Alguém querido que se perdeu

62 9 0
                                    

-M-Mas como? -Foi a primeira coisa que ele perguntou enquanto lia a ficha militar do Hórus.

Era inacreditável para ele, pois a última vez que viu o Hórus foi quando ele ainda era um bebê de poucos meses de vida, um bebê lindo e de bochechas gordinhas. Mas agora...Céus! Ele já é um jovem adulto!

A mulher bebeu um pouco do seu chá antes de responder. -Eu também não sei. Eu mal consegui sair viva daquele incêndio. -Ela apertou o seu braço, onde o homem sabia que era onde estavam as cicatrizes de queimaduras. -Por isso eu fiquei tão surpresa quanto ouvir sobre ele no ano passado.

-Espera o que? -O homem olhou pro rosto da mulher incrédulo. -O que você quer dizer?

-Bem Osíris, eu estive investigando o Hórus durante o ano passado, sabe, só para confirmar se era realmente ele. -Ela disse olhando pra sua xícara.

Osíris olhou pra ficha nas suas mãos, se perguntando se isso era uma cópia ou a ficha verdadeira do Hórus, afinal, com as influências dela, ele não duvidava de nada. Olhando para as outras folhas da pasta, Osíris viu que o Hórus tinha sido adotado aos seus oito anos de idade, estudou em escolas particulares, foi jogador de basquete por um curto período de tempo, ingressou nas Forças Aéreas e subiu na posição de Cabo.

O homem esverdeado não pode deixar de se sentir triste com o que estava lendo. É claro que ele estava feliz que o Hórus esteja vivendo a sua vida, mas a tristeza era por não estar lá para ver tudo que acontecia com o Hórus.

-Ele parece feliz. -Osíris comentou os seus pensamentos em voz alta, recebendo um suspiro da mulher a sua frente.

-Sim... Ele é. -Sua voz carregava um tom choroso, que ela tentava disfarçar bebendo o chá. -E ele está noivo agora.

-Sério? -O esverdeado olhou surpreso pra beta. -Ele não é novo demais pra casar?

-Não no país onde ele mora. -A mulher apontou para a pasta, que só agora o homem notou um nome muito familiar para ele.

Kemet.

"Então foi esse o país que ele escolheu." Pensou o esverdeado coçando o queixo, achando que era uma escolha bem elaborada e arriscada, pois o Império de Kemet tem uma vigilância bem rígida dos visitantes e imigrantes.

-Eu tinha sugerido a Alemanha pra ele, mas o ele optou por esse país. -Disse a mulher pra ele, enquanto pegava uma caixa de cigarros da bolsa e acendia um.

-Não me surpreende, pra ser honesto. -Osíris apoiou as suas costas na cadeira, enquanto tomava um gole do seu café. -Afinal, é a sua terra Natal. Talvez ele achasse que lá seria mais seguro pra ele e pro Hórus.

-E olha o que aconteceu. -A beta apontou com o cigarro pro arquivo nas mãos do homem. -Hórus parou em um orfanato, que foi fechado pela inspeção de saúde alguns anos depois.

-Porque trouxe isso pra mim? -Osíris perguntou. -Nós dois não nos falamos a mais de vinte anos. Então, do nada, você me manda um e-mail querendo falar comigo. -Ele larga a pasta encima da mesa. -Tudo isso só pra me mostrar que o Hórus está vivo?

A mulher olhou brevemente pro homem, depois olhou para a sua xícara vazia. Suas unhas batiam na lateral da porcelana, fazendo um barulho baixo. Ela sempre fazia isso quando pensava na sua escolha de palavras, Osíris sabia disso, ele a viu fazer isso várias vezes quando se conheceram. Ele sabia que a beta tinha dificuldade em falar com os outros por causa dessa mania, mas ele não a julgava, na verdade, ele também não era muito extrovertido de qualquer maneira.

A beta se indireitou na cadeira e olhou pro alfa na sua frente. -Preciso de ajuda pra entrar no país.
---
Seth levou o Hórus pro seu quarto só para continuar a beijá-lo.

Um par... improvável- ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora