Prólogo

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Vegas é sem dúvidas a cidade dos infortúnios. Cassinos, bebedeira, festas na piscina e... Casamentos.

Quando ouvimos sobre a cidade de Las Vegas aquele clichê das noites iluminadas, regadas de sexo casual, bebidas e junto disso o casamento apressado em alguma igrejinha nem um pouco confiável é a primeira coisa que vem na nossa mente; talvez porque essa é a imagem que os filmes hollywoodianos vendem.

Apesar de ter assistido muito desses besteiróis, eu sempre fui cética em relação a tudo, e com o clichê da "Noite dos arrependimentos em Vegas" também.

Quero dizer... Se eu nunca pensei em me casar durante esses meus 33 anos de vida, por que eu iria decidir isso numa noite aleatória? Nem mesmo duas garrafas de whisky poderiam me fazer pensar em matrimônio, em Vegas ou não.

Mas infelizmente agora eu preciso assumir que a parte da bebedeira é totalmente verdadeira. Perdi a conta de quantos shots de Ciroc Red Berry eu virei na noite passada e esqueci completamente com quais outras bebidas eu misturei, só sei que esse mix alcoólico me fez acordar com um embrulho no estômago.

Depois de abrir os olhos com dificuldade eu me sentei na cama e senti um frio na espinha ao afastar os lençóis. Eu estava pelada.

Ok... Com quem eu dormi?

Permaneci sentada por algum tempo, coçando a cabeça enquanto tentava resgatar algo em minha memória; Algum nome, algum rosto. Mas tudo ainda parecia um enorme borrão.

Consegui lembrar de que falei com alguns empresários que estavam no bar e depois disso... Não, não poderia ser o segurança. Só trocamos alguns olhares e não seria muito ético da parte dele subir ao quarto de uma hóspede.

Tentava desfazer aquele nó em minha cabeça quando ouvi uma espécie de grunhido baixo que me fez perceber que eu não estava sozinha na cama. Diante dessa descoberta eu juntei forças para levantar e me enrolei no roupão de banho que estava estirado em cima da poltrona.

Quando finalmente olhei em direção a cama o meu estado de choque só piorou, pois o que eu vi entre os lençóis e travesseiros brancos foi uma cabeleira longa e loira, sustentada por ombros e costas nitidamente femininas.

Antes que eu pudesse balbuciar alguma coisa senti a ressaca da noite passada chegar violentamente. Minha garganta estava seca e senti um embrulho doloroso no estômago que me fez correr em direção ao banheiro.

Meu vômito estava quase rosa shock e meu rosto afogueado, mesmo com o ar-condicionado do quarto ligado.

Tinha esquecido do que eu vi na cama por alguns segundos, mas depois de lavar o rosto e escovar os dentes encarei meu reflexo no espelho e o choque voltou.

"Por que... Por que diabos tem uma mulher deitada na minha cama?"

Perguntei a mim mesma e lavei meu rosto com água gelada pela segunda vez, dando alguns tapinhas leves em minhas bochechas enquanto saía do banheiro e voltava à cena do crime.

Parei um pouco afastada da cama e juntei as sobrancelhas enquanto analisava o que eu estava vendo. Meu polegar foi parar na minha boca de forma quase automática e eu semicerrei os olhos, começando a roer minha unha.

"Aparentemente... Quer dizer, é claro que é uma mulher."

Estalei a língua no céu da boca e suspirei nervosamente.

"Loira... Caramba, como ela consegue deixar o cabelo tão hidratado?"

Interrompi minha análise com um pouco de indignação na voz, mas então suspirei novamente e me concentrei.

"Certo... Ela tem costas bonitas, bem definidas."

E isso é tudo o que conseguia ver, já que ela estava virada para a o outro. O cabelo, apesar de muito bem hidratado, estava tão bagunçado que cobria inteiramente seu rosto e se espalhava pelo travesseiro. Ela dormia como uma pedra.

De Repente Casadas | Sáfico Onde histórias criam vida. Descubra agora