Antes de me levar de volta a Aubrey Hall, Henry desviou o caminho e me levou até um lago. Ele disse que não poderia me devolver naquele estado, e olhe que eu não estava bêbada, só estava feliz, e um pouco tonta, vou confessar.
Essa viagem foi tão louca, e ao mesmo tempo tão incrível, que eu até esquecia de casa, principalmente quando estava com o Henry.
Sentamos à beira do lago, ao nosso redor só havia árvores e flores, era um grande campo verde. Apesar do frio do inverno, estava um clima relativamente agradável e uma brisa geladinha.
— Então, como se sente?
— Como assim como eu me sinto? Normal, feliz...
— Você, Annelise Bernardi, é uma mulher incrível. Juro que eu não me lembro de me divertir tanto, como quando estou com a senhorita.
— E olhe que eu não faço nenhuma gracinha. – falei num tom descontraído.
— Ah, não? O que mais a senhorita faz é gracinhas. Mas não estou falando sobre isso, você é diferente, enquanto as outras damas se preocupam com vestidos, bailes e com quem vão se casar, você não liga para nada disso. Por que, Annelise?
— Porque não uai, essas coisas para mim é o de menos, eu só quero aproveitar a vida, me divertir, viver aventuras, aproveitar o que a vida tem a me oferecer. – virei-me, fitando seus olhos.
— E é isso que eu não compreendo. A senhorita é diferente.
— Você já falou isso um milhão de vezes, milorde Henry. E você já me disse que gosta de mim assim.
— Sim, e é verdade. Você me tira da minha zona de conforto, me faz aproveitar a vida de verdade. Desde que minha mãe morreu, estou preso na minha casa, trabalhando sem parar, foi um milagre eu ir a Londres, principalmente foi um milagre ir ao baile da Lady Pusset. Mas agora eu sei, tinha que ir para conhecer você.
Sim, eu estava me apaixonando por Henry Kendall, tentei evitar ao máximo, mas ninguém manda no coração. Inclusive, ele nesse momento estava acelerado e ao mesmo tempo se partindo em mil pedaços...
— Não vai falar nada?
— Eu não tenho o que dizer. - falei.
— E por quê?
Respirei fundo, eu não tinha nada a dizer, a única coisa que eu queria era beijá-lo, mesmo que não pudesse ficar com ele para sempre, queria aproveitar cada pedacinho dele, seu cheiro, seu calor, pelo menos eu teria algo para me lembrar quando voltasse. E foi isso que eu fiz, me desculpe o tal do decoro, mas não resisto nenhum pouco ao Henry.
Ele estava sentado ao meu lado na grama verdinha, me encarando esperando eu falar alguma coisa, mas o que ele recebeu foi meus lábios nos seus.
Rapidamente ele me agarrou pela cintura e com uma mão, segurei seu pescoço e com a outra toquei o rosto dele, acariciando. Aprofundamos o beijo, e nossas línguas se encontraram dentro das nossas bocas. Ele me puxou para o seu colo e eu simplesmente não conseguia abrir as pernas em volta dele por causa do bendito vestido, mas ainda assim, me encaixei em seu colo da melhor forma possível, já sentindo seu membro duro tocando minhas partes mais íntimas.
Eu não podia crer que tive que voltar há 200 anos pra encontrar o amor da minha vida. Isso não era nenhum pouco justo, nem comigo e nem com ele, nós dois sofreríamos, e ao invés de tê-lo afastado e me manter o mais longe possível, fiz tudo ao contrário. E agora ele sairia machucado e eu também.
Dois corações quebrados...
Estávamos nos beijando, e suas mãos passeavam pelas minhas costas, e depois desceram segurando as minhas nádegas levando-me para mais perto do seu quadril, e minhas mãos, passeavam pelo seu cabelo. Ele desceu até meu pescoço, beijando e dando leves chupões, não podemos arriscar em ficar a marca, não é mesmo? Levantei a cabeça para dar mais espaço para que ele continuasse...
Mas eu tinha que parar, não poderia, mesmo que eu sentisse algo por ele e estivesse totalmente atraída, não poderia continuar.
— Henry... – de súbito, saí do seu colo, e fiquei de pé, de costas para ele que ainda estava sentado no chão. Comecei a encarar o lago, e a tremer de frio.
Medo misturado com nervosismo e é claro o frio, me fizeram começar a tremer...
— Está com frio? – ele se levantou, tirou o casaco e colocou nos meus ombros.
— Não precisa, Henry. Se você me der seu casaco é você que ficará doente e com frio. – virei para ele, tirando o seu casaco dos meus ombros e encarando-o nos olhos.
— Não importa!
Meus olhos ficaram marejados, estava me prendendo para não chorar nesse momento.
— Eu fiz algo de errado? – tocou nos meus ombros tão suave.
— Você não fez nada de errado, você é maravilhoso como sempre. – olhei para baixo para não encara-lo, maldita hora, porque aí uma lágrima escorreu em meu rosto.
— Então porque está chorando? – tocou em meu queixo e levantou minha cabeça para olhá-lo.
— Annelise, os nossos beijos... já é segundo, eu sei que você me quer o tanto que te quero. – ele me entregou um lencinho que tirou de dentro do bolso da calça.— Você não precisa se casar comigo só por causa de dois beijos. De onde eu venho isso é normal.
– peguei o lenço, enxuguei as minhas lágrimas, e devolvi para ele, antes que eu assoasse o nariz.— Bom, eu não sei de onde a senhorita vem, mas de onde eu venho, a minha obrigação é pedi-la em casamento. E se você me aceitar...
— Henry, por favor, não! Não continue.
— Não gosta de mim? Fique sabendo que você foi a única mulher pela qual me entreguei por completo, a qual entreguei meu coração. A única pelo qual quero formar uma família, porque Annelise, eu a...
— Não continue! Por favor, se você não quer me ver chorar ainda mais, não continue.
Mas eu já estava chorando, nesse momento minhas lágrimas já estavam escorrendo sem parar.
— E por que? O que eu tenho que faz com que não queira se casar comigo? É porque eu sou órfão? Não tenho família? Ou é porque tem medo que eu não a ame de verdade por causa daquilo que falei do meu pai ou...
Para calá-lo, pulei no pescoço dele lhe dando um abraço forte e reconfortante. Tive que ficar toda esticada e na pontinha dos pés para conseguir alcançá-lo. No começo ele não retribuiu meu abraço mas depois, me enlaçou pela cintura e também me apertou forte, acomodando seu rosto na curva do meu pescoço.
— Shhh! Não é nada disso, sei que você seria um ótimo marido e eu ia me sentir a mulher mais feliz do mundo se fosse sua esposa. Eu iria adorar ser a mãe dos seus filhos e iríamos viver muito felizes.
Eu idealizando uma vida que nunca poderia ter com ele, me deixando ainda mais triste.
— Eu sou a culpada, porque todos esses beijos quem te deu fui eu. – continuei ainda abraçada a ele.
— Me perdoe, Henry. – desfiz o abraço, encarando-o naqueles perfeitos olhos azuis que agora estavam magoados. — Mas agora, por favor, quero que me leve de volta para Aubrey Hall.— Como quiser, senhorita Berdardi.
Vê-lo me chamando assim... aii que ódio! Tão sério e tão tristinho. Porque eu tinha que vir logo parar em 1814? Não poderia ser nos anos 2000? Pelo menos continuaria com a minha família.
Mas vim parar logo num lugar que fazia parte de um livro que nem sabia se era real, ou se minha mente que estava criando tudo.
Que merda!
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No passado com os Bridgertons - livro 1
FanfictionO que você faria se tivesse a oportunidade de viver dentro do seu livro favorito? Bem, para Annelise Bernardi foi a experiência mais louca da sua vida. Apaixonada pela família Bridgerton, a garota de 24 anos do século 21, fez uma louca viagem no te...