Adeus Califórnia

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Estou no meu quarto terminando de arrumar minhas coisas para a mudança. Desde que meu pai foi pego pela policia vendendo drogas, minha mãe decidiu que ele não era uma boa influência para mim. Tudo bem, eu sei que é errado, mas não é como se eu fosse fazer as coisas como ele. O pior de tudo é que terei que deixar meu amigo. Sem contar que o novo marido da minha mãe é um saco, só não é pior que o filho, Billy. 

Susan - Max! Traga suas coisas para baixo, já estamos colocando no carro - ela grita do andar de baixo.

Max - já estou indo! - respondo amontoando todas as minhas roupas em uma caixa e descendo com elas pela a escada. 

Susan - Max, cuidado! - ela me repreende após eu tropeçar e quase descer a escada de um jeito nada elegante. 

Neil - Billy, ajude sua irmã - meu padrasto pede ao filho.

Billy - por que? Ela tem braço - ele diz relaxado escorado no seu camaro e ascendendo um cigarro. 

Neil - eu não estou pedindo - Billy hesita mas acaba por me ajudar me lançando um olhar frio e mortal, e eu sabia que isso significava que eu pagaria por isso mais tarde. Eu bufo e ajudo a minha mãe a colocar as coisas mais leves no carro - prontinho 

Susan - vamos? - ela me pergunta. É isso. Adeus Califórnia.

Entro no carro e seguimos viagem para Indiana, Hawkins para ser mais exata. Foram longas horas de viagem, mas pelo menos era um tempo a mais sem conviver com Billy, que nos seguia com seu carro. Nossa nova casa não era grande e nem muito bonita, mas era legal. As ruas de Hawkins são largas, são perfeitas para andar de skate. 

Susan - o que achou? - ela segura em meus ombros enquanto encarávamos nossa nova casa.

Max - não é feia - dou de ombros. Preferia a nossa casa. Hawkins é gelado e nublado. 

Susan - vai adorar aqui, vai fazer novos amigos, vai ver - ela tenta me confortar mas isso apenas me deixou mais irritada. 

Max - eu já tinha um amigo, e casa - me desvio de seus braços e ando em direção a porta de entrada. Fico esperando de braços cruzados Neil abrir a porta.

Neil - fale direito com sua mãe - ele diz baixo e soa ameaçador. Não respondo nada. Assim que a porta se abre coloco as caixas no chão da sala.

Não era grande, no andar de baixo havia a sala de estar e a cozinha. No andar de cima há três quartos e um banheiro.  

Susan - esse vai ser o seu quarto - ela abre a primeira porta e nós entramos. 

O quarto era pequeno, mas confortável. 

Susan - gostou? - eu apenas lanço um sorriso fraco - vai ser melhor para todos nós, você vai ver - ela me abraça e beija a minha cabeça antes de sair do quarto. 

Eu me jogo exausta na cama. Não gosto daqui. Aqui é bem mais frio que a Califórnia. Não tem sol, apenas nuvens escuras. Depois de arrumar o básico da casa nós sentamos na nossa nova mesa de jantar e comeríamos uma pizza.

Susan - a pizza daqui é bem melhor do que a de Califórnia - ela comenta quebrando o silêncio na mesa. 

Billy - a pizza de lá era uma merda 

Neil - ei! Olha a boca - ele o repreendem. Billy apenas continua comendo sua fatia sem se importar com o sermão. 

Susan - amanhã vai ser um novo dia, vocês vão a escola, vão conhecer pessoas novas, e logo nem se lembrarão do que foi deixado para trás

Max - eu nunca vou esquecer meu pai - eu afasto minha cadeira e subo ao meu quarto. 

Escuto Neil e mamãe discutirem sobre meu comportamento mas abafo o barulho com a almofada. Isso era um pesadelo. Resolvo dormir cedo na esperança de acordar na manhã seguinte deitada na minha cama, para ir à escola da Califórnia. Mas isso não acontece. Quando acordo em minha volta está apenas várias caixas e roupas espalhadas pelo chão. Nada das fitas dos meus filmes favoritos, ou meus pôsteres do Leonardo DiCaprio. Pego uma peça de roupa qualquer de uma das caixas, me visto, faço minha higiene matinal e desço para a cozinha.

I See You - LumaxOnde histórias criam vida. Descubra agora