá-lo?

Um par... improvável- ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora