✤ Capítulo 4 ✤

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— Sei sim, já reparei amiga, mas qual é o problema? — perguntei-lhe.

— Depois que ele virou famoso, ela não o larga mais, sempre quer uma oportunidade, mas ele nunca dá, ele diz que o que sentia por ela foi desvanecendo, com as poucas lembranças que ele tem dela — explicou-me ela parecendo ficar triste.

— Lamento, para ele deve ser duro, não lembrar de muitas coisas — eu disse ficando triste também, sempre achei que ele era uma pessoa extraordinária, mas tinha pena do que lhe tinha acontecido. Pena não naquele caso empatia.

— É sim, mas ele tem aprendido a viver com isso, tirando fotos dos momentos importantes, mas há uma pessoa que ele sempre fala que tem sempre um tempinho para dar uma palavrinha ou perguntar se tá tudo bem todos os dias... — disse ela com um sorriso tímido.

— Hum, amor no ar, alguém novo? — perguntei meio lerda.

— Não sua anta, a vampirinha dele — disse ela rindo. A vampirinha sou eu, nós sempre tivemos essas brincadeiras de usar apelidos, ele ursinho porque os amigos chamavam-lhe assim e eu vampirinha porque escrevo histórias de vampiros e à fixação, a ser fã de crepúsculo.

Fiquei tímida e até envergonhada ouvindo aquilo, achava que a nossa amizade não ia sumir ou mudar nunca. Já vestida me dirigi ao andar de baixo onde já cheirava a comida, eu me tinha enganado ela não tinha encomendado comida, tinha sido ele a cozinhar, mais um dos muitos talentos dele, a cozinha, ele ama cozinhar, sempre cozinha e sempre cozinhará muito bem.

Sentei-me no balcão perto da cozinha observando ele cozinhar, me lembrando de todas as vezes que ele dizia que um dia estaria lá cozinhando para mim. Não era só sushi que ele estava preparando, ele tinha alguns hambúrguers, numa frigideira. Ele tinha um pano de cozinha no seu ombro e vestia uma camiseta estampada com ananases e uns calções de ganga.

Não se conseguia ver a sua tatuagem que ele tinha no peito algo pelo que eu sempre fui apaixonada nele, e pelos seus abdominais também. perguntava-me porque ele ainda estava solteiro à tanto tempo, ele merecia ser feliz com alguém. A sua satisfação era pronunciada, ele já não era mais aquele garoto inseguro que era antes, a fama lhe tinha feito bem, lhe tinha trazido segurança, vê- lo ali tão há vontade connosco, era realmente algo incrível.

— Você não respondeu à minha irmã, você gosta de sushi, meu anjo? —Perguntou o ursinho ainda virando um hambúrguer na frigideira. Mais uma coisa que eu amava nele, aquelas pequenas expressões como, chamar as pessoas de anjo ou então meu bem.

— Gosto sim, meu amigo — eu disse observando ele cozinhar.

Por fim ele terminou a comida, colocou os hambúrgueres no pão, algumas batatas fritas num prato e um prato com kimbap, um prato coreano semelhante a sushi que contém algas como base, o recheio é preparado com arroz, legumes e carnes bem fininhas e temperadas.
Nós ficamos comendo ali sentados nos bancos, na bancada da cozinha. Comecei provando alguns rolinhos de kimbap com wasabi, claro que o molho era um pouco forte e logo eu desisti dele e me fiquei pelo molho agridoce que não era picante. No início, quando experimentei wasabi, vi Inês com uma cara olhando para mim quase dizendo "eu bem avisei você para comer algo normal ". Ficamos ali petiscando, rindo e conversando sobre basicamente tudo, como a vida deles estava, como estava correndo as turnês.

Soube que a irmã dele estava fazendo parte daquela grande mudança na vida dele o acompanhando para todo o lado, ela dizia que o pior às vezes era o cansaço e as noites mal dormidas, tirando as fãs loucas que não o largavam.

— Então amiga, por onde vamos começar? Quero conhecer esta ilha toda — disse ela ainda de boca cheia se virando para mim.

— À mana você não devia falar de boca cheia, ainda se engasga — disse o ursinho se virando para ela e rindo, um sorriso tão lindo.

— Então podemos começar pelo centro mesmo o Monte Brasil e depois eu mostro alguns pontos turísticos também mais para frente — eu disse talvez me sentindo um pouco mais animada daquela vez.

— Monte Brasil é onde tem animais né amiga? — perguntou ela.

— É sim, vocês vão adorar — eu disse saindo da mesa e logo subindo para ir buscar, as minhas coisas, a minha mochila, óculos de sol, o celular...

— Calma sua tonta qual é a pressa? — perguntou Inês perto de mim. Realmente não entendia a minha pressa, mas eu sempre me sentia um tanto tímida diante do irmão dela e naquele caso ele tinha estado antes a observar de perto eu apenas de toalha o que me tinha deixado ainda um pouquinho incomodada, era até estranho, pois eu já o conhecia fazia muito tempo, mas pessoalmente era diferente, era como se eu não soubesse o que fazer ou o que falar quando estava perto dele.

Fui ao meu roupeiro e calcei umas sapatilhas para estar mais confortável para passear e mostrar um pouco da ilha, os pontos relevantes. Inês fez o mesmo que eu e trocou as suas sandálias por umas sapatilhas que ela tinha trazido dentro da sua mala de mão pequenina.

O meu melhor amigo chamado ursinho Onde histórias criam vida. Descubra agora