Extra- Parte 2

78 15 5
                                    


◦•●◉✿★★✿◉●•◦

Pouco mais de um mês depois

Estava eu em cima de um escadote, pintando a parede do quarto do Roger. Sim gente Roger, não devido aquela palavrinha mágica, mas uma abreviação de Rogério que é o nome dele, decidi que ele se chamaria assim por causa e em honra ao pai do ursinho que tinha falecido e que tinha o mesmo nome que ele. Seriam 3 gerações de Rogérios...

Sim eu não devia estar em cima de um escadote pintando ou então ter deixado tudo para último, mas foi o que eu fiz, a parede era um tom de azul, não muito escuro e com umas silhuetas de ursinhos em branco, claro que eu preferia que tivesse sido uma figura de um urso real e não o contorno de um urso fofinho, mas decidimos que não seria muito bom assustar o pequeno, logo quando ele viesse ao mundo. Lá estava eu dando uma demão na parte azul, quando senti uma dor, naquele caso só podia ser uma contração. Mas aguentei-me naquele escadote, não muito alto, e comecei a descer os dois degraus que ele tinha muito lentamente.

Pensei que seria um falso alarme e que ia passar, mas começou a ser mais repetitivo e no momento em que ia ligar para o ursinho, senti algo quente escorrer pelas minhas pernas. Logo naquele momento percebi que o nosso pequenino estava com pressa, não muita pressa faltavam só uns dias, para o dia em que estava previsto ele nascer. Me arrastei literalmente com dores até á mesinha de cabeceira e peguei o celular, procurando o número do ursinho. Naquele mesmo instante ele abriu a porta e ao me ver daquele estado ficou com uma cara de preocupação excessiva, o que me deixou a mim preocupada, fiquei com receio de algo poder dar errado.

— Calma meu amor, eu vou levar você imediatamente para o hospital — disse ele logo me carregando no colo até ao carro. Lá dentro ele me colocou deitada, disse que assim seria mais confortável para mim e até era apenas as contrações eram um pouco dolorosas demais.

— Amor, como você está? — perguntou ele parecendo preocupado.

— Como é que você acha que eu estou? — perguntei irritada devido às contrações fortes e as hormonas.

— Calma por favor, eu sei que deve estar doendo... — dizia ele conduzindo que nem um louco e eu estava com medo de termos um acidente.

— Calma?? Você não é mulher, não sabe o que eu estou a sentir, eu quero epidural !!! — eu gritava sentindo mais uma contração se apoderar de mim.

— Certo amor, nós já estamos chegando — disse ele ainda conduzindo numa velocidade extrema ou anormal para mim.
Tempo depois chegamos ao hospital, ele parou o carro em frente ao hospital e foi como louco lá dentro apressado, procurando alguém, provavelmente uma enfermeira. Eu ainda continuava deitada cheia de dores e contrações no banco traseiro do carro quase gritando. Quando finalmente ele apareceu o que pareceu uma eternidade, claro que deve ter sido rápido, mas na minha cabeça se tinha passado muito tempo. Logo quando ele apareceu, vinha acompanhado de uma enfermeira que me ajudou a colocar numa cadeira de rodas. Eu ia aguentando a minha barriga com as mãos como se pudesse de alguma forma conseguir atenuar as dores e contrações, mas isso não acontecia.

— Querida há quanto tempo lhe rebentaram as águas? E as suas contrações são de quanto em quanto tempo? — perguntou a mulher.

— Querida não, há pouco tempo, não sei só sei que são muito rápidas, eu quero epidural agora!!!— eu dizia, com raiva e frustrada.

— Compreendo você, a sua obstetra já vem aí e vamos ver como esse bebezão está, se já está prontinho para nascer. — Não disse nada, só segurava a minha barriga e tentava não xingar todo o mundo. Me levaram para uma salinha e me ajudaram a colocar numa cama, logo apareceu a minha obstetra que inclinou a cama e colocou as minhas pernas num suporte, assim vendo quantos centímetros eu tinha de dilatação.

O meu melhor amigo chamado ursinho Onde histórias criam vida. Descubra agora