Depois do jantar

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O Olho de Hórus.

Um símbolo bem conhecido nas regiões desérticas que ficam ao sul do Império de Kemet. Essas regiões não fazem parte do Império, é claro.

Essas terras pertencem ao Reino de Rinelo, um reino um pouco menor que o Império de Kemet, mas que tinha uma economia melhor que o Império e era conhecido pelo seu porto, que traziam recursos e produtos exportados de outros impérios e reinos. Também era conhecido pelo seu histórico um tanto...conturbado.

Esse reino já tinha sofrido com uma ditadura que durou 60 anos, depois veio uma guerra civil para ver quem seria o novo líder. Essa guerra foi disputada por duas facções, os Bicos de Harpias, que queriam criar a sua própria ditadura, e as Asas de Isis, que queriam trazer a antiga glória do reino de volta. Os Bicos de Harpias tinham como aliados a Inglaterra, a Mesopotâmia e Roma; já as Asas de Isis, tinham Hella, a Espanha e o Império de Kemet ao seu lado.

Seth conhecia essa guerra, estudou sobre ela em uma das suas missões especiais naquela região. Ele também sabe que fim levou a guerra, a facção Asas de Isis ganharam e o novo rei escolhido foi o bisneto da última filha do antigo rei que sobreviveu. Um fim bem poético, na sua opinião.

Mas saber que o Hórus era filho de imigrantes daquele reino, o chocou um pouco. Na verdade, até fazia muito sentido.

A guerra aconteceu há mais ou menos vinte e poucos anos e tinha pessoas que estavam fugindo do conflito em busca de paz. O moreno pode ter nascido em Rinelo e ter vindo pra cá com os pais ou os soldados o encontraram e o levaram pro orfanato.

-Mas como você se lembra? -Anúbis perguntou, o garoto tinha um pedaço de carne no garfo, a comida tinha chegado em poucos minutos e a conversa tinha cessado por um tempo, até o jovem alfa voltar ao assunto. -Você mesmo disse que foi para no orfanato quando tinha um ano de vida, não tinha como você se lembrar disso.

-Foi por causa de um paninho de dormir meu. -Hórus respondeu. -Eu o tinha junto comigo quando fui levado pro orfanato, fiquei com ele até estragar por completo.

-Me lembro do pano. -Comentou o ômega ao seu lado. -Eu sempre achava esquisito aquele pano com um olho bem no meio. Me surpreenda que não tenha pesadelos com aquilo.

O moreno deu de ombros. -Sei lá, não me parecia tão assustador. -Depois, comeu um pouco do seu prato. A conversa tinha acabado, na opinião dele.

Mas Anúbis queria saber de mais coisas, mas não tinha nenhuma pergunta na sua mente, então se voltou para a sua comida.

Já com Seth, ele começou a analisar melhor a aparência do Hórus. Principalmente o rosto. Por algum motivo, o rosto do moreno tinha um ar de grandeza, mesmo comendo, talvez fosse os olhos afiados ou o nariz reto, mas o ruivo realmente gostava do rosto do seu noivo.

"Tem certeza mesmo que não está gostando dessa ideia de casamento arranjado?" Perguntou a voz rouca, que estava por muito tempo quieta que o alfa até tinha se esquecido dela.

"É apenas momentaneamente. Logo me cansarei do rosto dele." Seth respondeu. Ele tinha ouvido do seu pai ômega que o seu pai alfa o achava muito bonito quando se casaram, mas depois ele se cansou depois dos primeiros meses de casado.

Ele não gostava de casamentos por acreditar que eram momentâneos, pois no início é uma mil maravilhas, mas depois se torna algo monótono e entediante. O amor era uma coisa passageira, é divertido por algum tempo, mas a diversão sempre acaba.

Perdido nos seus pensamentos, ele não ouviu a pergunta dirigida à ele pelo alfa-ômega, até ouvir a voz da sua cabeça rosnar.

Mas o mais estranho, foi ouvir um outro rosnado, mas não era o da voz rouca. Era mais baixa e também mais jovem.

Um par... improvável- ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora