Ligação

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Sokaris nunca se viu tão afetado antes.

Ter sonhado com a época quando o Hórus estava fazendo uma peça de teatro na escola dele. A peça era sobre O Príncipe e O Pebleu, Hórus foi escolhido pra ser o Pebleu, ele tinha 11 anos na época.

O beta se lembra que o seu filho ficava ensaiando as frases antes de dormir e depois que comia. Ele até praticava a atuação na frente do espelho.

Sokaris nunca viu alguém tão dedicado a uma simples peça quanto o Hórus.

Ele se lembra de ver a peça com o Hapi ao seu lado. O beta gravava, enquanto o jovem ômega comentava paras as outras pessoas o quanto ele estava feliz e orgulhoso em ver o seu irmãozinho atuando tão bem.

Era um sonho tão realista. Ele podia sentir o peso da câmera na sua mão, as vozes das crianças no palco. Era tão real que o Sokaris realmente achava que estava no verão de 3249.

Mas a realidade o acordou desse sonho.

E a primeira coisa que o trouxe de volta pra realidade, foi a notícia sobre o bebê do seu filho mais velho.

-Como eles não conseguiram identificar o gênero? -Perguntou o Hórus, seu filho mais novo. Ele recém tinha tomado um supressor para o seu cio repentino (que o beta não ficou sabendo até o moreno ter falado pra ele.). -Será que não é um erro do equipamento?

-Todos os equipamentos de identificação, seja de DNA ou de análise de qualquer material orgânico, tevem ser atualizados e examinados há cada vinte dias. -Sokaris se apoia em na mesa e continua bebendo o seu chá. -Assim prevenir algumas falhas nos sistemas e erros. Então, teoricamente, o exame do filho do Hapi não deveria ser inconclusivo.

-Mas é... -Hórus se apoiou nos joelhos e esfregou o rosto com as mãos, suspirando.

Ele tinha ficado responsável pela grande revelação no chá do irmão, algo que o próprio ômega tinha pedido pessoalmente. O moreno estava tão animado, ficava falando disso com o seu pai, com o Seth e com a Taweret, que o ajudava com algumas coisas pra festa. Eles até tinha entrado em contato com um sujeito que fazia pinhatas há uma semana para encomendar.

Mas agora...

-Eu vou ligar pra ele. -Diz o moreno, pegando o celular.

-Ok. -Diz o beta. -Acho melhor você não tocar no assunto de cara, Hor.

-Certo... -O moreno hesitou um pouco antes de apertar o botão de discar o número, esperou alguns minutos e a chamada foi atendida.

-Oi Hor... -A voz do ômega soou, mas estava meio ronca.

-Eai, mano. An...então...como vocês estão? -Ele se repreendeu por ter feito essa pergunta. Era óbvio que ele não estava bem, afinal, ele tinha recebido uma notícia ruim mais cedo e ainda deveria estar muito triste.

Hórus ouviu o irmão suspirar no outro lado da linha, depois um riso fraquinho. -Tô calmo agora. As mães do Jety vieram aqui nos consolar.

-Que bom pra vocês.

-Bem, acho que o pai já falou sobre a nossa situação. -Disse Hapi.

-Sim. Ele já comentou sobre. -Hórus disse olhando pro pai dele, que estava apoiado na mesa com uma cara pensativa.

-Bem...fico feliz que tenha ligado. -A voz do ômega parecia mais animada ao falar essas palavras, o que esquentou o coração do moreno. -Sabe, me pergunto o que vai acontecer agora.

-Bom, vocês podem esperar mais uma semana ou um mês pra tentar saber o gênero de novo. -Comentou o alfa-ômega. -Pode ser que foi só o aparelho da clinica que deu um probleminha.

Um par... improvável- ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora