O ursinho abriu a porta do seu quarto e eu não sabia como ia conseguir estar perto dele sozinha, não só porque pensava todos os dias nele e sabia que já sentia algo mais, como nos últimos meses eu tinha começado tendo sonhos molhados com ele, sim, gente, eu tinha sonhos eróticos com ele.
Ele se sentou na cama e eu me sentei na outra ponta oposta sem saber o que fazer ou falar. Interiormente eu estava num misto de emoções, timidez por estar tão próxima dele, mas excitação também e felicidade por eles estarem de volta.
Ele foi o primeiro a cortar o silêncio esquisito que se tinha formado, dizendo ou afirmando:
— Então você não sabia do meu perfume né — disse ele rindo, mas ele estava diferente como se quisesse flertar comigo. Sim, por acaso eu tinha colocado o perfume dele naquele dia, fiquei envergonhada e lhe respondi:
— Nada a ver, eu comprei um perfume parecido só isso — eu disse tentando o convencer.
— Sei — disse ele se aproximando de onde eu estava, num momento ele se levantou e ficou me encarando, me encarando de uma forma que eu estava ficando até constrangida, ele estava mesmo diferente cada vez mais eu via isso, e eu não sabia como corresponder, me levantei e tentei ir embora, não estava com medo apenas muito tímida e como eu disse excitada até, porque quando o olhei eu desejei o poder beijar e não sabia se o devia fazer.
— Não vá embora por favor, meu bem... — disse ele logo se movendo para o meio da cama e me olhando safado, não estava entendendo, mas algo dentro de mim, estava gostando disso.
O telefone fixo do hotel tocou, aqueles telefones de fio e ele o pegou sem desgrudar o olhar de mim.
— Calma, mana que houve — dizia ele ao telefone para a irmã e a sua expressão tinha mudado para ar de preocupação.
— Que se passa me diz — eu disse para ele preocupada e já nem me importando de estar perto dele.
— Ela está histérica, não entendi, acho melhor irmos ter com ela — disse o ursinho se levantando da cama.
— Então que estamos aqui a fazer vamos — falei abrindo a porta.
Quando pus a mão na porta do quarto de Inês esta estava destrancada, mal entrei, vi Inês na cama sentada agarrada nos joelhos, os seus olhos arregalados, pensei logo que alguém lhe tinha feito mal.
— Amiga me fala que fizeram com você, alguém fez mal a você? — perguntei me aproximando dela.
— Ela... ela está ali — dizia ela gaguejando e até parecendo tremer. Ao olhar para onde ela apontou de seguida eu vi um pequeno ser inofensivo na parede (uma aranha).
— Amiga, você não pode estar nesse estado por causa de uma aranha né? — eu perguntei e tentei não rir, mas não consegui.
— Irmã, você não tá a sério — disse ele tão espontâneo e divertido. Eu estava com uns chinelos de pantufa que eu tinha calçado antes de sair e como Inês me tinha tirado de casa à pressa eu ainda os tinha calçado. Como numa cena de cinema eu levantei um dos meus pés atirando o chinelo para a minha mão o agarrando e logo o atirei fazendo pontaria para a parede para a aranha e a esmagando, ficando ela morta e esmagada na parede.
— Pronto, problema resolvido amiga — eu disse me sentindo extasiada.
— Minha salvadora — disse ela me abraçando logo de seguida.
— Vamos ver o filme? — eu perguntei já me levantando da cama para ela.
— Vai andando eu ainda tenho de tratar de uma coisa primeiro, já estou lá — dizia ela enquanto nós íamos embora.
Logo eu e o seu irmão saímos e voltamos para o quarto dele, fui logo me sentando de novo na cama quando cheguei lá e ele perto de mim, o meu coração estava carregado de adrenalina de ter matado aquela aranha, mas não só por isso como também por estar ali de novo sozinha com ele. Era estranho com Paul eu nunca tinha sentido nem metade do que estava sentindo com ele. Estava impaciente também me mexendo, mexendo as minhas pernas sentada naquela cama.
— Ela já devia estar aqui — eu disse um pouco nervosa.
— Hey passou pouco tempo, meu bem. Você tem medo de estar aqui sozinha comigo? — perguntou ele esboçando um pequeno sorriso.
— Não, claro que não — eu disse, mas como estava meio nervosa, a minha voz saiu mais alta do que o normal e óbvio que ele tinha reparado devido ao sorriso lindo que ele me tinha dado.
— Hum — disse ele parecendo não acreditar.
Por um momento me levantei e decidi que precisava me refrescar, tentar apagar um pouco um calor que vinha a crescer naquele instante. Levantei-me e fui até á casa de banho, quando adentrei ela, fechei a porta de imediato e fiquei colada à porta tentando acalmar o meu coração, mas sem sucesso, pois isso não acontecia, não estava sabendo o que estava acontecendo comigo, antes de me dirigir para a pia abri a porta e a deixei entre aberta.
Dirigi-me então até á pia, abri a torneira e coloquei as mãos por baixo dela as molhando e depois levando à cara me refrescando um pouco.
Minutos depois ouvi a voz de alguém vinda de dentro do quarto, uma voz de mulher e sabia que não era Inês, pensei ou naquele caso imaginei se seria a ex dele que estaria implorando por uma oportunidade, mas achei a ideia muito rebuscada.— O que estás aqui a fazer?— perguntou o ursinho para ela.
— Calma meu amor, você não está feliz por me ver?— perguntou ela, a voz dela já me estava começando a irritar, mesmo que eu não a conhecesse de todo, mas parecia que a minha teoria estava certa era a ex dele.
Sim, eu não devia ter estado ouvindo a conversa, mas foi o que eu fiz, a porta estava entreaberta e eu me atrevi a espioná-los. Ela estava com as mãos no pescoço dele o que me fez sentir raiva, ela ia magoá-lo de novo se ele lhe desse uma oportunidade.
— Não me chama de amor e tira as mãos de cima de mim — disse ele, ele não parecia feliz por vê-la ali.
— Amor porque você está me tratando assim? Eu ainda amo você. — perguntou ela tocando o seu rosto.
— Ama? Ou apenas ama a fama e o dinheiro que isso traz?— perguntou ele irritado, nunca o tinha visto reagir daquele jeito.
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O meu melhor amigo chamado ursinho
Romance+ 18 Um clichê , com hot pelo meio ... Uma garota apaixonada pelo namorado , que não percebeu que ele estava mudando e se tornando mais frio , no dia do aniversário de 2 anos de namoro em vez de ele a surpreender ao dar o passo seguinte na relação...