CAPÍTULO 2

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Para Camile, a garota extraordinária que criei uma conexão em tão pouco tempo.

"Quando acordei hoje de manhã, eu sabia quem eu era, mas acho que já mudei muitas vezes desde então

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"Quando acordei hoje de manhã, eu sabia quem eu era, mas acho que já mudei muitas vezes desde então." - Alice no país das maravilhas.

SADIE SINK POV

Você já se apaixonou? Não algo passageiro, mas algo intenso, profundo. O primeiro amor é o que vai te seguir durante boa parte de sua vida, por mais que vocês não mantenham mais contato e ambos já não façam mais parte da vida um do outro. Não importa quanto tempo leve ou o quanto você tente, sempre haverá uma parte dele ali. Também é responsável por moldar quem você vai ser para a próxima pessoa que entrará em sua vida. Se você foi a pessoa incrível em um relacionamento com uma pessoa confusa, então será a próxima confusa a tornar alguém incrível da mesma forma. É um ciclo. Por outro lado, isso não impede você de viver algo novo. Mas você sabe que as lembranças do que aconteceu da última vez sempre estarão lá, escondidas em uma parte do seu cérebro chamada Hipocampo, onde a  memória consciente fica inicialmente guardada no córtex pré-frontal, convertida em memória de longo prazo no hipocampo e finalmente armazenada nas mesmas áreas do córtex que processaram a informação original. E é aí que coloco os meus limites.

Até chegar em uma fase aceitável da superação de seu último relacionamento, a dor vai te fazer querer abrir o próprio peito e arrancar o próprio coração. Mas quando tudo acaba e você finalmente aceita isso, o vazio toma conta de você. Sua forma de pensar muda, por mais que você tente mantê-la. Foi o que aconteceu comigo na minha pior experiência de "a primeira vez".

-- acordada? -- mamãe bate três vezes na porta aberta.

-- ainda. -- digo, passando a página do livro que lia.

Estava sentada, com as costas apoiadas na cabeceira. Lia "O Morro Dos Ventos Uivantes."

-- está tudo bem? -- pergunta ela.

Tiro os olhos do livro e olho para ela. Observo que usava pijama rosa com unicórnios.

-- estou. -- sou breve.

Ela assente devagar. Faz uma varredura com os olhos por todo o quarto e suspira ao me olhar novamente.

Mamãe tem sido mais atenciosa desde que papai morreu. Eu odiava dizer que ele "se foi" pois esse eufemismo não ajudava em nada. Ambas as palavras tinham um impacto igual.

-- você está bem? -- pergunto e fecho o livro.

Ela volta a assentir.

-- estou. -- sorri para mim -- tenha uma boa noite, querida!

-- boa noite, mamãe. --

E então, ela sai fechando a porta atrás de si. Fico inerte no silêncio do meu quarto por vários segundos, pensando em como sinto que minha vida está bagunçada, por mais que tudo aparentemente esteja no lugar. Talvez seja a falta que papai faz, levando toda a alegria quando se foi.

Pisco, me deitando adequadamente em minha cama e me virando para apagar a luz do abajur. Meus olhos encaram a escuridão, se acostumando em seguida. Os mantive abertos, enquanto meus pensamentos me mantiveram acordada.

Se eu parar um pouco para pensar e tentar reorganizar meus pensamentos, acho que poderei finalmente compreende-los. Sinto que algo está faltando, mas desconheço o que possa ser.

O amor é algo estranho. Para alguns, é lindo, extraordinário. Para outros, é a pior coisa que um ser humano possa sentir. Não sei em qual dos lados me encaixo, pois me sinto vazia. Amar alguém requer muito de seu tempo, por mais precioso que seja, você passa a dividir. Mas, tão lindo e puro da forma que vem, uma hora também se vai. Então você percebe o lado feio de amar alguém, porque um lado sempre desiste primeiro. Sua dor será visível a todos aqueles que conseguem enxergar e você irá se odiar por um tempo por ter deixado tudo escapar tão fácil de suas mãos. Pensará que poderia ter feito mais.

Mas essa abstinência uma hora vai passar.

O seu amor se torna indiferença e o brilho acaba. Seus olhos já não se encharcam mais e não irá importar se aquela pessoa está em um novo relacionamento. Tudo será indiferente. Esse é o lado feio do amor.

[...]

-- sentados agora! -- Trunchbull ordena assim que adentra a sala.

Todos aqueles que estavam de pé, sentaram-se imediatamente. Só a voz daquela mulher era o suficiente para causar a extinção do som.

Trunchbull senta em sua mesa e bate com forma a bolsa pesada. Ela a abre e retira de dentro uma quantia considerável de papel A4. Os testes.

-- irei chamar de um por um, conforme a lista de chamada. Peço que, educadamente -- ela deu ênfase -- levantem e peguem sua prova.

E então, ela começa. Chamou de um por um. Todos levantavam em silêncio e caminhavam cuidadosamente para que os sapatos não emitissem nenhum som ao ter contato com o piso. Logo chega minha vez. Me levanto, tentando ao máximo não fazer barulho e caminho até a mesa de Trunchbull. Sinto olhares julgadores de todos os lados, mas ninguém estava me olhando. Era apenas o nervosismo. Pego minha prova assim que ela estica o braço e volto para o meu lugar. Sento-me e fecho meus olhos com força, respirando fundo antes de abri-los e olhar para o papel em minhas mãos.

(D-) estava em letra maiúscula na parte vertical do papel. Meus olhos lacrimejam e sinto que todo o esforço que tive não serviu de nada. Sinto que fracassei novamente.

Trunchbull grita o meu nome em tom de raiva ao me ver levantar e correr para fora de sua sala. Eu poderia resolver isso mais tarde. Mas agora, teria que lidar com uma crise existencial. Corro pelos corredores até encontrar o banheiro feminino. Quando adentro o local e vejo que não tinha ninguém, tranco a porta e entro em uma das cabines, a trancando. Me sento sobre o sanitário e trago meus joelhos para perto do meu peito, os segurando com os braços. Ali, deixo todo o choro vir a tona. Sinto minhas bochechas molharem da mesma forma que a sensação de fracasso me consome. E choro, até que o ar seja inexistente. Até que os soluços sejam mais audíveis.

Isso aí foi baseado em fatos reais depois que recebi minha nota em química

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Isso aí foi baseado em fatos reais depois que recebi minha nota em química.

Lembre-se: nota não define sua inteligência.

SUBSTITUTE TEACHER (SADIE SINK) Onde histórias criam vida. Descubra agora