Naquele dia a única coisa no qual eu queria fazer era, voltar no tempo. Mas porque? Pelo simples fato de me arrepender de tratá-la da forma que eu tratava, queria ter sido diferente. Quem sabe talvez éramos um casal hoje em dia?
A idéia de ao menos pensar em perder Macarena, me machucava é era como se minha alma fosse dilacerada em diversas partes e nenhuma ao menos sequer conseguia ter uma parte dela.
Fiquei estacionada questionando o porquê de tudo isso acontecer e me esqueci de quantas vezes acabei por socar aquele volante por conta da raiva. Eu só queria proteger e cuidar dela, só queria uma solução.
Liguei o carro e sai dali o mais rápido que pude e quando me vi eu estava parada em frente a casa de minha mãe sem ao menos saber se aquilo era certo ou não, foi como se mesmo que eu não quisesse procurá-la, algo em mim resolveu que seria melhor vir pra cá.
Respirei fundo sentindo minhas mãos ainda trêmulas e o coração acelerando a cada vez mais, desci do carro batendo sua porta com toda força e caminhei a passos largos até a entrada de sua casa.
_Vamos, atenda!
Eu falava enquanto tocava a campainha e olhava para o alto para ver se ela aparecia na varanda.
Minha impaciência era notória, ainda mais quando eu apertava aquela campainha diversas vezes e ainda complementava batendo na porta.
Foi quando a porta se abriu mostrando minha mãe com um roupão em volta do corpo, sonolenta por conta do horário, talvez eu tivesse ficado na frente da casa da loira tempo o suficiente para escurecer.
_Zulema? O que foi querida?
É sempre assim não é? Seguramos o choro, mas quando nos fazem essa pergunta nossa pose sempre cai fazendo que seja impossível continuar a segurar.
Eu não falei nada apenas chorei e me aproximei aceitando com que ela me envolvesse em seus braços, me abraçando.
_Filha, o que houve?
Sua voz preocupada falava e eu só sabia soluçar e chorar enquanto ela me guiava para dentro e me sentasse no sofá.
Não a respondi, somente chorei tudo o que estava segurando e eu me odiava por estar sendo tão vulnerável, minha mãe ficou em silêncio apenas me observando e esperando o meu momento de falar em visto que eu não havia respondido.
Foi quando tomei o ar em meus pulmões e bebi o copo de água no qual ela havia trazido para mim, finalmente criando forças para conter as lágrimas.
_Ela está morrendo!
Falei enquanto bebia o restante da água sentindo sua mão segurar meu ombro.
_Ela quem querida?
Minha mãe perguntou confusa enquanto eu colocava o copo de volta em cima da mesa de centro da sala e a olhasse.
_Macarena!
Minha mãe arregalou os olhos, talvez pelo fato de não ser algo muito comum eu aparecer em sua porta chorando por causa de pessoas.
_O que você fez Zulema?
Minha mãe se levantou assustada levando as mãos até a cabeça confusa, talvez pensando que eu tivesse feit algo de ruim a loira.
_Não, não. Tá maluca? Não fiz nada não, ela tá morrendo porquê o Deus dela é injusto eu não tenho nada ver com isso.
Minha mãe aparentou estar aliviada e se aproximou de novo.
_Me explique melhor para que eu possa entender e principalmente entender o motivo pelo qual Macarena é importante para você, Zulema em tanto tempo só vi você chorar assim...
A cortei imediatamente até porque não queria ficar enraivecida por conta desse assunto, eu queria era me abrir e poder confiar em minha mãe uma vez na vida.
_Não ouse tocar no nome dela, por favor!
Falei em uma súplica, Fátima era tudo o que eu tinha de mais importante e ali notei que Macarena também seria importante para mim até porque só ousei chorar na vida quando a perdi.
_Só espero que um dia você possa me perdoar.
Minha mãe falou, eu realmente estava ali em paz, com uma bandeira branca estendida, eu só queria alguém para desabafar e eu sei que poderia ter feito isso com Saray, mas algo em mim fez eu dirigir até aqui ao invés de ir para a Cigana.
_Se eu não tivesse te perdoado, acha que eu estaria aqui ou te aceitaria na minha casa?
Falei arqueando as sobrancelhas e dizendo o óbvio, no fundo eu tinha perdoado minha mãe.
_Obrigada por se esforçar.
Ela sorriu tocando minha mão.
_Macarena é importante para mim, confesso que no começo ela não me interessava, mas agora, agora não consigo me ver sem a sua presença. E isso me enlouquece até porque nunca senti isso por alguém antes.
Falei percebendo que ela prestava atenção em mim.
_Talvez isso se chame amor, Zulema.
Será mesmo? Paixão eu até aceitava, mas amar era muito para mim.
_Não a amo!
Afirmei vendo minha mãe sorrir.
_Tem certeza? Você dirigiu por quarenta minutos e veio até minha porta alguém que você costuma evitar, chorando por causa de uma pessoa que está prestes a morrer, se isso não é amor Zulema, eu não sei como podemos chamar.
Talvez ela tivesse razão e eu realmente a amava.
_Pode ser que eu a ame, o que eu faço?
Estava perdida eu só queria fazer algo a respeito, cuidar dela.
_O que ela tem?
A pergunta finalmente saiu de seus lábios.
_Leucemia.
Falei enquanto via sua feição mudar demonstrando pena.
_Tem alguns tratamentos, médicos, medicações. Você sabe o que já foi feito?
Neguei com a cabeça, não sabia exatamente nada sobre ela ou a doença.
_Não sei de nada, ela jogou isso pra cima de mim hoje, não sei nada sobre o acontecido.
Minha mãe suspirou se aproximando de mim tocando meu ombro novamente.
_Vai atrás dela, conversem Zulema. Deixe tudo esclarecido, vai ser o melhor a ser feito por agora e só depois de você ter feito isso, descobriremos uma forma de tentar ajudá-la. Conheça-a, se não o fizer e se o pior acontecer, vai se arrepender disso o resto da vida.
No fundo aquela velha tinha razão, não sabiamos muito sobre a outra e precisavamos disso e era isso o que eu iria fazer, conquista-la da forma certa. Eu não iria perder mais ninguém, não agora!
_Obrigada.
Foi o que falei logo após assentir e pegar as chaves do carro.
_Não se esqueça de falar sobre o que sente, confie! Eu vou procurar especialistas.
Ela falou enquanto me levava até a porta.
_Não se preocupe com dinheiro, sabe que papai me manda a quatidade que eu quiser, não sabe? Veja o melhor!
Minha mãe concordou e beijou minha bochecha vendo eu entrar no carro.
_Estou orgulhosa de você.
Ela falou assim que dei partida no motor.
_Eu também estou.
Falei saindo dali e voltando a casa da loira.
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Surrender ZURENA (EM REVISÃO)
FanficMacarena! Esse nome. Essa garota, se me dissessem que há alguns anos atrás estariamos juntas, eu quebraria todos na porrada até porquê seria uma audácia cogitar estarmos próximas, diria ser um pensamento de uso exclusivo meu, visto que ela e eu nã...