Conversas

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O menino finalmente terminou as panquecas. Elas estavam bem fofas no meio e os pedaços de chocolate se misturaram bem com a massa.

Anúbis estava orgulhoso. Convencer o seu pai de comprar aquele conjunto de mini máquinas de fazer panquecas foi uma ótima ideia, e ele ainda fez mini donuts e waffles de chocolate em pó meio amargo. Ele exagero, sim, mas exagerou com orgulho.

Tirando a louça, ele vai ter um trabalho para lavar depois.

Depois de deixar os pratos prontos, o menino olhou para o relógio na parede, recém era nove e vinte poucos, seu pai já deveria ter descido agora.

Como se fosse uma deixa, ele ouviu passos descendo as escadas. Virando a cabeça, Anúbis viu os pés do seu pai, sendo acompanhados por Hórus logo atrás.

-Bom dia! -Anúbis os cumprimento alegre, enquanto evitava que Simba subisse na mesa de mármore da cozinha.

Hórus olhou pro menino e sorriu, acenando de leve pra ele. -Bom dia, Anúbis. Como está?

-Estou bem. -Anúbis sorriu pro Hórus. Mesmo eles terem apenas interagindo naquele jantar de semanas atrás, o garoto gostou da companhia do mais velho, e também gostava da sua personalidade calma. -Panquecas?

-Aceito. -Hórus tinha terminado de colocar a sua camisa de botões, a deixando aberto.

Já o seu pai, ainda estava vestindo a mesmo roupa de antes, mas terminou de prender o cabelo, e o seu braço esquerdo estava enfaixado, para a surpresa do garoto.

-Oh pai...

-Sim?

-O que aconteceu com o seu braço? -Apontou para o braço do alfa, que simplesmente olhou e deu de ombros.

-Acidente de carro.

-O que?!

-Um sujeito bateu no meu carro. -Seth se sentou em um dos bancos da cozinha. -Recebi só alguns arranhões no braço. Nada de grave.

-Você tava mancando quando te vi. -Hórus completou, com uma expressão séria no rosto. -E não fala como se fosse algo simples. Você poderia ter se ferido seriamente.

-Sou difícil de ser morto. -O ruivo disse pro noivo. -Sobrevive a uma bala que guase perfurou o meu coração. Não a nada que tente me matar que eu não sobreviva.

-Mas não é imortal. -Hórus completou, enquanto se servia. -Já vi muitos superios de outros esquadrões que sobreviveram a algo impossível uma vez, que depois ficaram se achando que eram imortais.

-O que aconteceu com eles? -Anúbis pergunta.

-Eu soube que dois morreram engasgados com a comida e um outro morreu durante uma missão no Império Inca. -Respondeu o moreno, comendo um pedaço da panqueca, sentindo uma maciez da massa muita boa. -Uau! A massa ficou bem fofa. Como fez isso, Anúbis?

O sorriso no rosto do seu filho indicava pro Seth que, com toda a certeza, iria ter que ouvir sobre as técnicas de cozimento do Anúbis pela quinquegima vez naquele mês.

"Socorrooooo!!"
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O trem não estava muito cheio, então a mulher se sentou em um dos vagões vazios, onde tinha uma visão do outro lado.

Osíris sentou em frente dela, colocando a sua maleta com arquivos ao seu lado no acento. Ele olhou para o seu relógio de pulso, vendo que ainda faltava mais uma hora para chegar no hospital da sua filha. Então ele ainda tinha tempo de levar a beta para o seu escritório e fazer a papelada.

-Quantos anos você acha que ele faria? -Perguntou a mulher pro Osíris, sem lhe lançar um olhar pro alfa.

O homem pensou por alguns segundos, depois olhou para a janela também. -Talvez ele teria uns cinquenta anos.

Um par... improvável- ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora