Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
📌 aldeias das marés
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
A partir daquele momento em específico, eu e Lívia passamos a tarde inteira na cama. Não falamos mais nada um para o outro. Absolutamente nada. Não houve sinais para nos comunicarmos. Não houve palavras escritas em um aplicativo de celular ou murmuradas lentamente por seus lábios para que eu as identificasse.
Não precisávamos delas. Eram nossos corpos que estavam conversando entre si, dialogando e se descobrindo, se conhecendo e se entendendo em idiomas que nenhum de nós dois seria capaz de decifrar. Nós só paramos quando o telefone de Lívia tocou, e só falamos quando ela veio me avisar que Cauê e Stephanie tinham dormido, exaustos de tanto brincar. Recebemos fotos de vários momentos dos dois, e o menino parecia feliz pela primeira vez.
Olavo se ofereceu para levá-lo para casa assim mesmo, mas informou que ele era bem-vindo para ficar – ao menos foi o que ela me contou depois, quando já estávamos deitados na cama, sem nem termos combinado que ficaria ali. Na verdade, eu ainda não tinha certeza se iria mesmo dormir comigo, e eu queria muito. Mas fomos deixando as coisas acontecerem. Deitados na cama, por volta das onze e meia, sem nem termos comido mais nada depois daquele almoço, acendemos as luzes dos meus dois abajures, para que pudéssemos nos ver e compreendermos o que queríamos dizer um para o outro.
— "Nunca foi assim, vinnie" — ela só falou isso. Não precisava explicar muitas coisas, porque era bem óbvio o que estava querendo me dizer. O que parecia soar como uma confissão. O que eu poderia responder? O que dizer a uma mulher que fora tão menosprezada, tão maltratada, quando merecia tanto. O filho da puta de sorte que a teve por tantos anos não soube apreciar o quão preciosa ela era, e isso me deixava extremamente puto. E olha que isso era bem difícil de acontecer. Estendi a mão, acariciando seu rosto, realmente não encontrando palavras que pudessem expressar o que eu sentia. Então ela continuou:
— "Não estou querendo me fazer de vítima, porque eu nunca fui agredida durante o sexo, e nunca foi algo traumático para mim, mas..." — Vi seu peito subir e descer, como se estivesse suspirando.
