Capítulo 24

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Ponto de vista de Shikamaru

Ele respirou fundo o ar da manhã e abriu os olhos. A primeira coisa que viu foi um pescoço fino e pálido que terminava em uma espessa juba de cabelo chocolate, descansando sobre seu braço. O corpo de Neji jazia pacificamente ao lado dele no chão da cabana. Shikamaru baixou o olhar e admirou os pequenos ombros encostados em seu peito, movendo-se para cima e para baixo lentamente com a respiração do Hyuuga. Ele observou sua cintura e quadris esbeltos, e então suas pernas delicadas, mas poderosas. O traseiro do menino estava perfeitamente colocado sobre seu colo, e a visão dele enviou uma vibração para sua virilha. Ele estava com a outra mão apoiada na coxa de Neji, e não podia deixar de acariciar a pele macia com os dedos. O cheiro doce do cabelo do Hyuuga o atraiu, e ele se aproximou da deliciosa nuca. Ele estava prestes a plantar um beijo faminto sobre a superfície macia quando ouviu uma voz.

-As batatas fritas de presunto são boas, mas não podem ser comparadas ao queijo. O melhor deles são as sobras que ficam presas nos dedos, onde todo o sabor fica concentrado. Por outro lado, os clássicos...

Shikamaru parou a poucos centímetros antes de alcançar a pele de Neji, e levantou a cabeça para olhar para cima. Parado bem ao lado deles, ele viu um jovem Choji, de cerca de nove anos, completamente alheio ao fato de que ele e o Hyuuga estavam nus, cobertos apenas por um lençol fino.

-Cara, dá um tempo... -o Nara reclamou em um murmúrio, encostando a testa na nuca de Neji.

Era muito cedo para começar a ter visões. Mas, pelo menos, desta vez sua cabeça não doeu. Só se ele prestasse muita atenção, poderia sentir aquele velho formigamento que antes era tão irritante. Evidentemente, sua nova e estranha terapia de sensei estava funcionando.

Shikamaru analisou a possibilidade de ignorar a tagarelice de Choji e se concentrar no corpo apetitoso à sua frente. Não foi muito difícil. Apenas o som suave da respiração de Neji foi o suficiente para fazer todos os seus sentidos vibrarem. Ele gentilmente empurrou seu nariz contra o pescoço delicado do Hyuuga, conseguindo que o garoto mais velho soltasse um suspiro sonolento entre os sonhos. Para o Nara, essa foi a música mais emocionante do mundo. Ele estava prestes a sucumbir aos seus impulsos e beijar a pele doce sem mais delongas, quando outra voz o interrompeu. Desta vez foi sua mãe.

-Pedi para alimentar o cervo. -ela disse. -Jogar o saco de comida ao lado deles não é alimentá-los. Volte para fora e faça-o direito.

Irritado, Shikamaru olhou para ela com o canto do olho. Sua presença finalmente o desencorajou completamente. Havia muitas coisas com as quais ele não se importava, mas ele definitivamente não conseguia se concentrar no sexo se sua mãe estivesse lá.

Exalando com resignação, ele descansou sua testa na nuca de Neji novamente, e ficou lá, apenas ouvindo suas visões falarem, e deixando-se tranquilizar pela respiração plácida do Hyuuga.

Ele passou cerca de uma hora e meia assim. Quando o número de visões chegou a cinco, ele decidiu que seria melhor procurar Rajah para cuidar delas. Com muito cuidado, ele deslizou seu braço livre de sua prisão sob o pescoço de Neji, e lentamente se retirou para não acordá-lo. Uma vez de pé, ele passou alguns segundos observando a bela imagem do menino mais velho descansando calmamente. Sua figura era tão atraente e esbelta, que Shikamaru sentiu que era um sacrilégio se levantar e perder a oportunidade de continuar deitado ao seu lado. O cabelo comprido do Hyuuga escorria pelos lençóis como rios escuros e grossos, e contrastava com sua pele pálida, fazendo-a parecer ainda mais branca. O Nara pensava que se os anjos existissem, eles provavelmente se pareceriam muito com Neji.

Levou muito tempo para tirar os olhos da imagem cativante, mas finalmente conseguiu. Ele apenas vestiu as calças e saiu da cabana, seguido por suas visões.

O início do fim (ShikaNeji)Onde histórias criam vida. Descubra agora