✤ Capítulo 6 ✤

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Descemos os degraus até às rochas e tivemos que saltitar quase por cima delas para chegar ao local que eu amava, uma grande extensão de rochas onde podíamos colocar as mantas e ficar naquele caso apanhando sol até secar, pois, também não tínhamos levado toalhas.

Pusemos as mantas no chão, logo Inês abriu a mochila e retirou de lá de dentro um biquíni que logo me entregou.

Fui para trás de uma rocha me despir e trocar de roupa. Depois de trocada fui á minha mochila e percebi que tinha levado os meus chinelos, mas não o meu biquíni, isso era estranho, mas normal, o meu cérebro não estava funcionando completamente devido a tudo o que tinha acontecido nos últimos dias.

Inês lá estava com o seu biquíni preto franjado, eu vestia um dela azul com retângulos verdes e lá estava o ursinho daquela vez sem camisa expondo os seus abdominais e com uns calções de banho. Calcei os meus chinelos (Crocs), eles eram de borracha e eu sempre os usava, pois, as rochas magoavam-me nos pés ou mesmo pelo que a minha mãe dizia, tinha naquela zona ouriços-do-mar que se picássemos os pés doía muito e com os chinelos por serem feitos de borracha mesmo que espetasse-mos um pico não magoaríamos os pés.

Começamos a entrar na água que estava obviamente fria, mas não fiquei apenas com os pés nela, logo meti-me na água de uma vez me molhando por completo e vendo Inês e o irmão fazendo o mesmo. Nós nadávamos sentindo a água fria nos refrescar, vendo os peixes que estavam a nadar por baixo de nós, por um momento esqueci o que aconteceu.

Num momento vi um caranguejo e o quis apanhar, mas não tinha uma faca, levantei-me e fui até á minha mochila buscar uma navalha (um canivete suíço) que o meu pai me deu. Voltei depois devagar por causa das rochas que estavam cobertas de algas, se não fosse devagar poderia ter acabado escorregando nelas.

— Amiga onde você foi? — perguntou Inês ao ver-me voltar.

— Veja — eu disse colocando a navalha num buraco e furando o caranguejo a meio, não o consegui tirar logo, pois o buraco era estreito demais, mas com calma, coisa que eu nunca tinha, mas naquele caso tive, então com paciência eu o consegui tirar de lá era pequeno, mas Inês" fez uma festa "(ficou animada) ao eu tê-lo apanhado. Logo com a navalha na mão perguntei ao ursinho: — Quer saber como se apanham lapas?

Ele acenou com a cabeça concordando. Tinha uma lapa não muito grande numa rocha, com a minha navalha eu tentei a retirar, mas como todo o mundo sabe quando se toca nelas, elas se agarram às rochas ainda mais e aquela era das difíceis, mas com um jeito eu coloquei a ponta da navalha por baixo dela a retirando. Logo dei a lapa a ele e a navalha e o vi fazer isso, ele era fácil a aprender.

— E agora?- perguntou ele para mim.

— Agora você pode comer assim crua ou esperar e a cozinhar — eu respondi.

— À não irmão não come que nojo — dizia Inês. Ele provou uma e não fez uma cara de quem não tinha gostado.

— Até é bom — dizia ele tentando dar uma na boca da irmã, mas esta se afastava dele com nojo, mal ela sabia que ele tinha comido uma lapa com as fezes do animal.

Ficamos depois nadando um pouco aproveitando, uma vez eu fiquei boiando vendo a reação deles se eles ficariam preocupados comigo, esperei um pouco e os vi olharem-me depois de um tempo.

— Acha que ela está bem? — perguntou ele para a irmã.

— Acho que sim, mas não faz mal ter a certeza. — respondeu Inês para ele.

Quando ela se ia aproximar de mim eu abandonei a minha posição mergulhando e depois emergindo.

— À, não tem graça podia ter-nos assustado — disse Inês quase parecendo irritada.

O meu melhor amigo chamado ursinho Onde histórias criam vida. Descubra agora