Capítulo 30: "Essa festa virou um enterro"

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Por favor, tome bastante cuidado com essa caixa.

Alex pediu olhando para o rapaz dentro do caminhão de mudanças; Já era a terceira vez que ela falava a mesma coisa. Ela não dava espaço para ele trabalhar sozinho; O acompanhava e ditava como deveria manusear suas coisas até a casa nova.

Não, não deixe em cima dessa, pode acabar danificando alguma coisa.

O rapaz moveu a caixa até o local que ela indicou enquanto a encarava com uma expressão de poucos amigos, pensando que aquela sem dúvidas era a sua pior cliente.

Leve aquela ali primeiro.

Ela apontou depois que ele já tinha descido do caminhão com uma caixa diferente. Ele respirou fundo e subiu novamente, pegando a caixa que ela havia pedido.

Ele deveria ter seus dezenove anos de idade; era magricelo e branquelo, e a princípio ficou fazendo piadinhas para os amigos de trabalho quando viu que a cliente seria uma mulher tão bonita, por isso ela estava o fazendo sofrer em dobro.

Mesmo se ele não tivesse feito o que fez, ainda assim ela estaria ali, monitorando, pois não deixaria desconhecidos transportarem seus pertences como bem entendessem.

Não jogue a caixa no chão desse jeito, garoto. Já pensou que fazendo isso pode quebrar alguma coisa? Coloque com cuidado, tenho certeza que suas costas funcionam melhor que as minhas.

O rapaz parou colocando as mãos na cintura e a encarou com uma cara de tédio; Já tinha perdido a paciência. Os amigos dele também estavam ajudando com as caixas, mas ela ficava apenas no seu pé.

— Desculpa, moça... Mas você tá querendo me ensinar a fazer meu próprio trabalho? — Ele perguntou e ela cruzou os braços, indignada com a audácia do jovem.

— Ah, estou sim! Assim que você chegou eu vi que você era cabeça de vento. Você acha que não notei pra onde você estava olhando enquanto cochichava com seus amigos? — Ele abaixou a cabeça, se arrependendo instantaneamente de ter reclamado. Alex revirou os olhos e mexeu no bolso da calça, retirando sua carteira de lá. Ela já tinha pago o serviço, mas sempre dava gorjetas. O rapaz tinha se comportado muito mal, mas mesmo assim ela lhe entregou uma nota — Divida com os outros. — Ele agradeceu e saiu em direção aos outros rapazes; Quando os alcançou eles começaram a tirar sarro dele por ter recebido um tranca de Alexandra.

Alexandra passou algumas semanas seguindo a mesma rotina de acordar mais cedo e sair mais cedo do trabalho. Todos os dias ao deixar a empresa ia resolver algum assunto relacionado a casa e a sua saída do apartamento/flat onde morava. No final, tudo acabou dando certo e agora ela já tinha todas as suas coisas no seu novo lar.

Ela olhou aquele amontoado de caixas e suspirou, pensando em como teria que passar a sua sexta-feira inteirinha arrumando aquilo. Mas aí ela lembrou que Kim tinha deixado bem claro que ela poderia chamá-la caso precisasse de uma mãozinha, e foi isso que ela fez. Em pouco tempo a amiga bateu em sua porta.

Antes de tudo, Alex fez um tour pela casa; mostrou todos os quartos, um por um. O jardim pequeno, mas refrescante... A casa era realmente enorme e muito bem construída. Grande até demais para uma pessoa morar ali completamente sozinha.

Como tudo o que tinha ainda estava trancado em caixas ela improvisou uma limonada e elas tomaram antes de colocar a mão na massa.

Começaram pela manhã, pararam a tarde e foram num restaurante almoçar, depois voltaram e trabalharam mais um pouco na organização. Quando o dia já estava escurecendo elas foram no mercado comprar "comidas fáceis", já que o novo fogão de Alexandra ainda iria chegar e enquanto isso não acontecia, ela precisaria se alimentar de outra forma.

De Repente Casadas | Sáfico Onde histórias criam vida. Descubra agora