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VINNIE HACKER

📌 aldeias das marés

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📌 aldeias das marés

No exato momento em que vi que Lívia não estava mais deitada no sofá, percebi que algo de errado havia acontecido

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No exato momento em que vi que Lívia não estava mais deitada no sofá, percebi que algo de errado havia acontecido. Deixei o copo da vitamina de abacate que tinha preparado sobre a mesa de centro, e estava pronto para partir para o quarto de Cauê quando o próprio entrou esbaforido pela porta da casa que dava para a praia. Parei em um dos primeiros degraus da escada, observando-o olhar para mim em pânico, começando a gesticular em desespero.

— "Minha mãe se jogou no mar. Ela estava chamando o meu nome, mas não me viu. Eu estava indo para a casa da Stephanie... não consegui avisar..." — Ele levou a mão à garganta, mostrando que se referia à sua incapacidade de falar. O pobrezinho estava mortificado, sentindo-se culpado.

Uma das primeiras frases que Lívia falou para mim, nove anos atrás, pulsou na minha mente: "eu não sei nadar". Apressei-me para sair da casa, passando pela porta por onde Cauê havia entrado e tirando os chinelos na varanda de Lívia. Corri pela areia, sentindo-a gelada nos meus pés descalços, tentando ver alguma coisa. O mar estava turvo, porque havia promessa de chuva para aquela noite. O céu nublado, o horizonte empalidecido. Sentia-me ofegante, passando as mãos pelos cabelos, procurando-a enquanto ia me aproximando da água, meio que sem saber o que fazer.

Precisava encontrá-la... Deus, eu precisava vê-la...

E vi. Lá estava ela, lutando para sobreviver, com um braço erguido, como se pedisse ajuda. Ou talvez estivesse tentando nadar, da forma mais desajeitada possível, mas sem sucesso. Eu nem hesitei. Lancei-me na água, começando a dar braçadas com toda a minha força, indo na direção dela e tentando não perdê-la de vista. Quando consegui me aproximar, no timing quase perfeito, percebi que estava começando a afundar, mas agarrei-a e a puxei para a superfície, nadando de volta para terra firme, segurando-a e percebendo que estava inconsciente. Ajeitei-a nos braços para carregá-la para a areia, deitando-a e percebendo que não estávamos mais sozinhos. Cauê e o comandante Arnaldo já se encontravam por perto, e o homem abraçava o menino, que escondera seu rostinho para não ver a mãe naquele estado.

𝐓𝐇𝐄 𝐇𝐎𝐔𝐒𝐄 𝐍𝐄𝐗𝐓 𝐃𝐎𝐎𝐑 Onde histórias criam vida. Descubra agora