Ela solta a orelha dele e me encara, sua raiva emanava no lugar, engulo seco e tento sair correndo, mas ela me segura pela roupa:
Irmã: Aonde você pensa que vai? – Ela dá um tapa na minha cara – Isso é para aprender a ter respeito! – Escutamos alguém aplaudir e olhamos para ver quem era.
Sister: Parabéns Nadiva, que atitude madura! Solte a menina.
Terzo corre e se esconde atrás dela, quando Nadiva me solta faço o mesmo.
Nadiva: Sister, você não entende. Essa garota que você trouxe é problema, não passa de uma rata.
Sister: Olha como fala. Ela é apenas uma criança, não tem vergonha? – Sister deu um passo a frente – Não irei falar nada ao Papa, mas saiba que se algumas das crianças vim reclamar de você, pode ir dizendo adeus.
Nadiva: Sister, não tenho medo de você.
Sister: Então vamos ver – Ela dá um sorriso cínico – S/N, já conhece seu quarto? – Ela abaixa e fica na minha altura. Eu discordo com a cabeças – Terzo, você pode fazer essa favor? Mostre os quartos para a S/N é deixe ela escolher algum.
Terzo: Está bem! Vamos S/N? – Concordo e ele pega minha mão. Sister ficou conversando com Nadiva.
Terzo me leva até o segundo andar, ele ficou falando sobre o convento, as regras daquele lugar, como funciona, horários, etc.
Chegamos em um corredor e ele foi me mostrando as portas e contando quem dormia em qual quarto:
Terzo: Como não temos muitas crianças os quartos são separados. Nessa primeira porta dorme o Primo, ele é um adolescente chato. Esse quarto está vazio, mas aqui tem uma goteira, eu dormia aqui antes, mas me mudei, agora durmo no final desse corredor. Temos três quartos livres... tirando esse, dois.
S/N: Você tem irmãos? – Ignoro totalmente o que ele acabou de dizer
Terzo: Sim! Primo e Secondo seus meus irmãos, mas só de pai, somos todos de mães diferentes. – Ele para e abre uma porta – Esse quarto esvaziou esses dias, ele é muito bom.
O quarto era bem arejado e tinha uma árvore alta que fazia uma sombra quando chegava a tarde. O quarto era muito bom:
S/N: Vou ficar aqui.
Terzo: Sério? – Percebi a cara de desânimo – Só porque o outro quarto era do lado do meu.
Não dei tanta importância pra sua reclamação, mas percebi que ele ficou triste por causa disso. Me sento na cama, ela era bem confortável, bem melhor do minha antiga cama, na qual hoje só resta cinzas. Terzo se senta ao meu lado, porém um pouco distante:
S/N: Você acha que meus pais então vivos, Terzo? – Desvio meu olhar para ele.
Terzo: Eu espero que sim... Eu queria ter uma boa relação pelo menos com meu pai – Coloco minha mão sobre a dele.
S/N: Se precisar eu estou aqui!
Terzo: Você é bem moça pra uma criança.
S/N: Você também é uma criança.
Terzo: Eu tenho cinco anos e você deve ter uns três.
S/N: Quatro.
Terzo: Tanto faz – Ele se levanta – Vou ir beber água, vai querer – Balanço a cabeça em sinal de negação, então ele se retira do quarto.
Me levanto e abro a janela, estava uma tarde muito gostosa, bem fresquinha. Fico ali imaginando se meus pais estavam realmente mortos, começo a chorar baixinho, não quero aceitar que essa é a verdade. Uma sensação de estar sem chão, uma coisa terrível, nunca imaginei que algum dia ficaria sem meus pais.
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Caminho sem Volta - Terzo
Hayran KurguApós seus vilarejo ser destruído com ataque dos nobres, S/N e sua mãe são perseguidas por soldados e oara livrar sua filha, Cássia se rende. Ao fugir S/N chega em uma cidade onde passa a noite. Uma jovem mulher a encontra e leva até um convento, e é...