Capítulo 31

181 20 5
                                    

_Ah Zulema, deixa eu ficar com sua arma. Saray falava pela décima vez enquanto a mantinha entre seus dedos.

_Não! Falei tomando o objeto de suas mãos subindo na cama e a colocando em cima do guarda roupa.

_Pô, eu já disse que aprendi a atirar. Ela falou incrédula. _E você não precisará mais dela, agora está brincando de Barbie e Ken.

Revirei os olhos e desci da cama com cuidado por conta da barriga que já estava enorme.

_Não fode, Saray. Falei com a respiração falha, eu estava me cansando fácil ultimamente.

_Depois não diga que não avisei. Debochou e eu lhe mostrei o dedo do meio.

_Vamos, eu te chamei aqui para me ajudar com as coisas já que a loira saiu pra resolver as coisas do quarto com Estefânia. Falei a lembrando do real motivo sobre sua vinda até minha casa.

_Ah, é mesmo. Ela falou e riu. _Eu serei madrinha do seu filho mesmo não é Zule?  Ela falou e eu balancei a cabeça negativamente desacreditada.

_Você é minha irmã, tem dúvidas disso? Questionei e ela negou._Então pare com esses dramas e me ajude.

Parei por um momento de pegar aqueles tantos de roupinhas e tira-las das etiquetas para lava-las. Macarena havia se empolgado bastante com isso, Saray me ajudou e aos poucos descia com as peças para a lavanderia.

_Que foi? Ela me perguntou quando me levantava após ter abaixado para pegar o amaciante no chão.

_Nada não, engole uma melancia e depois me diga se é confortável fazer as coisas que costumava fazer naturalmente no seu dia a dia. Ironizei e ela deu de ombros.

Saray riu e se aproximou de mim pegando o cesto de roupas enquanto eu me levantava.

_Você é teimosa, Zule. Saray falava. _Já te dissemos milhares de vezes que não é bom você se esforçar.

Me encostei na secadora enquanto apenas olhava ela colocar as roupas na máquina de lavar.

_Falaram, mas porque eu iria obedecer? Novamente dei de ombros.

O bebê se mexia muito ultimamente, era algo bom e também desconfortável por causa do pouco espaço que lhe restava.

Normalmente ele se movia após eu me alimentar ou quando estou deitada para dormir onde Macarena fica conversando com ele.

Por mais que eu seja durona, eu já amava aquele serzinho desde quando decidi tê-lo, jamais pensei que meu lado materno iria se aflorar novamente.

A tarde passou tranquilamente, agora eu estava sentada no sofá da sala com um pote de sorvete entre as pernas enquanto eu via televisão.

_Elfo você não se cansa de comer não? Saray se sentou ao meu lado enquanto eu lhe lançava um olhar de "vai cuidar da sua vida". _Fica em paz, não quero arranjar briga não, come , Cachinhos enviou mensagem dizendo que ela e a Maca estão a caminho, que irão passar na casa de Encarna primeiro.

Apenas assenti enquanto olhava a televisão. Saray por sua vez pegou seu celular e ficou entretida no mesmo.

Nossa amizade era assim, conversávamos, brigamos, ficávamos em um eterno silêncio sendo ele confortável ou não, porém todas essas coisas jamais atrapalhou nossa relação, sempre seguimos firmes e fortes.

Teve uma vez na qual pensei que seria nosso fim, tivemos uma briga feia que no momento nem me recordo bem o motivo, na verdade sei sim qual. Saray e eu havíamos saído e ela queria ficar com uma garota só que no final foi eu quem acabou conseguindo ficar com ela e isso misturado ao álcool fez com que a cigana ficasse bastante irada onde até rolou uma pequena agressão entre nós duas.

No dia seguinte ela teve a audácia de me ligar e rir do acontecido, éramos assim. Sangue nenhum nos unia, mas éramos família.

Poderíamos não ter o mesmo DNA mas éramos unha e carne e nós cuidamos uma da outra, sempre levando a empatia que sentimos conosco.

Minha mãe por um tempo até achou que éramos um casal, porque ela não saia aqui da minha casa. Com o tempo ela foi vendo que nossa relação vai além disso, é fraterno.

Espreguicei no sofá e afastei o pote de sorvete já vazio para o lado, peguei meu celular vendo que já estava anoitecendo, logo escuto o portão se abrindo e o som do carro sendo estacionado na garagem olhei para Saray que agora se levantava e ia até a porta da sala sorridente indo em direção  a Estefânia.

Fiz o mesmo, me levantei e também segui rumo a elas, Macarena fechava a porta do carro e caminhava em minha direção com um sorriso.

_Oi meu amor. Ela falou me dando um selinho.

_Demoraram. Falei e sorri enquanto caminhávamos para dentro. _Conseguiu fazer tudo o que tinha que fazer? Perguntei quando já estávamos na sala.

_Sim, a tinta do quarto está no porta malas e semana que vêm a loja  montará os móveis. Ela falou colocando as chaves e o documento do carro em cima da mesinha que ficava na sala.

_Que bom loira, como sua mãe está?  Perguntei.

_Está bem, ela vai viajar para a casa de Román. Ela falou._O que vocês duas fizeram de bom? Ela perguntou indo até a cozinha para pegar água.

_Lavamos as roupas. Falei e logo Saray se intrometeu.

_Eu lavei, fala certo. Você só pegou. Olhei para ela franzindo o cento. _Ela colocou-as na secadora, Maca. Corrigiu e eu pude ouvir a loira sorrir.

_Eu conheço a minha mulher, Saray. Zulema não gosta de lavar roupa. Ela falou voltando e se aproximando de mim.

_Me surpreenderia se você me dissesse algo que ela realmente gosta de fazer. Saray falou e eu arqueei as sobrancelhas, falavam de mim na minha frente como se eu não estivesse aqui. _ Ahhh, já sei. Ela gosta de comer. Senti a alfinetada.

_Já chega, vão continuar falando de mim como se eu não estivesse aqui? Falei olhando para Estefânia que ria.

_Eu estou quieta. A cacheada falou.

_ falando dessas duas mongoloides. Falei.

_Meu amor estamos só brincando, você anda levando tudo para o coração.  A voz da loira soou meiga se aproximando de mim.

_Ou pro estômago. Disse Saray e logo se calou quando não pensei duas vezes em lhe arremessar o meu  sapato.

_Como mesmo, não são vocês que parecem estar com uma solitária na barriga. Falei e senti a loira me cutucar.

_Não fale isso do nosso bebê, ele não é uma solitária. Me repreendeu, e eu balancei os ombros como sinal de desculpas.

_Bom gente, obrigada pelo dia de hoje. Kabilla pronunciou. _Vamos Saray?

_Já? Não vai ter nem uma juntinha pra gente? Ela falou.

_Depois sou eu que sou a esfomeada. Retruquei e pude ver a minha loira sorrir.

_Obrigada meninas, Zulema e eu estamos totalmente agradecidas por tudo que fazem por nós. Macarena falou e eu concordei. _Não é atoa que escolhemos vocês para serem madrinhas do nosso filho.

Por um lado Maca tava certa, esse posto não caberia a mais ninguém a não ser elas duas, nossas melhores amigas.






Surrender ZURENA (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora