O dia hoje estava propício e bastante digno para uma ida a praia, eu sentia falta disso, da brisa e dos grãos de areia entre meus dedos.
Eu gostava de sentir a sensação de paz no qual o mar era possível me trazer, e por um momento eu senti saudades de surfar.
Era um sentimento sem explicação era como o amor, difícil explicar mas fácil de sentir.
Macarena sairia do hospital hoje, sua recuperação estava caminhando em rumo desejado e até o momento nenhum sinal de rejeição.
Saray havia pego as chaves de meu carro e ido buscar a loira junto a minha mãe visando que eu e o resto do pessoal organizavamos sua chegada.
Encarna havia preparado o almoço com a ajuda de Kabilla, Román já havia retornado a sua cidade por conta da esposa e eu? Bom, eu apenas fiquei ali observando tudo e com uma ansiedade enorme em tê-la ao meu lado.
Eu estava sentada no sofá em nossa sala enquanto olhava para o relógio de parede acompanhando seus ponteiros se movendo lentamente o que faziam o tempo parecer uma eternidade.
_Zulema, vai querer purê? Encarna me perguntava enquanto desviava meu olhar para ela.
_Pode ser. Sorri e a mesma retornou para cozinha.
Algum tempo depois as coisas estavam prontas e as duas vieram me fazer companhia enquanto esperávamos Saray chegar com a loira.
_Maca faz falta. Kabilla comentou fazendo com que eu a olhasse.
_E bota falta nisso. Respondi me levantando.
_Encarna, lembra como ela era quando criança? Kabilla falava. _Toda metódica com suas coisas e aí de quem tirasse uma pelúcia do lugar.
Encarna sorriu concordando e ambas começaram a falar sobre a infância de Macarena, hora ou outra eu sorria ao escutar os acontecimentos, a loira pelo visto não fora fácil.
Continuei em pé apoiada no encosto do sofá enquanto olhava meu celular.
"Estamos chegando"
Era uma mensagem de minha mãe, ajeitei minha postura bloqueando a tela do aparelho e fui em direção a cozinha pegando uma bolsinha na cor cinza que ficava dentro do armário onde guardavamos medicamentos.
_E essa é a primeira vez que tenho que fazer isso. Falei para mim mesma enquanto pegava uma cartela onde ficava as vitaminas gestacionais.
E errada eu não estava, eu não havia feito pré Natal na gravidez de Fátima, nunca precisei tomar ácido fólico ou outras coisas.
Peguei um copo com água e as tomei, no fundo eu achava aquilo uma loucura até porque nunca em minha vida eu me via nessa situação novamente.
Seria um desafio e tanto, confesso e eu já havia ido a primeira consulta o que deixou Maca desapontada por não participar, tentei amenizar dizendo que não havia sido nada demais e que apenas pegaram meu peso, pediram exames e me receitaram as vitaminas marcando o primeiro ultrassom somente para o próximo mês.
_Zule???? Fui dispersa ao ouvir Kabilla me chamar. _Elas chegaram!
No mesmo instante me virei por impulso e acabei por derrubar o copo no chão.
_Merda. Falei e quando eu iria me abaixar para pegar os cacos maiores, a vi surgir na porta da sala.
Me levantei ao ver seu sorriso e o seu olhar buscar o meu, ela parecia estar bem melhor por mais que estivesse estampado em sua feição o cansaço do hospital.
_Deixa que eu pego querida. Minha mãe falou passando por mim e indo até os cacos.
Estávamos paradas frente a frente apenas nos olhando e por um momento senti que o olhar das pessoas ali pairavam sobre nós duas.
_Seja bem vinda de volta Rúbia. Sorri ao falar seu apelido.
Em um impulso Macarena colocou nossos corpos em um abraço apertado e senti sua respiração em meu pescoço enquanto ela inalava meu perfume de forma desesperada.
_Senti tanta falta do nosso lar. Ela falou selando nossos lábios. _De você.
Todos queriam a atenção da loira, então almoçamos juntos e todo mundo pôde colocar a conversa em dia com ela. Maca ainda se recuperava da cirurgia e não fazia muitos esforços para que nada desse errado, ela ainda precisaria de monitoramento e passaria a cada seis meses com o oncologista para sabermos como tudo está indo.
A noite preencheu o céu e junto com ela nossas visitas também foram para suas respectivas casas nos deixando a sós, haviam tantas coisas que queríamos fazer e tantas mais que precisavam ser ditas.
_Quer assistir algo cariño? Perguntei me sentando ao seu lado no sofá após ter trancado tudo e pego uma manta no quarto devido a queda de temperatura.
_O que vamos assistir? Ela perguntou dando espaço para que eu me sentasse e entregava-me o controle da tv.
Me sentei ao seu lado e cobri nossos corpos com a manta, Macarena se ajeitou no estofado se encostando em mim e deitando sobre meu peito onde imediatamente comecei a acariciar seus fios loiros delicadamente.
_Poderíamos ver terror, o que acha? Respondi olhando a Netflix onde tinha uma nova série.
_Você sabe que tenho medo, Zahir. Ela me repreendeu e eu sorri beijando sua testa.
_Eu estarei aqui. Sussurrei. _Ao seu lado, como sempre loira. A aninhei mais em mim e dei o play.
A série era sobre a teoria do casal Warren sobre vinte e oito dias de investigação com o sobrenatural, no qual faleceram sem saber se a teoria funcionava ou não então seu genro programou tudo isso para enfim estudarem os vinte e oito dias.
Maca hora ou hora agarrava minha blusa entre seus dedos se assustando e eu silenciosamente sorria daquilo.
Ficamos ali e eu acabei por assistir todos os episódios e quando eu estava no último pude notar que a loira dormia serenamente em meus braços com sua mão envolvida em minha cintura de forma delicada.
Sorri com aquilo até porque nesse momento eu já não pensava ser uma loucura ter engravidado, nesse momento eu me via onde realmente deveria estar ao lado da pessoa na qual eu amava e de um serzinho que com certeza nos mudaria e nos ensinaria muitas coisas.
Desliguei a televisão e coloquei o controle em cima da mesa de centro me movendo com tranquilidade para não assusta-la.
_Cariño? A chamei baixinho.
_Huh? Ela respondeu bocejando.
_Está tarde, vamos para o quarto? A chamei e sorri ao vê-lá meio sonolenta concordando.
_Vamos! Ela afirmou e nós levantamos.
Subimos as escadas e em menos de dez minutos Maca dormia profundamente como na sala. Fui até a varanda e fechei a vidraça junto as cortinas, caminhei até nossa cama me deitando ao seu lado a abraçando em conchinha.
_Boa noite, rúbia. Sussurrei em seu ouvido e a senti apertar minha mão entre as suas.
E foi dessa forma que dormimos juntas novamente após tanto tempo, apenas no aconchego de nosso abraço e principalmente em nosso lar.
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Surrender ZURENA (EM REVISÃO)
FanfictionMacarena! Esse nome. Essa garota, se me dissessem que há alguns anos atrás estariamos juntas, eu quebraria todos na porrada até porquê seria uma audácia cogitar estarmos próximas, diria ser um pensamento de uso exclusivo meu, visto que ela e eu nã...