✤ Capítulo 19 ✤

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- Amor eu amo sim, me perdoa eu não sabia como lidar com o seu problema - disse ela, o tom de voz dela soava a falsidade. Tudo o que vinha da sua boca soava a falso.

Sim, podia ser por eu gostar demais dele ou por ter ouvido ela se referir ao problema de memória dele como apenas um "problema", não vendo todas as suas inúmeras qualidades. Por um momento tive receio que ela conseguisse lhe dar a volta com as suas palavras "doces", vamos ironizar, pois de doces elas não tinham nada. Por um momento ela me fez lembrar da Jéssica de crepúsculo quando falou para a Bella para ela não ter esperanças com o Edward.

- Era apenas esse o motivo, o meu problema de memória?- perguntou ele e o seu tom de voz trazia tanto ironia como mágoa e isso me levou a crer que havia mais por detrás daquela história.

- Que mais havia de ser meu amor?- perguntou e cada vez que ela o chamava de amor eu ficava com vontade de a esganar, porque ela estava sendo falsa.

- E o Ricardo? Vai dizer que isso nunca aconteceu? - perguntou ele olhando nos seus olhos sem desgrudar. Fiquei me perguntando se ela o teria traído e se isso fosse verdade ela não valia nada.

- Amor eu não estava sabendo lidar com o seu problema e ele estava lá disposto a me ajudar... - dizia ela.

- Ajudar a quê? A ter carinho, prazer? - perguntou ele. Ele realmente já não era o garoto brando que aceitava tudo o que acontecia, provavelmente a irmã dele e a fama lhe tinham feito abrir os olhos em relação às pessoas eu pensava.

- Amor, por favor eu estou aqui, podemos não pensar nisso, já é passado - dizia ela colocando as mãos no seu pescoço de novo.

- Você nem nega né. Então isso serve para nós também é passado e eu gosto de outra pessoa - disse ele daquela vez parecendo meio calmo e tranquilo.

- Mas você não a ama, você só gosta dela ainda existe sentimento por mim - disse ela e a sua boca se aproximava da dele, como se ela o fosse beijar, desviei o olhar não queria ver ele a beijar, eu não ia suportar, eu tinha ouvido ele dizer que gostava de alguém, esperava que ele fosse feliz, mas, ao mesmo tempo eu não queria sentir ou saber aquilo, me lembrei do dia daquela situação embaraçosa em que eu lhe tinha implorado para ele transar comigo e de ele ter dito que eu era importante para ele, por um momento achei que ele sentia algo mais do que apenas amizade.

- Amo sim, eu a amo agora sei isso, ela sempre esteve lá do meu lado e é uma pessoa incrível - disse ele com a voz carregada e cheia de emoção. Não sabia se ela o tinha beijado, mas da forma que ele estava falando ele não a amava mais.

- Por favor, não diz isso amor, nós temos um passado, não vamos apagar isso assim - disse ela começando a chorar. Acreditava que eram lágrimas falsas.

- Por favor, eu não quero nem desejo o mal a você, mas já não amo mais você, por favor, aceita isso - disse ele e logo eu vi ela sair e bater com a porta. Não sabia o que fazer se deveria ou não ir lhe falar depois de tudo o que tinha acontecido.

Passado um tempo ganhei coragem e saí da casa de banho me encaminhei para o quarto onde ele estava na cama parecendo pensativo. Aproximei-me muito devagar até ele e fiquei especada o olhando de cabisbaixo.

- Hey meu amigo, como você se sente? - eu perguntei colocando a mão na sua cabeça. Ele logo levantou o seu rosto e ficou me olhando um olhar tão lindo com um brilho, nos seus lábios um pequeno sorriso que eu não entendia porque ele estava olhando assim para mim.

- Estou bem, acho que desta vez, encerrei de vez este capítulo da minha vida - disse ele pegando nas minhas mãos.

- Oh meu amigo sei que é difícil, mas é o melhor a ser feito, você disse para ela que gostava ou amava alguém isso é verdade? - eu perguntei de certa forma ficaria feliz por ele, mas talvez eu tivesse criado um sentimento, mesmo tendo sempre negado o que tinha feito.

- Sim, é verdade eu a amo... até criei uma música para ela - disse ele dando um sorriso tão gostoso. Fiquei um pouco desiludida, pois isso significava que ele não só tinha criado uma música para mim como para outras pessoas. Era óbvio ele fazia isso, criava músicas para amigos e até para a irmã dele e era óbvio que ele teria criado para ela também porque ela era a pessoa que ele amava.

- Á então o meu amigo anda criando músicas para outras pessoas, vou ficar com inveja - disse para ele, nós sempre tínhamos essas brincadeiras, enquanto eu colocava as mãos nos ombros dele.

- Sim, eu às vezes faço, mas neste caso eu criei essa música há muito tempo, e naquela altura eu a considerava apenas uma amiga muito especial - disse ele me encarando nos olhos fixamente e passando o indicador pelo meu rosto fazendo carinho na minha bochecha.

Senti o meu corpo formigar e logo me lembrei da música que ele tinha feito há anos atrás, mas como ele se lembraria disso, eu seria assim tão importante que ele ainda se lembraria?? Ao pensar isso eu fiquei emocionada, sentindo algumas pequenas lágrimas quentes descerem pelo meu rosto ao pensar que ele podia sentir algo real e maior do que apenas uma amizade.

- Oh meu anjo não chora, minha vampirinha - disse ele passando o dedo por uma das minhas lágrimas a limpando.

- A música... é a minha música... sou eu?- perguntei com receio de ouvir, e a resposta não ser de verdade eu.

- Sim, sua tontinha é você, eu sei que passou pouco tempo e que você pode não ter realmente superado Paul, mas eu não vou desistir, sempre estarei aqui ao teu lado como amigo ou mais do que isso. Eu sei que neste momento eu estou preparado fisicamente e mentalmente para algo, para um compromisso, mas entendo se tu não estiveres - disse ele demonstrando todos os seus sentimentos enquanto acarinhava o meu rosto.

- Eu não sei o que dizer, nunca esperei ouvir que você me ama, eu sinto algo por você, mas tenho medo de machucar você, eu sempre faço isso, machuco as pessoas porque me machucaram no passado e eu não vou nunca querer perder você e depois você está sempre em turnê, tem a sua vida e a sua carreira, você não ia deixar isso tudo por mim - eu disse emocionada.

- Não só faria, como farei, eu já decidi que é isso que eu vou fazer, eu vou dar um tempo da fama e se eu voltar ou quando voltar eu levarei você comigo - disse ele com o seu sorriso tão terno, que fazia qualquer pessoa se apaixonar.

- Á não, você não vai mudar a sua vida toda por mim né, eu não mereço tanto - eu disse e a realidade é que eu achava isso mesmo que ele não devia mudar a sua vida por alguém que nunca se achava suficiente para ninguém. Sim, lá estava eu sendo pessimista e negativa, algo que eles dois sempre me diziam e demonstravam que era impossível ser verdade.

- Você vai parar imediatamente com isso e entender que é uma pessoa incrível e maravilhosa e merece tudo de bom que o mundo e a vida tem para lhe oferecer e neste caso, uma dessas coisas sou eu - disse ele abrindo um lindo e enorme sorriso.

O meu melhor amigo chamado ursinho Onde histórias criam vida. Descubra agora